quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Os vilões que fizeram feio nos filmes de super-heróis


Um dos pontos mais questionáveis do divertido Liga da Justiça, o vilão Lobo da Estepe (Ciarán Hinds) não ficou à altura do tão aguardado encontro deste icônico supergrupo. Embora funcione como um agente catalisador da trama, principalmente quando o assunto é a junção da super equipe do Universo DC, o genérico antagonista surge em cena com motivações rasas e indiscutivelmente mal desenvolvidas. Uma figura unidimensional que, no final das contas, só quer dominar o mundo. O grande problema aqui, entretanto, não está somente no aspecto narrativo. Longe disso. Confesso que, com um visual mais bem trabalhado, o personagem nem me incomodaria tanto assim. O problema é que, apesar do orçamento estimado em US$ 300 milhões, Zack Snyder nos oferece um  vilão "digitalizado" completamente inexpressivo. Com um CGI de péssimo gosto, um 'lip sync' estranhíssimo e um aspecto artificial, o Lobo da Estepe parece ter nascido com o prazo de validade vencido, uma combinação de equívocos que não é nova dentro do gênero. Se comparado com os demais integrantes deste artigo, entretanto, o vilão de Liga da Justiça nem está entre os piores. Confira a nossa lista com alguns dos antagonistas mais fracos\toscos dos filmes de super-heróis. 

- Homem-Nuclear (Mark Pillow) - Superman IV: Em Busca da Paz (1987)



E para começar uma verdadeira bomba. Superman IV é um daqueles filmes imperdoáveis. Nada funciona. E uma das piores coisas do longa está no seu vilão, o genérico Homem-Nuclear. Criado para o filme, o personagem interpretado por Mark Pillow se revelou uma espécie de Bizarro loiro e musculoso, um clone do Superman genérico que sintetiza o nível de qualidade\originalidade desta produção.

- Senhor Frio (Arnold Schwarzenegger) - Batman e Robin (1987)



O principal responsável pela derrocada dos filmes de super-heróis no final dos anos 1990, Batman e Robin se revelou uma piada de péssimo gosto. Após o sucesso comercial do cômico Batman Eternamente (1995), o diretor Joel Schumacher recebeu carta branca para elevar o nível da loucura. O resultado foi um fiasco. Detonado pela crítica e pelos fãs dos quadrinhos, o longa simplesmente descaracterizou todos os personagens do Universo Batman. Pior para o Mr. Freeze, um vilão "lado B" que ganhou uma versão ridícula na tela grande. Apesar do carisma de Arnold Schwarzenegger, o antagonista se mostrou raso, patético e nada ameaçador, uma figura que no tempo livre usa pantufas e abusa das frases de duplo sentido.

- Bane (Jeep Swenson) - Batman e Robin (1997)



E o pior ainda estava por vir. Um dos vilões mais populares do Universo DC, o brutamonte Bane (Jeep Swenson) ganhou uma versão bizarra nas mãos de Joel Schumacher. Capanga da Hera Venenosa (Uma Thruman), uma das poucas coisas assistíveis no longa, o antagonista surgiu em cena inflado e vestindo uma roupa de couro patética. Um coadjuvante inexpressivo e totalmente distante dos quadrinhos. Menos mal que, anos mais tarde, Christopher Nolan tirou o personagem do limbo e o redimiu no grandioso Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge, reforçando o quão esdrúxula foi a adaptação pensada por Schumacher.

- Mercenário (Colin Farrell) - O Demolidor (2003)



Esse é o típico caso em que os realizadores não entenderam o espírito do material fonte. Num primeiro momento, tudo parecia funcionar bem em Demolidor: O Homem sem Medo. O elenco era de ótimo nível, o visual fiel aos quadrinhos, as cenas de ação eram competentes. O resultado, porém, ficou bem aquém do esperado, principalmente pelo descuido do roteiro\direção quanto à construção dos personagens. Enquanto Ben Affleck simplesmente não convenceu na pele de um apático Demolidor, o talentoso Colin Farrell beirou o ridículo com o seu afetado Mercenário. Entre trejeitos forçados e maneirismos vergonhosos, o ator errou no tom e pecou pelo excesso ao entregar um antagonista ruim em todos os sentidos.

