segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Top 10 | Melhores Blockbusters da Década (2010-2019)


Vivemos uma década marcante para o cinema blockbuster. Poucas vezes Hollywood empregou tanto dinheiro dentro do segmento. Vimos o recorde nas bilheterias de Avatar (2009) ser destronado por Vingadores: Ultimato (2019). Vimos o MCU crescer para revolucionar o conceito de universo compartilhado. Vimos a marca Star Wars retornar com força total. Vimos o mercado da animação deixar de ser “coisa de criança”. Vimos experiências cinematográficas de tirar o fôlego. Vimos velhas franquias revitalizadas. Vimos grandes filmes. Literalmente. Neste Top 10, portanto, vamos falar sobre o bom e velho cinema pipoca com uma lista com os dez melhores blockbusters da década. Como critério, além do gosto pessoal, resolvi me ater ao conceito clássico de arrasa-quarteirões. Filmes milionários, lucrativos e principalmente voltados para todos os públicos. Dito isso, títulos como Planeta dos Macacos: A Guerra, Blade Runner 2049 e Coringa estarão de fora desta lista. Sem mais, vamos ao Top 10. Leia também a nossa lista com vinte das grandes surpresas da década

10º Capitão América: Guerra Civil (2016)


Um dos melhores e mais densos projetos do MCU, Capitão América: Guerra Civil é verdadeiramente o primeiro filme evento pensado por Kevin Feige. No trabalho de estreia dentro da franquia, os irmãos Anthony e Joe Russo colocaram super-heróis contra super-heróis num embate de proporções até então inéditas dentro gênero. Tudo isso numa obra profunda, com conflitos sólidos, um antagonista cerebral, efeitos visuais impressionantes e o impactante retorno de Peter Parker\Homem-Aranha ao Universo Cinematográfico da Marvel. Um filme que, ao não enfraquecer o aguardado confronto ideológico entre o Time Capitão América (Chris Evans) e o Time Homem de Ferro (Robert Downey Jr), preparou o terreno para o que estava por vir.

9º Moana (2016)


Com uma protagonista empoderada e cativante, Moana invadiu a cultura polinésia numa história sobre independência, amadurecimento e o impacto da perversidade humana na natureza. Indo muito além do magnífico visual e dos expressivos números musicais, o longa dirigido por Ron Clements e John Musker nos presenteou com uma aventura densa, com sólidos elementos humanos e uma parábola ambiental simplesmente genial. Uma mensagem preciosa capaz de comover crianças e adultos com a mesma facilidade. Além disso, Moana conseguiu atualizar o conceito de princesa Disney ao tirar do papel uma protagonista com motivações muito mais complexas do que o costume dentro do segmento. Um filme memorável.

8º Homem-Aranha no Aranhaverso (2019)


Por falar em filmes visualmente primorosos, Homem-Aranha no Aranhaverso revolucionou o mercado da animação ao presentear o público com algo totalmente novo. O filme de super-herói mais original desde Guardiões da Galáxia (2014), o longa dirigido pelo trio Bob Persichetti, Peter Ramsey e Rodney Rothman revigorou o segmento com traços estilizados, um argumento inventivo e uma veia pop\urbana empolgante. Com a coragem para levar o conceito de multiverso dos quadrinhos para a tela grande, a bem-sucedida produção da Sony reuniu as principais versões do Homem-Aranha numa produção capaz de reunir várias técnicas de animação com absoluta autenticidade. O resultado é uma experiência vigorosa, cômica e vertiginosa que, apesar dos seus muitos predicados, conseguiu fazer da representatividade o seu grande diferencial.

7º Divertida Mente (2015)


Com o selo Pixar de qualidade, Divertidamente é o tipo de pérola que de tempos em tempos surge no cinema. Por trás de uma “roupagem” lúdica existe um estudo sobre a mente humana complexo, humano e dramático. Num momento em que tantos sofrem com as dores de cunho emocional, o longa dirigido por Pete Docter tocou em reconhecidas feridas ao narrar as desventuras de uma jovem às avessas com as suas próprias emoções em meio a uma inesperada mudança. Com um trabalho de construção de mundo primoroso, o drama provoca um misto de sensações ao propor um dos mais intimistas ‘coming of age movies’ já pensado. Poucos filmes conseguiram investigar temas como depressão, isolamento social e o fim da infância com tamanha genialidade e criatividade.

