sexta-feira, 15 de maio de 2020

Dez belos filmes que passaram despercebido pelo público brasileiro em 2019


A ausência de grandes lançamentos neste período de quarentena faz qualquer fã de cinema sair à caça de filmes. Qualquer novidade é bem-vinda. É o tempo ideal para pagar velhas dívidas, ver aquele clássico que sempre ficou para depois. Ou então aquela pérola cult escondida nos catálogos do streaming. É um período legal também para assistir aquele tipo de produção que não ganhou a devida atenção. Quantos grandes filmes lançados em 2019 passaram despercebidos aos olhos do público? Muitos! Dos premiados aos mais despretensiosos, dos subestimados aos incompreendidos. Neste artigo, portanto, resolvi preparar uma lista algumas destas ótimas produções já disponíveis no streaming.

- Retrato de Uma Jovem em Chamas


Retrato de Uma Jovem em Chamas é um dos mais belos, poéticos e profundos exercícios de metalinguagem que o cinema já viu. Tal qual a sua empoderada protagonista, uma talentosa artista contratada para pintar o retrato de uma jovem reclusa prometida em casamento a um estranho, a expressiva diretora Céline Sciamma (Garotas) começa com uma tela em branco. Primeiro o foco está na construção da atmosfera de época, do mistério em torno de tamanho isolamento. O romance, enquanto gênero, nasce dos segredos, é catalisado pelo drama da retratada. Logo em seguida começam os esboços. Incomodada com a sua situação, Heloise (Adele Haenel, estupenda) não quer ser retratada. O seu casamento com um estranho passa pela aprovação desta obra. Limitada por isso, Marianne (Noémie Merlant, numa das performances femininas da década) precisa se concentrar na “casca”. Nos detalhes. O fascínio floresce gradativamente. Sciamma, tal qual a protagonista, busca nos contornos a porta de entrada para a manifestação da sua arte. Os rabiscos logo ganham forma. Os olhares logo ganham sentido. Os gestos logo se tornam reveladores. O jogo de sedução\conquista nasce de um objetivo prático. O desejo da artista em terminar a sua obra. A pintura logo ganha sombras, nuances, verdade. O romance, enquanto sentimento, chega sorrateiramente. Paixão fulminante de tirar o fôlego. Cercada de significados. À medida que enxerga além dos traços físicos, do contorno da orelha, do vislumbre de um sorriso, Sciamma enche a sua tela com um estudo de personagens vigoroso. A realizadora se dispõe a ir além da moldura. Ela captura a alma de duas mulheres distintas unidas pelo amor, pela dor, pela solidão, pela indignação. Retrato de uma Jovem em Chamas, em sua essência, é um filme (quer dizer, uma pintura) sobre o SER FEMININO em tempos de desigualdade, de repressão afetiva, de pressões e imposições. O foco de Sciamma não está naquilo que mudou, mas naquilo que permanece, que delimita, asfixia e afasta. No fim, porém, ficam as experiências vividas, as memórias criadas. Fica a chama que nunca irá se apagar. Nos seus últimos segundos, cabe a Céline Sciamma capturar a verdade da retratada, a emoção viva que nasce da catarse. O mais poderoso, simbólico e visualmente estonteante retrato pintado em tempos.

Onde Assistir: Looke.

