sexta-feira, 12 de junho de 2020

Doze cativantes romances dos anos 1980 para embalar este Dia dos Namorados


Estamos precisando nos divertir. Revigorar o clima. Nos últimos meses nos deparamos com uma sucessão de fatos tristes. A quarentena mudou a nossa rotina. Este, sem sombra de dúvida, será um Dia dos Namorados diferentes para muitos. Mais caseiro. Mais intimista. O que torna o cinema (em casa) uma ótima alternativa de entretenimento. E se é para melhorar o astral, nada melhor do que voltar para os anos 1980. Neste singelo artigo preparei uma lista com doze dos mais cativantes romances\comédia-romântica da década de oitenta. Nós precisamos nos embebedar do fator nostalgia.


- Splash: Uma Sereia em Minha Vida (1984)

Um jovem Tom Hanks, uma sereia, um romance improvável, um ‘hit’ da Sessão da Tarde dos anos 1990. Splash: Uma Sereia em Minha é o tipo de obra gostosa de assistir. Com um ar levemente peculiar, o longa dirigido por Ron Howard fisga ao ir além do humor em torno deste disfuncional casal. Impulsionado pela extraordinária química entre Hanks e Daryl Hannah, o realizador nos brinda com uma história de amor leve e revigorante, o tipo de longa que caiu em desuso em Hollywood. Ideal para casais que curtem peixes e A Pequena Sereia.

- Gatinhas e Gatões (1984)

É impossível preparar uma lista sobre romances\comédias-românticas oitentistas e não citar John Hughes. O cineasta que, com seus filmes, moldou uma geração. Gatinhas Gatões pode não ter envelhecido tão bem em alguns aspectos. Em pequenas passagens do longa, inclusive, alguns personagens tomam atitudes um tanto equivocadas. É inegável, porém, que o charme da obra permanece intacto, muito em função do transloucado plot. Tem uma adolescente frustrada porque seus pais esqueceram do seu aniversário, tem uma aposta entre nerd e o galã, tem um japonês muito louco sofrendo na mão do roteiro, tem romance, tem Molly Ringwald, tem jovens sendo jovens. Ideal para casais mais irreverentes.

- A Rosa Púrpura do Cairo (1985)

Quem nunca se apaixonou por uma estrela de cinema? Ou até por um(a) personagem(a)? Com base nesta curiosa premissa, Woody Allen conquistou plateias ao redor do mundo com o metalinguístico A Rosa Púrpura do Cairo. Embora mais platônico, a curiosa comédia romântica é inteligente ao se apropriar do conceito de escapismo cinematográfico dentro de uma lógica mais amorosa. Mia Farrow vive uma mulher frustrada que, numa peça do destino, acaba chamando a atenção do protagonista de um filme interpretado por Jeff Daniels. O que acontece a seguir é uma bagunça com direito a “greve” dos demais personagens e uma paixão fulminante capaz de literalmente quebrar a quarta parede. Ideal para os casais fãs de cinema e da sagacidade de Woody Allen

- Admiradora Secreta (1985)

Uma das comédias teen's mais subestimadas dos anos 1980, Admiradora Secreta (1985) envelheceu muito bem. Quer dizer, com exceção do fato de uma carta ser o agente catalisador da trama. O tipo de filme que extrapola as barreiras do segmento com a sua abordagem mais descomplicada e apimentada sobre os impulsos juvenis dos seus carismáticos personagens. Uma carta anônima perdida gera uma comédia de erros impagável capaz de testar até mesmo os adultos. Sim meus amigos, algumas coisas nunca mudam... O espirituoso longa dirigido por David Greenwalt foge do lugar comum ao estender os problemas para os mais velhos. Enquanto o protagonista, o expansivo Michael, se deixa levar pela beleza física da garota mais sexy do colégio, seus pais se envolvem numa inesperada crise quando ambos começam a enxergar a grama do vizinho mais verde. Com o trio Lori Loughlin, Kelly Preston e C. Thomas Howell radiantes em cena, Admiradora Secreta garante risadas com a sua leveza oitentista, humor sagaz e uma estilosa energia teen. Toni é a melhor amiga que qualquer um poderia ter! Ideal para aqueles na dúvida do que valorizar numa relação.