- Laurel Hedare (Sharon Stone) - Mulher-Gato (2004)



O Universo DC sofreu em mãos erradas. Após ganhar a tela de maneira sexy e impactante em Batman: O Retorno (1992), a Mulher-Gato ganhou o seu filme solo. Pior para a representação feminina dentro do gênero, que só agora, após quase duas décadas do sucesso da redentora trilogia X-Men, voltou assumir o protagonismo dentro do gênero. Com a vencedora do Oscar Halle Berry no papel principal, o longa dirigido por Pitof (quem?) tirou do papel a pavorosa vilã Laurel Hedare, uma executiva do ramo cosmético que de tanto usar um creme para peles desenvolveu super resistência. Com um plot destes nem Sharon Stone salva.

- Doutor Destino - Quarteto Fantástico (2005)



Um dos supergrupos mais queridos dos quadrinhos, o Quarteto Fantástico não consegue ganhar uma adaptação à sua altura. Apesar dos personagens cativantes, das inúmeras histórias e da popularidade das hq's, a criação de Stan Lee e Jack Kirby não funcionou, rendendo filmes genéricos e problemáticos. Nenhum dos personagens deste universo, entretanto, sofreu tanto quanto o icônico Dr. Destino. Um dos vilões mais icônicos e maquiavélicos do Universo Marvel, Victor Von Doom ganhou uma versão canastrona nas mãos do afetado Julian McMahon. Apesar do visual do personagem merecer elogios, principalmente se comparado com a péssima representação digital na caótica última versão do Quarteto Fantástico (2015), o diretor Tim Story não conseguiu encontrar o tom do personagem, estragando um dos vilões mais marcantes de Universo Marvel.

- Coração Negro (Wes Bentley) - Motoqueiro Fantasma (2007)



Antes da tão elogiada Fórmula Marvel vigorar, Hollywood tentou emplacar o seu "tom familiar" dentro do gênero. Para isso, entretanto, os produtores simplesmente passavam por cima do material fonte, descaracterizando obras como O Quarteto Fantástico, O Demolidor e Motoqueiro Fantasma. Um dos personagens mais sombrios do Universo Marvel, o Motoqueiro ganhou um filme leve e colorido nas mãos do diretor Mark Steven Johnson. O resultado é o vilão Coração Negro, um personagem poderoso e nefasto que, aqui, ganhou uma versão humana 'emo' interpretada por caricato Wes Bentley. Um daqueles antagonistas genéricos e pouco ameaçadores que sequer protagoniza boas sequências de ação.

- Venom (Topher Grace) - Homem-Aranha 3 (2007)



Por falar em 'emos', Homem-Aranha 3 revela os perigos em torno de uma produção que prioriza o lucro em detrimento da qualidade. Após os excelentes Homem-Aranha (2002) e Homem-Aranha 2 (2004), Sam Raimi não estava interessado numa continuação megalomaníaca. Durante a pré-produção, entretanto, ele foi convencido pelo produtor Avi Arad a adicionar novos elementos a trama, sem saber que esse se tornaria o grande calcanhar de Aquiles do confuso longa. Contra as suas convicções, Raimi resolveu acatar o pedido e introduzir Venom, um antagonista forte e popular que poderia ajudar a inflar os lucros do terceiro filme. O resultado, porém, foi decepcionante. Além de culminar em algumas das cenas mais bizarras do longa, a maioria delas envolvendo um Peter Parker modificado pela simbiose, o poderoso Venom ganhou uma versão frouxa, motivações rasas e um arco completamente genérico. Somado a isso, apesar dos incríveis predicados visuais, o ator Topher Grace não conseguiu absorver a imponência do antagonista, criando uma versão imatura do personagem. Aqui, ao menos, as cenas de ação envolvendo Venom são (bem) legais.