- Adoráveis Mulheres

Adaptar um clássico é algo sempre desafiador. O que Greta Gerwig faz em Adoráveis Mulheres, porém, é de uma coragem sem tamanho. A talentosa realizadora se apropria da forte carga feminina do texto de Louisa May Alcott para redimensionar a personalidade das suas personagens. Mais do que sublinhar comentários\obstáculos ainda hoje sensíveis para muitas, Gerwig enxerga a libertação feminina sob múltiplas perspectivas. A união aqui é mais forte que a rivalidade. A cumplicidade é mais importante que a vaidade. Aos olhos da realizadora, uma mulher livre é uma mulher empoderada. Gerwig trata os destinos das quatro irmãs com uma nobreza comovente. No dinâmico vai e vem temporal pensado pelo roteiro, a cineasta estuda as nuances de cada uma delas à medida que os contrastes se fazem sentir. O duro choque entre a perspectiva e a realidade. O otimismo contido no material fonte nunca cega Greta Gerwig para a verdade, para as delimitações impostas pelo masculino. Em sua camada mais íntima, Adoráveis Mulheres é um filme sobre o árduo processo de transição da infância para a vida adulta. Um 'coming of age movie' genuinamente feminino que não se interessa em ser taxativo sobre nada. Não existe espaço para o certo ou o errado. A vida ensina, a realidade molda, a certeza é tola. No fim, mais do que literalmente reescrever a trajetória de Jo March, num daqueles 'insights' metalinguísticos geniais, Adoráveis Mulheres revitaliza um clássico conto sobre o patriarcado e as sequelas do conservadorismo numa obra sobre a libertação dos sentimentos femininos. E isso com atuações poderosas (Saoirse Ronan e Florence Pugh estão elétricas em cena) e um olhar sensível sobre as agruras das suas impetuosas personagens.

Onde Assistir: Google Play.

- Casamento Sangrento


“Fucking rich people!” Ready or Not é irônico ao subverter o conceito de "pacto" matrimonial num thriller de horror trash, tenso e estiloso. Embora perca algumas oportunidades, em especial dentro do literal clímax, o longa é criativo ao tratar o capitalismo como algo genuinamente maléfico e predador. Além disso, com uma incorreção impagável, o filme tece alguns espertos comentários sobre a instituição do casamento em si, encontrando na jornada de sobrevivência de uma resiliente noiva a oportunidade de rir do processo de descobertas\aceitação em torno desta nova aliança familiar. Conhecer os sogros nunca foi tão bizarro. Em tempo, a atriz Samara Weaving é um achado. Talvez o principal predicado desta valorosa produção.

Onde Assistir: Telecine Play

- A Batalha das Correntes


Com atuações marcantes, uma reconstrução de época expressiva e uma narrativa dinâmica, A Batalha das Correntes esbanja vigor no estudo das conflitantes personalidades dos homens\gênios por trás da difusão da energia elétrica no final do século XIX. O diretor Alfonso Gomez-Rejon não escolhe lados ao mergulhar nos bastidores de uma disputa regida pelo egocentrismo, pelo faro empresarial, pelo purismo utópico e pela ambição. Se por um lado falta ao argumento profundidade no que diz respeito a análise dos feitos tecnológicos de Thomas Edison, Nikolas Tesla e George Westinghouse, por outro o longa é perspicaz ao encontrar no tênue embate filosófico\moral entre os três a força motora desta cinebiografia. Rejon se encanta pela humanidade dos inventores e, a partir das suas falhas mais íntimas, investigar a tênue linha que separa a tenacidade da obsessão, o êxito do fracasso e a rivalidade da perseguição. É legal ver como, apesar da nítida admiração pelo visionarismo de Edison, o roteiro valoriza as principais valências de cada um dos protagonistas. A vaidade genial de Thomas (Benedict Cumberbach, elétrico em cena), contrasta com a visão empresarial de George (Michael Shanon, intenso como de costume) e o vanguardismo incompreendido de Nikolas (Nicholas Hoult, delicado ao traduzir a excentricidade do criador). Ao realçar os predicados deles, Rejon expõe também o outro lado desta "disputa". O jogo sujo, a amoralidade, a ingenuidade, a pressão, a vaidade. No fim, porém, A Batalha das Correntes é um filme sobre o respeito entre iguais, sobre o esforço daqueles que encontraram a luz (literalmente) através da ciência.

