domingo, 8 de janeiro de 2017

Top 10 (Animações Disney)


Neste final de semana chegou aos cinemas o extraordinário Moana: Um Mar de Aventuras (leia a nossa opinião aqui), o mais novo triunfo estético e narrativo dos estúdios Disney. Após os ótimos Frozen: Uma Aventura Congelante, o divertido Operação Big Hero 6 e o espetacular Zootopia: Essa Cidade é o Bicho, o longa dirigido por Ron Clements e John Muskers chega para assegurar a retomada criativa do selo Walt Disney Animations, que, indiscutivelmente, vive a sua melhor fase desde a década de 1990. Pois bem, após sucessivos adiamentos, chegou a hora de fazer uma lista com as minhas animações prediletas deste querido estúdio. Dito isso, vamos aos critérios. Como de costume, o gosto pessoal foi o fator decisivo na confecção deste Top 10. Portanto, não estranhe a ausência dos clássicos Fantasia (1940), Bambi (1942), Cinderela (1950), A Bela Adormecida (1959) e Mulan (1998), títulos reconhecidamente excelentes, mas que não estão entre os meus preferidos. Além disso, esta lista terá apenas animações produzidas pela Disney, desta forma deixarei de fora os trabalhos sob o selo da Pixar. Dito isso, levando em consideração não só o meu vínculo afetivo com o passado da companhia, como também o nível de qualidade da recente nova safra de produções Disney, começamos com...


10º Dumbo (1941)


Um dos protagonistas mais carismáticos da Disney, o orelhudo Dumbo protagoniza uma daquelas fábulas com a essência do estúdio. Com traços lúdicos, uma premissa densa e momentos comoventes, o longa vai dos risos às lágrimas ao narrar a jornada de um elefantinho que sofre preconceito por suas exóticas características físicas. Na boa, ao lado da morte da mãe do Bambi e da queda do Mufasa, a cena em que Dumbo é separado da sua querida mamãe está entre as mais tristes do estúdio. Além disso, a relação de amizade entre o Dumbo e o pequeno Timóteo é adorável, justamente por colocar em cheque estes rótulos, já que elefantes e ratos são frequentemente pintados como criaturas incompatíveis.

9º Frozen: Uma Aventura Congelante (2014)


Talvez o maior fenômeno pop da Disney da última década, Frozen (leia a nossa opinião aqui) se tornou um clássico instantâneo. Impulsionado pelo 'hit' “Let it Go”, uma daquelas canções temas com a cara do estúdio, o longa dirigido por Chris Buck e Jennifer Lee deu uma nova conotação aos contos de fadas ao narrar a afetuosa historia de amizade das princesas Elsa e Anna. Apesar de ainda trazer o pano de fundo amoroso, a película se esquiva dos clichês do gênero ao se revelar uma fábula sobre o empoderamento feminino, um tema complexo abordado com intimismo e sinceridade. Além disso, o visual do filme é fantástico, principalmente na libertadora sequência musical que se tornou símbolo desta película.

8º A Pequena Sereia (1989)


Um dos trabalhos mais particulares da Disney, A Pequena Sereia é um conto de fadas que superou as barreiras do gênero. Além de trazer a minha princesa predileta do estúdio, a corajosa Ariel, o longa dirigido por Ron Clements e John Musker tem tudo que uma animação deveria ter. Com personagens carismáticos, um cenário exuberante, uma vilã memorável e encantadores números musicais, A Pequena Sereia foi um dos responsáveis pelo renascimento da Disney, a retomada do estúdio num momento em que as suas produções já não conseguiam atrair as atenções do grande público.