- A Garota de Rosa Shocking (1986)

Poucos filmes capturam tão bem os contrastes da década de 1980 quanto A Garota de Rosa Shocking. Um filme com estilo e ao mesmo tempo verdade. Com humor e ao mesmo tempo drama. Com romance e ao mesmo tempo amizade. A partir do texto de John Hughes, o diretor Howard Dutch capricha nos tons de romantismo ao narrar a jornada de uma jovem mulher dividida entre o amigo descolado e o galã rico. Com Molly Ringwald, Jon Cryer e Andrew McCarthy enérgicos em cena, o longa captura o frisson juvenil sob uma perspectiva mais madura. A inconsequência de Gatinhas e Gatões dá lugar a uma abordagem mais intimista. Os personagens, em especial a protagonista, ganha nuances mais complexas. O que só fortalece o clima de romance. Ideal para os casais que curtem boa música e para os solteiros entenderem o perigo da friendzone.

- Namorada de Aluguel (1987)

Uma comédia-romântica com DNA oitentista, Namorada de Aluguel brinca com os arquétipos dos filmes ‘high-school’ ao valorizar o perigo escondido na popularidade. No embalo das radiantes performances de Patrick Dempsay e da saudosa Amanda Peterson, o longa dirigido por Steven Rash testa as nossas expectativas ao narrar a história de um nerd deslocado que por um acaso do destino consegue encontrar uma “brecha” para se aproximar da garota mais popular do colégio. Tudo para conseguir subir na cadeia social do colegial. Rash encontra um interessante meio termo entre a comédia e o romance, extraindo o máximo da instável dinâmica entre os personagens na construção de uma história de amor espirituosa. Ideal para os casais que não gostam de fake news.

- Manequim (1987)

Dono da premissa mais original da lista, Manequim é uma comédia romântica peculiar que não merece cair no esquecimento. Detonada pela crítica na época do lançamento, a película dirigida por Michael Gottlieb ganhou um status cult com o passar dos anos ao narrar a improvável história de amor entre um homem e um manequim desenvolvido por ele. O absurdo combinado com a fantasia torna o romance entre os carismáticos Andrew McCarthy e Kim Catrall absolutamente irresistível. Isso porque a manequim só ganha vida quando um colar mitológico é colocado no seu pescoço. Com James Spader na pele de um caricato antagonista, Manequim consagrou ainda o hino Nothing's Gonna Stop Us Now, da banda Starship. Canção que, inclusive, foi indicado ao Oscar. De longe uma das baladas que ajudam a definir os anos 1980. Ideal para os casais que curtem um romance fantástico.

- Alguém Muito Especial (1987)

Que filme apaixonante é Alguém Muito Especial (1987). Mesmo cumprindo todos os pré-requisitos do gênero, é legal ver como o mestre John Hughes "humaniza" alguns clichês dos filmes 'high-school' ao pincelar um inesperado duelo de classes travestido de triângulo amoroso. O perigo da ‘friendzone’, aqui, é discutido de forma mais sólida quando um garoto boa praça se vê apaixonado pela namorada do ricaço da região. Tudo aos olhos da sua fiel amiga, uma baterista cheia de personalidade às avessas com os seus próprios sentimentos. Com um elenco de primeira em mãos, o diretor Howard Dutch mostra uma dose a mais de maturidade ao entender os dilemas dos seus personagens e o esforço deles em conseguirem aquilo o que querem. Embora perca algumas oportunidades de um estudo mais profundo sobre a descoberta sexual, o longa constrói com leveza a complexa dinâmica dos personagens e os sentimentos entre eles. A química entre Eric Stoltz e a magnética Mary Stuart Masterson é quase que explosiva. Recheado de personagens cativantes, a exceção, óbvio, é o odioso playboy vivido por Craig Shiffer, Alguém Muito Especial é leve, divertido, cômico e genuinamente oitentista. Ideal para aqueles incapazes de enxergar que a melhor decisão pode estar ao seu lado.

- Dirty Dancing: Ritmo Quente (1987)

A escolha mais óbvia da lista, Dirty Dancing: Ritmo Quente é figurinha carimbada nas seleções cinematográficas do Dia dos Namorados. Os motivos falam por si só. É um filme recheado de momentos icônicos, com um casal de protagonistas extremamente entrosado, um elenco talentoso, um roteiro bem construído e (claro!) Time of My Life. Por trás do sucesso, no entanto, existiu uma produção que quase não saiu do papel. O dinheiro era curto, os grandes estúdios não estavam muito interessados, a rotina entre Patrick Swayze e Jennifer Gray era um problema no set. Coube ao apaziguador diretor Emile Ardolino a missão de colocar ordem na casa. E o que ele fez superou todas as expectativas. Contrariando as pessimistas perspectivas, o sensível cineasta usou o contexto para catalisar o romance entre um dançarino e a filha de um médico ricaço. Eles eram de mundos diferentes. Eles tinham mentalidades diferentes. Eles queriam coisas diferentes. Os opostos definitivamente se atraem. E ai daqueles que tentem colocar a Baby no canto. Ideal para os casais dançarinos.