6º Os Vingadores (2012)


O MCU pode ser dividido em duas fases. Antes de Os Vingadores (2012) e depois. O primeiro lançamento inquestionável da Marvel Studios pós-Homem de Ferro, o longa dirigido por Joss Whedon entregou tudo aquilo que os fãs dos quadrinhos esperaram anos para ver. Uma aventura épica, com efeitos visuais marcantes para a época, um vilão exemplar, sequências de ação empolgantes e um clímax à altura daquilo que o MCU queria\prometia ser. Ver Homem de Ferro, Capitão América, Thor e Hulk juntos pela primeira vez por si só já valeria o ingresso. Whedon, porém, não se contentou em fazer o simples. Com um supergrupo em construção, o cineasta acertou em cheio no desenvolvimento da instável dinâmica entre os personagens, encontrando o tom que viria a definir o Universo Cinematográfico da Marvel. O resultado foi um estrondoso sucesso de público e crítica que significou o sinal verde que Kevin Feige precisava para pensar cada vez mais alto.

5º Star Wars: Rogue One (2016)


E o melhor filme do remodelado universo Star Wars foi uma ‘prequel’. Ok, O Despertar da Força é um belo blockbuster. Nostálgico, empolgante e promissor. Já Os Últimos Jedi é talvez um dos arrasa-quarteirões mais corajosos lançados na década. Uma continuação capaz de desafiar o status-quo da franquia com rara dose de desapego. Foi com Rogue One, porém, que pudemos assistir Star Wars em sua máxima potência. Com sequências impactantes, um crescente tom de urgência e um senso de pertencimento à trilogia clássica muito autêntico, o longa dirigido por Gareth Edwards invade esta galáxia muito, muito distante com um senso de realismo ímpar. A guerra finalmente chegou ao universo Star Wars. Tudo é muito pesado. Muito cinza. Muito dúbio. Existe um grande senso de consequência. Com a radiante Felicity Jones na pele da valente Jyn Erso, Rogue One foi além ao tratar a Força com um peso nunca antes visto. O contexto religioso salta aos olhos de forma emocionante, culminando em algumas das melhores sequências de toda a saga. Contando ainda com a impactante presença de Darth Vader, Star Wars: Rogue One é um blockbuster pesado e poderoso. Um filme drástico.

4º Vingadores: Ultimato (2019)


Uma obra sem precedentes dentro da poderosa indústria da cultura pop, Vingadores: Ultimato é um filme que não é só UM filme. Ele traz consigo uma parte da essência dos vinte e um capítulos anteriores do Universo Cinematográfico da Marvel. É a síntese de uma saga construída com esmero, com respeito aos fãs, com apreço pelos detalhes. Os irmãos Anthony e Joe Russo encontram aqui a oportunidade de exaltar tudo o que de melhor o MCU tem a oferecer. O senso de diversão. A riqueza de personagens. A dinâmica entre eles. O peso dramático. A ambição narrativa. O virtuosismo estético. E (claro!) muito altruísmo. O que, a meu ver, talvez seja o principal predicado de Ultimato. O maior filme de super-herói de todos os tempos é também o de maior coração. Não importa o tamanho da escala das batalhas. Não importa a imponência do vilão. Não importa o senso de urgência. Neste impactante fim de ciclo, Vingadores: Ultimato é retumbante ao reverenciar a jornada dos seus humanos personagens, a importância de cada um deles (do menor ao maior) e o efeito catártico causado por eles junto ao público. Mais MCU impossível.

3º Toy Story 3 (2010)


A quarta animação desta lista é também a mais emocionante. Mais do que um grande filme, Toy Story 3 marcou um fim de ciclo para uma geração. Ali, então pela última vez, iriamos ver Andy, Woody, Buzz e toda a turma embarcarem em sua derradeira jornada. E a Pixar tratou de fazer esta brincadeira de criança se tornar a mais emblemática possível. No filme mais maduro e comovente da franquia, Lee Unkrich foi além da aventura pela aventura ao acompanhar a última volta para casa deste impagável grupo de brinquedos antes de uma melancólica despedida. Com sequência antológicas, o longa conseguiu explorar o senso de companheirismo dos seus personagens com absoluta sinceridade, testando as expectativas do público ao flertar com situações desesperadoras. No fim, porém, tal qual em muitas fases das nossas vidas, o final de um ciclo marca o começo de outro. Com sutileza e um agradável sabor agridoce, Toy Story 3 pontuou esta inesquecível trilogia de forma única, nos brindando com uma das cenas de conclusão mais bonitas da história recente do cinema.

