domingo, 5 de abril de 2020

Dez filmes de zumbis disponíveis no streaming para assistir na quarentena


Mais uma semana de quarentena se inicia e o cinema (em casa) segue sendo uma das melhores alternativas de distração. Mais do que justo, porém, do que preparar outra lista temática com algumas das melhores opções disponíveis no streaming. Desta vez decidi reunir o melhor dos filmes de zumbi na Netflix, na Amazon Prime Video, no Telecineplay e até mesmo no Youtube. Tem título para todos os gostos. Dos mais pesados aos mais engraçados. Dos clássicos aos mais recentes. Dos mais angustiantes aos mais empolgantes. Espero que gostem. E lembrem. Fiquem em casa. Respeitem a quarentena. Se cuidem. Lavem bem as mãos. Somente juntos iremos impedir que a epidemia do coronavírus seja controlada.

Youtube

- A Noite dos Mortos Vivos (1968)


O que falar do clássico dos clássicos deste popular subgênero. Como costumo dizer, existe um tipo de zumbi antes de A Noite dos Mortos Vivos e outro depois. Com pouco dinheiro e grandes ideias, o saudoso cineasta George Romero reinventou este segmento do horror com uma pérola visceral e ainda hoje impactante. Um filme brutal em sua forma, dilacerante como poucas obras da sua época, mas carregado de comentários políticos e sociais que o transformaram num dos títulos mais bem-sucedidos da história do cinema independente americano. Escrevi mais sobre A Noite dos Mortos no Cinemaniac. Leia aqui.

Amazon Prime Vídeo

- Fido: O Mascote (2006)


É possível fazer filmes “infantis” com zumbis? Fido: O Mascote mostrou que sim. Uma espécie de Free Willy com mortos vivos, o criativo longa dirigido por Andrew Currie conquistou os fãs do gênero ao acompanhar a história de amizade entre um garoto e o seu zumbi de estimação. Com uma mitologia própria, o longa sobressaiu na turma ao nos levar para uma realidade pós-apocalíptica em que os sobreviventes tiveram que usar “mão de obra” zumbi para a ressocialização. Neste cenário, Fido surge como uma vítima dos humanos e a sua relação com o jovem protagonista garante diversão, altas confusões e (como esperado) um rastro de sangue.

- Dia dos Mortos (1985)


O desfecho da trilogia pensada por George Romero, Dia dos Mortos é facilmente um dos mais viscerais títulos do subgênero. Numa proposta bem mais suja e crítica, o cineasta desta vez questiona a ignorância humana ao investigar as descabidas tentativa de um grupo de militares em retomar o controla da situação. Mais do que questionar a repressora presença militar neste cenário por si só desolador, Romero desta vez aponta para os perigos embutidos em experimentos imorais e as consequências dos nossos atos mais violentos. Um genuíno representante do cinema de horror na lista.


Netflix

- Todo Mundo Quase Morto (2004)


Muito mais do que uma sátira reverente, Todo Mundo Quase Morto se apropriou do subgênero zumbi com comicidade, originalidade e muito estilo. Responsável por nos apresentar ao extraordinário diretor Edgar Wright, o longa estrelado por Simon Pegg e Nick Frost coloca dois amigos em meio ao apocalipse zumbi pelas ruas de uma pacata cidade britânica. Com humor afiadíssimo, uma trilha sonora fantástica e personagens absolutamente cativantes, Wright nos brindou com um hit instantâneo, uma obra recheada de predicados que ajudou a revitalizar o segmento no início dos anos 2000.

- Cargo (2017)


Um dos títulos mais subestimados do gênero lançado nos últimos anos, Cargo é um filme de zumbi com pedigree. Do deserto da Austrália para o mundo, o longa dirigido por Ben Howling e Yolanda Ramke usa a voracidade dos mortos vivos para debater a questão da apropriação cultural num thriller de horror intenso e dramático. Estrelado por Martin Freeman, a produção original Netflix coloca um pai numa desesperadora corrida contra o tempo para salvar a sua pequena filha após ser mordido por um feroz zumbi. Com uma forte carga de tensão e uma visão autoral sobre as convenções do gênero, a dupla de realizadores entrega um ‘zombie movie’ completo, um filme tenso o bastante para impactar, agressivo o bastante para incomodar e denso o bastante para comover.