7º Mogli: O Menino Lobo (1967)


Inspirado na clássica obra do escritor Rudyard Kipling, Mogli: O Menino Lobo é uma aventura recheada de carisma. Responsável por nos apresentar a dois dos mais marcantes números musicais da história da Disney, as canções “Bare Necessities” e “I Want be Like You”, a adorável animação encanta ao investir em traços lúdicos e coloridos, um visual vibrante que se torna um dos grandes trunfos do longa. Além disso, Mogli traz talvez a mais perfeita combinação de personagens da Disney. Todos os animais que surgem em cena são absolutamente cativantes, com destaque para a zelosa pantera Baguera, o preguiçoso urso Baloo, a traiçoeira cobra Kaa e inteligente macaco Rei Louie. Por mais que o argumento soe exageradamente familiar aos olhos do espectador atual, Mogli tem um charme que é difícil de traduzir em palavras. E por mais que a dublagem no idioma original seja sensacional, a clássica versão brasileira é igualmente fantástica, um trabalho repleto de termos e expressões particulares que só potencializam a personalidade dos personagens.

6º Zootopia: Essa Cidade é um Bicho (2016)


O melhor exemplo da parceria Disney\PIxar, Zootopia (leia a nossa opinião aqui) é uma fábula reflexiva sobre o preconceito social. Fazendo um excelente uso dos perspicazes arquétipos animalescos, o longa revolucionou a estrutura do estúdio ao investir numa abordagem curiosamente 'noir', um suspense envolvendo a investigação de uma determinada coelhinha policial e uma ardilosa raposa. Com um cenário totalmente original, personagens cheios de personalidade e uma edificante mensagem igualitária, Zootopia elevou o padrão das produções do estúdio ao propor uma parábola genial sobre a natureza humana. Com US$ 1,02 bi faturado ao redor do mundo, aliás, Zootopia se tornou um inesperado sucesso de público, uma prova que a originalidade tem sido recompensada dentro do universo da animação.

5º Moana: Um Mar de Aventuras (2017)


Assim como Frozen e Zootopia, Moana já merece dividir espaço no panteão das grandes produções Disney. Com uma protagonista moderna, uma visual espetacular e uma mensagem recheada de simbolismos, o longa dirigido pela dupla Ron Clements e John Muskers é a obra certa, na hora certa. Além do seu forte subtexto ambiental, a animação avança ao debater sobre o papel da "princesa" Disney dentro da nova geração, se desprendendo de alguns enraizados temas ao propor uma abordagem inteligente e aventuresca. E como se não bastasse isso, a película resgata a mais pura essência dos estúdios Disney ao construir um universo mágico e encantador, um cenário riquíssimo potencializado pelos marcantes personagens e pela fascinante trilha sonora. Assim “Let It Go”, aliás, o hit "How Far I'll Go" tem todos os ingredientes para emplacar e se tornar um sucesso junto à garotada. 

4º A Bela e a Fera (1991)


O melhor conto de fadas da história da Disney, A Bela e a Fera é o mais perfeito exemplo do virtuosismo estético do estúdio. Mesmo ainda inserido no universo do 2-D, o longa dirigido por Gary Trousdale e Kirk Wise significou um avanço dentro do gênero ao utilizar o CAPS, o Sistema de Produção de Animação Computadorizada, um aparato tecnológico que, numa explicação rasa, digitalizava as imagens e incrementava elementos como as cores e a relação entre a figura e o fundo. Graças a este dispositivo, por exemplo, foi possível construir a majestosa sequência da dança, uma cena grandiosa que se tornou marcante pelo evidente sendo de profundidade e pela fluidez com que os realizadores capturaram o bailar dos personagens. Assim como Moana, porém, A Bela e a Fera está longe de ser apenas um triunfo visual. Indo além da complexa história de amor entre a determinada Bela e a reclusa Fera, o longa é uma daquelas produções Disney recheadas de simpáticos coadjuvantes, entre eles o candelabro Lumiere, a pequena xícara Chip e o relógio Orloge. Isso para não falar da primorosa trilha sonora, um trabalho marcante capitaneado pela excelente "The Beauty and The Beast".