Onde Assistir: Amazon Prime Vídeo

- Lutando Pela Família


Uma grata surpresa, Lutando Pela Família é cuidadoso ao investigar o sonho que move, que machuca, que asfixia e que transforma. Com base na história da lutadora britânica do WWE Saraya-Jade Bevys, a popular Paige, o longa dirigido por Stephen Merchant vai além do drama familiar ao investigar o duro processo em torno da concretização de um sonho. Antes de se tornar uma das estrelas mais promissoras de Hollywood, Florence Pugh esbanja intensidade ao traduzir os conflitos de uma jovem mulher obrigada a conviver com os julgamentos, a pressão, as imposições, a perda da identidade e a dura rotina de uma lutadora em busca da oportunidade que mudaria a sua vida. Com o seu peculiar senso de humor, Merchant é habilidoso ao enxergar a verdade da protagonista, a determinação de alguém que cresceu respirando luta livre. Mesmo se renegar clássicas convenções do gênero, o cineasta é comedido ao revelar os dois lados desta estradada rumo ao sucesso. Para cada oportunidade dada existem inúmeras portas fechadas. Da complexa relação entre Saraya e o irmão Zak (Jack Lowden) nascem os momentos mais densos do longa, justamente quando Merchant realça a tênue linha que separa o sonho de um pesadelo. Uma pena que, talvez limitado pelos interesses da própria marca WWE, Merchant não se aprofunde tanto na crítica envolvendo esta face mais seletiva\predatória da organização. O que fica bem claro, por exemplo, quando o roteiro tenta forçar uma rivalidade feminina que nunca se concretiza para logo depois questionar a percepção “pré-conceituosa” de Paige sobre as suas parceiras de treino. A relação da protagonista com a sua própria beleza, por sinal, merecia ser tratada com maior peso, já que o sucesso dela representou uma mudança nos padrões do WWE. Nada que reduza o êxito de Lutando pela Família. Com um elenco talentoso em mãos, um olhar humano sobre uma modalidade tão estigmatizada e muito coração, Stephen Merchant enxerga a dor e o humor na trajetória de uma família que literalmente foi salva pelo esporte que tanto amou. 

Onde Assistir; Telecine Play.

- O Caso de Richard Jewell


O Caso Richard Jewell é o melhor filme de Clint Eastwood desde Gran Torino. Com a sua usual sensibilidade, este verdadeiro mestre da Sétima Arte se encanta mais uma vez pelo herói comum e, através dele, constrói a sua inclemente crítica contra a inconsequência da mídia, a ineficiência do FBI e a vulnerabilidade dos órgãos de defesa norte-americanos. E isso numa obra tensa quando precisa ser, comovente quando deveria ser e irônica quando ninguém esperava que fosse. Do alto dos seus 89 anos, Eastwood explora o turbilhão de emoções em torno do caso com extrema singularidade. Um predicado que, apesar da corajosa e humana visão do diretor, merece ser dividido com o talentoso elenco. Paul Walter Hause captura o misto de ingenuidade e distanciamento social com primor. Kathy Bates arranca lágrimas sinceras com o seu forte senso de maternidade. Sam Rockwell esbanja a sua usual presença de espírito ao mergulhar a relação de cumplicidade e incredulidade entre cliente e advogado. Por fim, Jon Hamm e Olivia Wilde absorvem a indignação de Eastwood sem nunca reduzir os seus personagens a meros antagonistas. O único senão fica pela forma com que o roteiro sexualiza a figura de Kathy Scruggs. Um desvio narrativo um tanto machista que surge como o calcanhar de Aquiles desta enfática obra. Um relato provocante com algo a dizer sobre as transformações que viriam a acontecer na identidade dos EUA no pós 11\09.

Onde Assistir: Google Play

- Crime sem Saída


Um thriller policial com aura setentista, Crime Sem Saída se revela uma obra intensa limitada pela rígida régua moral do seu protagonista. Com um olhar urbano e humano sobre o mundo em que habitamos, o diretor Brian Kirk fala sobre revanchismo, corrupção e violência policial com propriedade. Destaque para as ótimas cenas de ação, para a elegante fotografia noturna de Paul Cameron (colaborador do mestre Michael Mann no excelente Colateral) e para o talentoso elenco, capitaneado por um sóbrio e explosivo Chadwick Boseman. O tipo de produção que, por trás de uma aparência inegavelmente genérica, esconde predicados narrativos e visuais capazes de a colocar na prateleira dos grandes filmes do gênero lançados nos últimos anos.