- Deadpool (Ryan Reynolds) - X-Men Origem: Wolverine (2009)



Indiscutivelmente, a Fox está na vanguarda da nova era dos super-heróis do cinema. No Cinemaniac, inclusive, já postamos um artigo sobre a trajetória do estúdio e a sua importância para a retomada do gênero. É fato, porém, que um dos maiores equívocos dentro do segmento nos últimos anos é X-Men Origem: Wolverine. Assim como no caso acima, o longa dirigido por Gavin Hood mirou o lucro antes da qualidade, reunindo uma série de super-heróis numa aula de como não se adaptar uma HQ. Ninguém, entretanto, sofreu tanto quanto o falastrão mercenário Deadpool. Com uma considerável base de fãs, o anti-herói interpretado por Ryan Reynolds estava entre os pontos mais aguardados do longa. Para a decepção dos fãs, porém, o que vimos foi uma adaptação inexplicável. O incorreto personagem foi transformado num vilão genérico com g maiúsculo, um ser híbrido e (pasme) silencioso que surge como a grande ameaça dentro do último ato. Felizmente, Reynolds não desistiu do personagem, peitou a Fox na busca por liberdade criativa e resgatou a essência do mercenário no impagável Deadpool (2016).

- Chicote Negro (Mickey Rourke) - Homem de Ferro 2 (2010)



Esse está no nível Lobo da Estepe. Ao contrário da maioria não acho os vilões da Marvel Studios tão fracos assim. Embora a dobradinha DC\Warner tenha uma cartela de antagonistas mais memoráveis, o MCU tem conseguido criar oponentes operacionais, personagens bem resolvidos e visualmente impactantes que contribuem ativamente para o êxito da Fórmula Marvel. Um dos mais frágeis da franquia, no entanto, foi o terrorista Chicote Negro de Homem de Ferro 2. De longe um dos filmes mais genéricos da saga, a continuação apostou em Ivan Vanko, um soviético tão inteligente quanto Tony Stark e com sede de vingança. Sob a batuta de Jon Favreau, o longa tentou extrair o máximo do personagem, investiu na construção do personagem, no seu interessante visual e na força do ator Mickey Rourke. Não demorou muito, porém, para percebemos que ele não estava à altura do Homem de Ferro. Em suma, um oponente fraco e incapaz de sustentar sozinho um filme do Universo Marvel.

- Hector Hammond (Peter Sarsgaard) - Lanterna Verde (2011)



Ryan Reynolds custou a emplacar em um filme de super-herói. Ele estreou no gênero como um 'sideckick' do Blade no pífio Blade Trinity, deu vida ao distorcido Deadpool no já detonado X-Men Origem: Wolverine e não conseguiu salvar a bomba Lanterna Verde (2011). Pior do que o digitalizado Hal Jordan, entretanto, foi o vilão Hector Hammond interpretado por Peter Sarsgaard. Um personagem raso, visualmente estranhíssimo e com motivações fracas que explica os motivos que transformaram Lanterna Verde num verdadeiro fracasso de público e crítica.

- Malekith (Christopher Eccleston) - Thor: O Mundo Sombrio (2013)



De longe o vilão mais insosso do MCU, o maléfico Malekith reduziu o impacto do empolgante Thor: O Mundo Sombrio. Embora protagonize algumas divertidas sequências de ação com o seu poder, vide o memorável clímax, o vilão interpretado por Christopher Eccleston tem pouco a oferecer diante da imponência do personagem título. Com um arco fraquíssimo, motivações mal trabalhadas e pouco tempo de tela, o antagonista é do tipo protocolar, um personagem oco que, apesar do esforço de Eccleston, está entre os mais esquecíveis da franquia. Uma pena, já que visualmente o personagem funciona.

- Electro (Jamie Foxx) - O Espetacular Homem-Aranha 2 (2014)



Por fim o subaproveitado Electro, um vilão que, apesar de protagonizar alguns bons momentos, foi engolido por um filme divertido que sucumbiu diante das suas próprias pretensões. Interpretado pelo ótimo Jamie Foxx, o complexado vilão nasce de um interessante 'background', mas é mal desenvolvido e mal concebido pelo CGI. Por mais que funcione nas sequências de ação, o antagonista está entre os mais feios do gênero, uma aparência artificial e que nasceu datada

Um comentário:

Unknown disse...

Jamie Foxx e me ator favorito. Ele sempre surpreende com os seus papeis, pois se mete de cabeça nas suas atuações e contagia profundamente a todos com as suas emoções. Adoro porque sua atuação não é forçada em absoluto. Seguramente o êxito de Jamie Foxx 2017 deve-se a suas expressões faciais, movimentos, a maneira como chora, ri, ama, tudo parece puramente genuíno. Sempre achei o seu trabalho excepcional, sempre demonstrou por que é considerado um grande ator. Gosto muito do ator e a sua atuação é majestuosa.