3º Pinóquio (1940)


A mais incisiva e corajosa fábula da Disney, Pinóquio é uma animação poderosa. Inspirado na criação do escritor Carlo Collodi, o longa foi passando de geração para geração sem nunca perder a sua universalidade e a sua beleza. Através de um fantástico protagonista, uma marionete que sonhava em se tornar um menino de verdade, o filme abraçou o tom lúdico ao revelar os perigos do mundo moderno. Sob um prisma inocente, mas nunca condescendente, Pinóquio fala, dentre outras coisas, sobre o abandono escolar, sobre vícios e o peso da mentira. A relação entre o boneco e o seu criador, o simpático Gepetto, é singela e afetuosa, assim como as mágicas presenças da Fada Azul e do consciente Grilo Falante. Além disso, como se não bastassem os traços cativantes e os encantadores números musicais, a cena do relógio, em particular, é excelente, Pinóquio nos brindou ainda com a canção "When aWish Upon a Star", um dos maiores clássicos musicais da Disney.

2º Aladdin (1992)


Após brilharem em A Pequena Sereia, a dupla Ron Clements e John Muskers alcançaram o ápice das suas respectivas filmografias com empolgante Aladdin. De longe uma das animações mais presentes na minha infância, o longa se revela uma entretenimento completo. Engraçadíssimo, aventureiro e genuinamente romântico, a película utiliza os seus carismáticos personagens para construir uma daquelas impossíveis histórias de amor. Uma premissa aparentemente requentada, mas que aqui ganha uma conotação totalmente original graças a exuberância estética e narrativa. Como não se lembrar do hilário Gênio, do afetuoso Abu, do expressivo Tapete Mágico e do corajoso Aladdin. Ou então do sarcástico Iago, do bonachão Sultão e do ardiloso Jafar. Além disso, a dupla de realizadores é virtuosa ao compor tanto as empolgantes cenas de ação, quanto os originais números musicais, uma pluralidade que transformou Aladdin num aventura para todos os públicos e idades. Um daqueles fenômenos que, felizmente, eu tive a oportunidade de experimentar de perto durante a minha infância.

1º O Rei Leão (1994)


A primeira posição desta lista, porém, não poderia ser de qualquer outro que não fosse O Rei Leão. Talvez o primeiro grande filme que eu tive a oportunidade de assistir no cinema, o longa dirigido por Roger Allers e Rob Minkoff já mostra o seu potencial logo na primorosa cena de abertura, uma explosão de cores, música e energia que define o poder do material que virá a seguir. Com uma das melhores trilhas sonoras da história do gênero, O Rei Leão nos oferece um espetáculo ainda hoje ímpar, uma aventura densa que equilibra elementos da comédia, do drama e da ação com absoluta naturalidade. Dono de uma das cenas mais tristes do universo Disney, a animação fascina ao narrar a ascensão do pequeno Simbad, um leãozinho órfão que, após ser criado por um javali e um suricate, se vê obrigado a salvar o reino do seu pai das garrar do seu nefasto tio Scar. Assim como em Alladin, O Rei Leão impressiona pela sua vasta quantidade de carismáticos personagens, entre eles os impagáveis Timão e Pumba, o bondoso Mufasa e as hilárias hienas. E como se não bastasse o extraordinário aspecto visual, a savana africana nunca foi tão colorida, o longa ainda nos presenteou com canções do quilate de "Hakuna Matata" e "Ciclo sem Fim", elementos que, na minha humilde opinião, transformaram O Rei Leão na melhor animação da história da Disney.

Fora da Disputa

- Branca de Neve e os Sete Anões (1937)


O primeiro longa metragem da Disney, Branca de Neve e os Sete Anões é um triunfo estético à frente do seu tempo. Popularmente conhecido como o primeiro filme totalmente colorido, a animação inaugurou também a era das princesas do estúdio ao adaptar um dos populares contos dos Irmãos Grimm. Com um visual riquíssimo, carismáticos números musicais e uma premissa que se tornaria recorrente dentro do gênero, o longa nos brindou com personagens marcantes, entre eles a nefasta rainha má e os adoráveis sete anões, elementos que tornaram o filme uma dos trabalhos mais importantes da história da companhia. O grande carro-chefe deste aclamado estúdio.

Merecem Destaque

- Hércules (1997)


Uma aula de como se pegar uma história amplamente conhecida e readapta-la dentro de um universo completamente novo. Fazendo um excelente uso dos elementos mitológicos, Hércules é uma aventura vigorosa marcada pelos cativantes personagens e pelos cativantes números musicais. O vilanesco Hades, aliás, é sensacional, assim como os demais (e coloridos) deuses gregos.