Onde Assistir: Amazon Prime Vídeo

- Luta por Justiça


O que mais choca em Luta por Justiça não é a forma como o talentoso diretor Destin Daniel Cretton escancara o racismo enraizado na sociedade americana. Isso não é novidade. O impacto nasce da sensibilidade do longa em expor as sequelas desta impiedosa mazela social na vida dos injustiçados, dos homens julgados\condenados pela sua etnia. Ceifados das suas famílias por um sistema corrupto, violento e explicitamente racista. Embora baseado em fatos acontecidos no final dos anos 1980, Cretton é contundente ao tornar tudo o mais universal e reconhecível possível. Acontecia no auge da segregação, aconteceu há trinta anos, acontece nos dias de hoje. Com um olhar humano sobre a realidade, o cineasta acerta em cheio ao não se contentar em traduzir o preconceito, a impotência dos afro-americanos e a seletividade judicial. O melhor de Luta por Justiça se dá quando, através do olhar de espanto do advogado Bryan Stevensson (Michael B. Jordan, intenso como de costume), Cretton dá voz aos marginalizados. Ouve o grito de desespero dos homens condenados à morte por um sistema nada confiável. Eficaz enquanto suspense de tribunal, o drama alcança outro patamar nestes (muitos) momentos mais intimistas. 

Ao invés de se concentrar num só caso, na condenação Walter McMillian (Jamie Foxx, esbanjando verdade e dramaticidade), o realizador é cuidadoso ao olhar o todo, ao flertar com o tom documental sempre que precisa ouvir as vítimas. Sempre que preciso, ele pisa no freio, ele traduz com um realismo desconcertante a dor dos prisioneiros, o senso de cumplicidade, a resignação. O que falar, por exemplo, da delicadeza com que o roteiro discute a trágica posição de vulnerabilidade do condenado Herbert Richardson. Como, aliás, os expressivos Rob Morgan e Tim Blake Nelson não foram sequer cotados ao prêmio de Melhor Ator Coadjuvante. O misto de indignação, raiva e emoção nascem consistentemente destes pequenos grandes momentos de confidência. Um senso de prioridade que se reflete no filme como um todo. Longe de ser mais um filme de tribunal, Luta por Justiça contorna as batidas narrativas mais convencionais ao nunca se render à sedução de criar um novo Atticus Finch. O idealismo, aqui, não é o bastante. É a coragem contida nos atos de homens comuns que Destin Daniel Cretton resolve exaltar numa obra envolvente, inspiradora e ao mesmo tempo dilacerante.

Onde Assistir: Google Play.

- Os Miseráveis


Quantos “filhotes de leão” vivem ao nosso redor largados à sua própria sorte? Sozinhos. Vulneráveis. Acuados. Expostos à violência. Tomados da sua alcateia pela desigualdade, pela falta de oportunidades, pelo crime organizado. Enquanto trata o naturalismo como o seu grande diferencial, Os Miseráveis captura e traduz as tensões sociais\raciais em solo francês com absoluta propriedade. No melhor estilo Dia de Treinamento (2001), o longa dirigido por Ladj Ly escancara uma realidade reconhecível nos principais centros urbanos ao acompanhar as desventuras de um policial recém-transferido em suas primeiras 24 horas pelas ruas de um bairro periférico de Paris. Flertando habilmente com o tom documental, o realizador transforma uma premissa aparentemente inofensiva, o sumiço de um filhote de leão de uma gangue de ciganos, num agente catalisador capaz de expor toda a tensão, a raiva e a violência contida na relação entre a polícia e os moradores deste bairro periférico. Com um olhar atento para a repressão, a exposição dos mais jovens e a corrupção moral, Ladj Ly, em grande parte do filme, transita entre o micro e o macro com desenvoltura. O clima de ebulição cresce à medida que a realidade se faz notar. Que as barreiras sociais\raciais começam a se erguer. 

