Os fãs de cinema foram pegos de
surpresas nos últimos dias com as mudanças propostas pela Academia de Artes e
Ciências Cinematográficas para as próximas edições do Oscar. Na busca por
audiência, que ultimamente tem caído drásticamente ano após ano, os
organizadores decidiram, entre outras medidas, encurtar o tempo da premiação
para três horas e anunciaram que os vencedores de algumas categorias serão divulgados
somente durante os intervalos. O que, em tese, daria mais espaço para os
principais prêmios. A mais “polêmica” das novidades, entretanto, ficou pelo
anúncio de uma nova categoria, “Outstanding achievement in popular film",
algo como Melhor Filme Popular. Embora as boas intenções sejam claras, na busca
pela “democratização” a Academia, a meu ver, está criando uma espécie de “cota”
que muito me incomoda. Desde 2010, com o aumento do número de indicados ao
prêmio de Melhor Filme, a ideia era que o Oscar começasse a valorizar mais os
bons blockbusters e os populares filmes do gênero. Uma movimentação, diga-se de
passagem, motivada pela ausência do fantástico Batman: O Cavaleiro das Trevas
na lista final dos indicados à categoria máxima no ano anterior. O que se viu
desde então, no entanto, foi uma manutenção do antigo ‘status quo’, do
pedantismo dos membros votantes em não reconhecer o valor de alguns aclamados
filmes pipocas.
Ver o extraordinário Mad Max: Estrada da Fúria, por exemplo,
perder o prêmio de Melhor Filme para o protocolar Spotlight: Segredos Revelados
foi de irritar. A impressão que fica, então, é que os organizadores se viram
obrigados a mudar esta mentalidade na base da força, com a criação de uma
categoria que dialogasse melhor com o grande público. O problema é que essa pode
ser uma faca de dois gumes, principalmente se, com isso, os blockbusters começarem
a perder o (já reduzido) espaço entre os indicados ao prêmio de Melhor Filme.
Isso porque, mesmo diante das inúmeras barreiras impostas, os “filmões” de
Hollywood sempre se fizeram presente na premiação, conquistando por méritos próprios
o público, a crítica e consequentemente os votantes. Para mostrar o quão “forçada”
é esta nova categoria, no Cinemaniac iremos relembrar de alguns destes filmes “populares”
que, sem qualquer tipo de benefício, figuraram entre os indicados ao Oscar de
Melhor Filme. Como critério, decidi me concentrar da década de 1970 para cá,
justamente quando o conceito de ‘blockbuster’ passou a ganhar a forma atual em
Hollywood. Além disso, diante das inúmeras opções, optei também por criar
alguns “pacotões”, na tentativa de dar o merecido destaque algumas das maiores
pérolas do cinema pipoca. Dito isso, começamos com...
Uma das “vítimas” prediletas do conservadorismo da Academia, os filmes de gênero geralmente são cartas fora do baralho nas principais categorias. Quando o assunto é o Suspense, aliás, as coisas só pioram. Nas últimas três décadas, só TRÊS filmes do segmento figuraram na categoria máxima. E um deles, o marcante O Silêncio dos Inocentes (1992), está longe de pertencer ao cinema pipoca. O que só aumenta o tamanho do feito da dupla O Sexto Sentido e Corra!. Separados por quase duas décadas, os longas dirigidos, respectivamente, por M. Night Shyamalan e Jordan Peele causaram um enorme frisson popular, mas de maneira distintas. Enquanto o primeiro, um suspense paranormal estrelado por Bruce Willis, conquistou o público e a crítica graças ao teor soturno e a sua engenhosa reviravolta, o segundo, um thriller de cunho social protagonizado pelo jovem Daniel Kaluuya, caiu como uma bomba ao provocar uma afiada reflexão sobre o preconceito racial em solo norte-americano. Juntos, O Sexto Sentido e Corra! renderam US$ 928 milhões ao redor do mundo, US$ 627 mi para o primeiro e US$ 255 mi para o segundo, se tornando uma das produções mais lucrativas dos seus respectivos anos. Impulsionado pelo clamor popular, O Sexto Sentido conseguiu seis indicações ao Oscar (nenhuma estatueta) e Corra! quatro indicações (uma estatueta na categoria Melhor Roteiro Original), mostrando a força de um gênero frequentemente esnobado nas grandes premiações.
9º O Fugitivo (1993)
Se o Suspense é um gênero frequentemente
desvalorizado pela a Academia, o cinema de Ação é uma peça cada vez mais rara. Só
mesmo os virtuosos Quentin Tarantino e George Miller para colocar na categoria
máxima obras como o cult Pulp Fiction, o vigoroso Django Livre e o magnifico
Mad Max: Estrada da Fúria. Filmes que, verdade seja dita, embora não reneguem
as suas raízes, entregaram bem mais narrativamente\esteticamente do que o
costume. Neste cenário, porém, a Academia surpreendeu ao ouvir a “voz do povo”
e indicar o frenético O Fugitivo ao prêmio de Melhor Filme. Um dos melhores
representantes do cinema de ação noventista, o surpreendente longa dirigido por
Andrew Davis colocou o carismático Harrison Ford como um respeitado médico
acusado injustamente de ter matado a sua mulher. Na mira da polícia, ele decide
fugir na busca pelo verdadeiro assassino, iniciando assim um empolgante jogo de
gato e rato. Com um roteiro sólido, impactantes sequências de ação e um elenco
extremamente talentoso, Davis tirou do papel um thriller de ação moderno e
instigante, um longa aclamado pela crítica e pelo público que rendeu US$ 368
milhões ao redor do mundo. A terceira maior bilheteria do ano nos EUA, só
perdendo para o fenômeno Jurassic Park e para o sucesso Uma Babá Quase
Perfeita. Indicado a sete Oscars, incluindo o prêmio de Melhor Filme, O
Fugitivo levou a estatueta de Melhor Ator Coadjuvante, para Tommy Lee Jones,
entrando para a lista dos melhores filmes de ação de todos os tempos.