- Feitiço da Lua (1987)

Uma das grandes musas dos anos 1980, Cher não poderia ficar de fora desta lista. Ainda mais quando o seu par romântico é nada mais, nada menos do que Nicolas Cage. Um romance com raízes cômicas, Feitiço da Lua é o tipo de filme com o frescor oitentista que envelheceu bem pouco desde a época do seu lançamento. Com uma premissa envolvendo mandingas lunares, relacionamentos frustrados, tradições ítalo-americanas e infidelidade, o longa dirigido por Norman Jewison encontrou na imponência de Cher a oportunidade para a construção de uma história sobre “libertação” feminina. Mesmo com um ar cômico, o realizador é habilidoso ao traduzir o efeito deteriorante da repressão sentimental na identidade de uma mulher. O amor, aos olhos de Jewison, transforma. Ideal para os casais que querem sair da rotina.

- Harry e Sally: Feitos Um Para o Outro (1989)              

Indo do humor ao amor com rara desenvoltura, Harry e Sally: Feitos Um para o Outro é uma comédia romântica deliciosa. No auge das suas respectivas carreiras, Meg Ryan e Billy Cristal formam um casal único. Dirigido pelo talentoso Rob Reiner (A Princesa Prometida, Isto é Spinal Tap, Louca Obsessão e Conta Comigo), o longa cativa ao brincar com a dinâmica dos relacionamentos amorosos, com as idas e vindas por trás de um casal. A idealização aqui fica em segundo plano. O tempo é impiedoso. O clichê do amor à primeira vista não tem vez. Uma proposta autoral marcada pelos diálogos afiados, pela excepcional química entre os protagonistas e pela direção estilosa de Reiner. Outro ponto que agrada, e muito, é a criativa montagem do filme. Indo além das desventuras do casal Harry e Sally, o argumento abre espaço para inventivos depoimentos reais, sequências peculiares que ajudam a realçar o aspecto mais imprevisível por trás de um relacionamento amoroso. Impulsionado pelas magnéticas atuações, Carrie Fisher rouba a cena sempre em que está nela, Harry e Sally foi indicado ao Oscar de Melhor Roteiro. Ideal para os casais que gostem de um DR.

- Digam o Que Quiserem (1989)

O legal desta lista é perceber a mudança de tom em alguns populares subgêneros. Num momento em que a clássica fórmula dos filmes ‘high-school’ já apresentava sinais de desgaste, o então jovem diretor Cameron Crowe fechou os anos 1980 com um dos mais importantes romances juvenis da geração. Diga o Que Quiserem quebrou expectativas ao não apostar tudo numa dinâmica reconhecível. No papel, o longa estrelado por John Cusack e Ione Skye seguia uma estrutura bem saturada. A aluna exemplar se envolve com o jovem rebelde e ‘looser’ numa relação capaz de mudar as suas respectivas rotinas. Você provavelmente já viu esta premissa antes¿ Em alguns poucos minutos, porém, Crowe imprime em tela uma palheta realista que faz toda a diferença aqui. Embora em posições diferentes dentro da estrutura social do colegial, Lloyd e Diane compartilham de sentimentos próximos. E comuns a qualquer outro jovem. Eles têm planos. Expectativas. Ela quer fazer jus a expectativa criada. Quer prosperar através do estudo, da sua rigorosa educação. Ele quer viver a sua vida, o agora. Esperto ao explorar\desenvolver este choque de mentalidade, Crowe nos brinda com um casal reconhecível, real. Da troca de experiência deles nasce um romance revigorante, com altos e baixos, movido por pressões sociais, pelos diferentes estilos de vida. Sem querer revelar muito, o subplot envolvendo o rígido pai de Diane é fantástico e só ajuda a estreitar os laços entre os protagonistas. Contando ainda com uma das sequências mais icônicas do cinema moderno, Say Anything... (no original) é um romance indispensável, um filme sincero, terno e apaixonante sobre dois jovens unidos contra as peças que só a vida é capaz de pregar.

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