2º Gravidade (2013)


Ao longo dos onze anos de Cinemaniac nenhuma experiência cinematográfica marcou tanto quanto a proposta por Gravidade. Com efeitos visuais impressionantes, Alfonso Cuarón nos abandonou no espaço ao lado de Sandra Bullock numa verdadeira jornada cinematográfica de sobrevivência. Aliando a complexidade dos efeitos visuais à simplicidade de uma ótima trama, o realizador mexicano explorou com primor o que de melhor o cinema tem a oferecer na construção de um imersivo thriller espacial. O espaço nunca foi tão ameaçador e sufocante. Num ‘mise en scene’ fantástico, Cuarón combinou efeitos práticos e digitais na construção de sequências angustiantes, daquelas que permanecem com o público ao final da sessão. E isso, verdade seja dita, sem sacrificar a jornada da sua protagonista. Por trás do CGI e do virtuosismo técnico existe uma história de superação íntima e genuinamente feminina, capitaneada pelo inesgotável carisma de uma solitária Sandra Bullock. Uma obra cinematográfica grandiosa que não envelheceu um segundo sequer desde o seu lançamento.

1º Mad Max: Estrada da Fúria (2015)


Da mente de um senhor de 70 anos nasceu o melhor blockbuster da década. Mad Max: Estrada da Fúria é catarse em formato fílmico. De volta a franquia que o consagrou com intenções ainda mais ousadas, o veterano George Miller revolucionou o cinema de ação ao tirar do papel uma obra de proporções insanas. Com efeitos práticos inacreditáveis, o realizador australiano trocou o conforto do CGI pelo peso da destruição real numa obra sobre liberdade, repressão, desigualdade, escassez de recursos naturais e muita (mais muita) velocidade. Visualmente, Mad Max: Estrada da Fúria é uma experiência cinematográfica inigualável. Ação, edição, montagem, direção. Miller usa todas as suas ferramentas (e o peso da experiência) na construção de perseguições alucinantes e do inigualável clima de urgência. Nem só de explosões e carburadores em chamas vive o longa. Numa daquelas sacadas de gênio, o diretor subverte o status quo da sua própria franquia ao transformar o seu protagonista em coadjuvante. Mais do que isso, na luta contra a opressão masculina, uma mulher, a rebelde imperatriz Furiosa (Charlize Theron), se insurge contra os seus superiores, iniciando um jogo de gato e rato profundo, recheado de conflitos realistas e com uma mensagem de empoderamento rara. Em suma, poucos filmes lançados na década mereceram tanto o status de obra-prima quanto Mad Max: Estrada da Fúria.

Menções (Muito) Honrosas

- A Invenção de Hugo Cabret (2011)



Martin Scorsese reverência um dos primeiros pais do gênero Fantasia num blockbuster nostálgico, inteligente e absolutamente virtuoso.

- Círculo de Fogo (2013)


Guillermo Del Toro coloca robôs para combater monstros titânicos num confronto espetaculoso sem precedentes dentro da Sétima Arte até então.

- Guardiões da Galáxia (2014)



Um supergrupo obscuro é transformado num revigorante fenômeno pop no suprassumo da ousadia da Marvel Studios.

- Logan (2017)




Hugh Jackman e o seu Wolverine ganham o filme solo que sempre mereceram: violento, denso e de uma beleza bruta difícil de se traduzir em palavras.

- Baby Driver (2017)


Uma ópera no asfalto com personagens cativantes, uma estilosa linguagem pop e uma trilha sonora capaz de tornar qualquer perseguição ainda mais empolgante.

- Vingadores: Guerra Infinita (2018)



O impactante começo do fim que só não está na lista acima por não ter (ou ser, felizmente) um final.

Não podemos esquecer também: - As Aventuras de Pi (2012); Como Treinar o Seu Dragão 2 (2014); Missão Impossível: Nação Secreta (2015); Pantera Negra (2018).

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