- Detona Ralph (2012)


Indo de encontro ao destino da maioria das adaptações cinematográficas de games, Detona Ralph comprovou que este universo pode funcionar nas telas grandes. Nostálgico e aventureira, o singelo longa conquistou a atenção do grande público ao narrar a rotina dentro de uma máquina de videogame. Com personagens cativantes e divertidas cenas de corrida, a animação acerta ao dialogar frequentemente com o universo arcade, fazendo hilárias referências à clássico do quilate de Street Fighter e Super Mario.

- O Cão e a Raposa (1981)


Inspirado no livro homônimo de Daniel P. Mannix, O Cão e a Raposa é uma das mais belas e tocantes produções da Walt Disney Animations. Trazendo uma edificante mensagem de amizade e respeito as diferenças, o longa acompanha a afetuosa relação entre a raposa Dodó e o cãozinho de caça Tobi, dois amigos inseparáveis que crescem juntos sem saber que as suas espécies eram separadas pelo regime presa\predador. Com afetuosos números musicais e um visual altamente atraente, O Cão e a Raposa foi um dos primeiros trabalhos do hoje cultuado John Lasseter na Disney. Na verdade, ele aparece no IMDB entre os animadores não creditados do longa. Pouco tempo depois, inclusive, Lasseter deixaria o estúdio, fundaria a Pixar e escreveria seu nome na história do gênero ao estar ligado direta ou indiretamente a clássicos do quilate de Toy Story, Monstros S.A, Procurando Nemo e Wall-E. Curiosamente, após a fusão entre as duas gigantes da animação, John Lasseter voltou à Disney como o diretor do departamento de criação e um dos grandes responsáveis pela retomada da companhia.

- Alice no País das Maravilhas (1951)


Adaptação da clássica história de Lewis Carroll, Alice no País das Maravilhas é uma aventura única. Através do ponto de vista da curiosa protagonista, o longa faz jus ao seu título e fascina ao reproduzir o mundo de cores, criaturas exóticas e magia idealizado pelo escritor britânico. Sob a supervisão do próprio Walt Disney, num das suas últimas grandes colaborações nas produções do estúdio, Alice traz tudo aquilo que mais me encanta numa animação, incluindo um cenário repleto de possibilidades, personagens cativantes e uma premissa que em nenhum momento subestima a inteligência do espectador.

- Lilo e Stich (2002)


Possivelmente o último grande sucesso da Disney no seu formato clássico, Lilo e Stitch é uma daquelas particulares histórias de amizade que o estúdio se acostumou a nos oferecer. Um dos filmes mais engraçados da companhia, o longa dirigido por Dean DeBlois, Chris Sanders flertou com uma abordagem mais "mundana" ao introduzir um protagonista animalesco, o inconveniente Stitch. Destrutivo, agressivo, mas incrivelmente cativante, o alienígena azul é um dos personagens mais originais da Disney, um elemento louco que só potencializou a fascinante relação de amizade entre ele e a inocente Lilo. Além disso, apesar da sua sincera vocação cômica, o longa é sutil ao flertar também com alguns temas mais sentimentais, adicionando um elemento humano\familiar que se torna decisivo para o êxito desta curiosa aventura.

- Operação Big Hero 6 (2014)


E para encerrar esta lista uma adaptação da Marvel feita pela Disney Animation. Sim, Operação Big Hero 6 é inspirado numa super equipe nipônica do selo da casa das ideais. Apesar da versão completamente remodelada, o longa dirigido pela dupla Don Hall e Chris Williams se tornou um estrondoso sucesso de público ao adotar um empolgante tom aventureiro sem abdicar da essência familiar do estúdio. Com personagens divertidos, o bonachão Baymax é sensacional, Operação Big Hero 6 nos brindou com grandiosas cenas de ação e um antagonista com um visual realmente marcante.

E se você gostou do tema, leia também a nossa matéria com os Melhores eos Piores Filmes da Pixar e o nosso Top 10 com as mais Marcantes Canções das Animações Disney 

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