- Invasão Zumbi (2016)


Os sul-coreanos entendem deste negócio de cinema. O título mais bem-sucedido do gênero em tempos, Invasão Zumbi conquistou o público e a crítica ao propor um brilhante duelo de classes em pleno apocalipse zumbi. Fazendo jus ao potencial questionador do segmento, o longa dirigido por Sang-ho Yeon colocou o dedo em enraizadas feridas sociais ao usar sedentos mortos vivos como o agente catalisador de uma alegoria absolutamente reconhecível. Presos num mesmo trem, um grupo de homens e mulheres de classes distintas precisam colocar as diferenças de lado em busca da sobrevivência, culminando num embate com muito a dizer sobre o mundo desigual em que vivemos. Um filme de zumbi raiz impulsionado pela arrepiante movimentação desordenada dos mortos vivos.

- A Noite dos Mortos Vivos (1990)


Temos o original e também o ótimo remake. Sob a batuta do mestre da maquiagem Tom Savini, A Noite dos Mortos-Vivos fez jus ao clássico de 1968 num título tão impactante e visceral quanto o original. Embora com menos a dizer a américa dos anos 1990, o realizador compensa ao investir numa história de empoderamento feminino, renegando o arquétipo da donzela indefesa ao investir numa protagonista bem mais ‘bad-ass’. Desta vez Ben (aqui interpretado por Tony Todd) não está sozinho como a voz da sensatez. Uma bem-vinda atualização que indiscutivelmente ajudou a revigorar este competente remake.

Telecine Play

- Pequenos Monstros (2019)


Um dos muitos fatores que me encantam no subgênero ‘zombie movie’ é a sua versatilidade. Eu já vi filmes de zumbi de comédia, de drama, de ação, de aventura, épicos, de horror (claro!) e até de romance. O esperto Meu Namorado é um Zumbi, de 2013, não me deixa mentir. Eu não me lembro, porém, de ter visto um título do gênero fofo. Isso até assistir o adorável Pequenos Monstros. Lançado direto no streaming no Brasil, o longa estrelado por uma reluzente Lupita Nyong’o acompanha os passos de uma dedicada professora disposta a tudo para salvar os seus cativantes pequenos alunos de uma faminta horda de mortos vivos. Com um senso de humor ora ingênuo, ora politicamente incorreto, a improvável película escrita e dirigida por Abe Forsythe causa um misto de sensações ao transitar entre o Horror, a Comédia e a Aventura sem nunca sacrificar o elemento ‘gore’. O realizador tempera o voraz segmento com humor escrachado, algumas ótimas referências e muita doçura. Na verdade, o grande trunfo de Pequenos Monstros está na sagacidade do argumento em explorar a inocência das crianças, em rir das reações dos adultos e em tornar a vulnerabilidade dos garotos um belo agente catalisador. Não se engane, porém, com a aparente inofensividade do ‘plot’. Sempre que preciso Forsythe capricha no horror. Os zumbis possuem um visual impactante. A tensão permeia a trama com consistência. Nem mesmo a queda de ritmo do segundo ato prejudica a sensação de perigo iminente. E isso, claro, sem deixar de brincar com algumas das mais tradicionais convenções do subgênero. A lentidão dos mortos vivos, em especial, rende situações divertidíssimas, principalmente quando a garotada se vê obrigada a mover pelo cenário. No embalo da carismática presença do pequeno Diesel La Torraca, o seu Félix é cômico e ao mesmo tempo encantador, Pequenos Monstros faz jus aos principais títulos do gênero ao fundir horror e humor com autenticidade.

- Como Sobreviver a um Ataque Zumbi (2015)


E não poderíamos deixar de fora um representante do cinema trash. No melhor estilo ‘terrir’, Como Sobreviver a um Ataque Zumbi é uma daquelas bobeiras cinematográficas gostosa de se assistir. Com Tye Sheridan como protagonista, o longa dirigido por Christopher Landon coloca um grupo de escoteiros como a última linha de defesa entre humanos e mortos vivos. O tipo de obra que encontra o seu charme na sua capacidade de não se levar a sério por um segundo sequer. Um longa com a cara e a irreverência dos anos 1980.

- Extermínio (2002)


Um dos meus filmes de zumbi favoritos, Extermínio sufoca e angustia como poucos do gênero. Sob a elétrica batuta de Danny Boyle, o longa troca a lentidão pela ferocidade ao narras a desesperadora jornada de um homem recém-saído do coma prestes a descobrir que o mundo em que habitava foi devastada por uma epidemia zumbi. Com uma pegada intensa e dramática, o realizador britânico vai além do horror pelo horror ao escancarar o perigo escondido na perversidade humana. Um dos muitos herdeiros diretos do clássico A Noite dos Mortos Vivos.

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