Nas entrelinhas, o realizador é cuidadoso ao notar a farsa do discurso integrador, ao exaltar o frágil senso de comunidade que nasce do abandono, ao mostrar a força do “poder paralelo”. Na ausência do Estado, alguém sempre assume o controle. É da tênue relação entre os representantes da lei do país e da lei do bairro que reside o melhor de Os Miseráveis. O diretor é contundente ao permitir que estamos diante de um barril de pólvora prestes a estourar. E a fagulha encontrada por ele não poderia ser mais reconhecível. Tudo é muito real ao longo dos dois primeiros atos. Os dilemas morais humanizam os personagens. A instabilidade do mundo em que estão inseridos nos permitem mensurar as pressões impostas\sentidas pelos dois lados. Ly, por sinal, recusa o discurso de que todos são vítimas ao defender que, no fim do dia, por maior que seja o peso na consciência, tudo ali era evitável. Ele reconhece a posição de vulnerabilidade dos representantes da lei, mas não os perdoa. Uma pena que, na transição para o clímax, o cineasta rompa com o naturalismo abruptamente. Na ânsia de reforçar a sua mensagem, o longa peca pela literalidade ao apressar a sua inteligente alegoria. Em Os Miseráveis, os leões filhotes rugem cedo demais, o que, indiscutivelmente, afeta o senso de verossimilhança da obra nos seus minutos finais. O recado, no entanto, foi dado. E com clareza.

Onde Assistir: Google Play.

- Os Bons Meninos


Dirigido por Gene Stupnitsky (The Office), Bons Meninos é a melhor comédia recente que pouca gente viu. Mais do que reverenciar um formato consagrado nos anos 1980, o longa reaquece o segmento das comédias ‘teen’ ao entender a nova faixa etária do gênero. A precocidade das novas gerações tornou os adolescentes de outrora um tanto defasados. Consciente disso, Stupnitsky entrega um filme fruto do seu tempo ao encontrar na inocência da garotada um material farto para o humor. Como se Os Goonies se encontrasse com Superbad e saíssem para uma aventura recheada de piadas sobre sexo, puberdade, drogas, pedofilia e as descobertas desta complexa fase de transição. No papel, a comédia encabeçada por um carismático Jacob Tremblay segue um rumo bem clássico. Três amigos precisam correr contra o tempo para recuperar o drone do pai de um deles e garantirem assim a ida para a sua primeira festa do beijo. O frescor de Os Bons Meninos, porém, nasce da sua faixa etária e da moderna visão de mundo destes meninos. Gene Stupnitsky é sagaz ao trazer convenções dos filmes de ‘high-school’ para o universo da criançada e, a partir deles, realçar bem-vindas mudanças. 

A fórmula é basicamente a mesma. Tem os populares, o bullying, o esforço para impressionar a garota perfeita. Só que os “adolescentes” da vez agora têm 11\12 anos. Com um olhar afiado para esta fase da vida, o realizador arranca gargalhadas ao brincar com a mentalidade desconstruída das crianças de hoje, ao traduzir o misto de precocidade e desconhecimento, curiosidade e pressa. Stupnitsky ri da visão dos garotos sobre a vida adulta, sobre a relação deles com “utensílios” dos seus pais, sobre os tabus\medos em torno de alguns ritos de passagem. E isso sem infantilizá-los. O longa respeita a personalidade deles, evita os reduzir a meros arquétipos. O humor adulto nunca menospreza a inteligência\sentimentos\ignorância deles. No fim, ainda sobra espaço para uma tocante reflexão sobre a amizade na infância e as complexas mudanças que se avizinham. Com gags impagáveis, um elenco entrosado e uma visão própria sobre a infância de hoje em dia, Os Bons Meninos é uma incorreta e peculiar brincadeira de criança. E, desta vez, sem apelar para o senso de nostalgia que impregnou o gênero nas últimas décadas.

Onde Assistir: Google Play.

Leia também a nossa lista com os filmes que passaram despercebidos em 2018 e em 2017.

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