8º Inferno na Torre (1975)
É certo dizer, entretanto, que nem sempre a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas foi tão conservadora assim. Nos anos 1970, era bem mais fácil ver um filmão pipoca figurar entre os melhores indicados. Lançado num momento de transformação de Hollywood, Inferno na Torre se tornou um dos maiores modelos do cinema catástrofe. Influenciado pelo sucesso Aeroporto (1970), que, alguns anos antes, também havia figurado entre os indicados ao prêmio de Melhor Filme, o longa dirigido por John Guillermin e Irwin Allen preparou o terreno o ‘boom’ do cinema de ação na década de 1980, brindando o espectador com personagens carismáticos, insanas sequências de ação e uma premissa naturalmente instigante. Com dois dos maiores astros da época, os versáteis Steve McQueen e Paul Newman, a película conquistou o público ao narrar as desventuras de um grupo de pessoas que, durante a inauguração de um gigantesco arranha-céu, fica preso em meio a um incêndio de grandes proporções. Com engenhosos efeitos práticos, Guillermin e Allen entregam um filme catástrofe de tirar o fôlego, uma obra ainda hoje a frente do seu tempo mesmo diante da consolidação do CGI. Curiosamente, McQueen e Newman exigiram, por contrato, ter o mesmo tempo de tela, uma cláusula cumprida à risca pela dupla de realizadores. Sucesso nos EUA, onde faturou expressivos (para época) US$ 116 milhões, Inferno na Torre foi indicado a oito Oscars, e levou três nas categorias Melhor Fotografia, Melhor Edição e Melhor Trilha Sonora.
7º Gravidade (2013)
Quem me acompanha por aqui sabe
que Gravidade (um dos dez melhores filmes dos últimos dez anos) está entre as maiores experiências cinematográficas que eu já
tive. Sob a batuta de Alfonso Cuarón, o longa estrelado por Sandra Bullock
revolucionou o dispositivo cinema ao oferecer para o público um nível de imersão
poucas vezes visto na Sétima Arte. Numa combinação de efeitos práticos e do
primoroso uso do CGI, o realizador mexicano nos “abandonou” no espaço ao lado
de uma astronauta disposta a tudo para voltar para casa. Com um argumento
sólido, uma concepção estética primorosa e espantosas sequências, Gravidade, na
minha opinião, representou o canto do cisne de tecnologias como o 3-D, tirando
o máximo deste combalido recurso na criação de profundidade e consequentemente
do potencial de imersão da obra. Recebido com entusiasmo pela crítica, o longa
faturou extraordinários US$ 723 milhões ao redor do mundo, comprovando que
alguns blockbusters tinham muito a oferecer. Além disso, a película levou sete
estatuetas do Oscar para “casa”. Como de costume, entretanto, Gravidade ficou
de mãos abanando na categoria principal, perdendo para o visceral drama 12 Anos
de Escravidão.
6º Rocky – O Lutador (1976)
Uma das mais populares franquias de Hollywood, Rocky mostrou a força do cinema independente norte-americano ao levar o surpreendente Oscar de Melhor Filme. Embora não tivesse sido pensado como um blockbuster, o longa produzido e estrelado por Sylvester Stallone se tornou um estrondoso sucesso de público, faturando US$ 117 milhões somente nos EUA, estabelecendo assim um dos personagens mais icônicos da Cultura Pop. Dirigido por John G. Avildsen, o filme nasceu a partir de uma ideia de um então inexperiente Stallone, que, nadando contra a corrente de Hollywood, decidiu produzir o longa à sua maneira, sem a presença de rostos conhecidos e do aporte financeiro dos grandes produtores. Numa proposta urbana e realista, Avildsen conquistou o público e a crítica ao capturar a pureza do texto de Stallone, valorizando o elemento humano numa obra envolvente, densa e indiscutivelmente cativante. Numa opção hoje improvável, mesmo num momento em que o cinema ‘indie’ parece cada vez mais prestigiado dentro da Academia, Rocky conquistou inesperadas dez indicações ao Oscar, levando três estatuetas num ano em que entre os “favoritos” estavam os clássicos Todos os Homens do Presidente, Taxi Driver e Rede de Intrigas. Me arrisco a dizer, inclusive, que essa foi uma das poucas vezes em que a Academia priorizou o “popular” em detrimento dos filmes de Oscar (que alcunha detestável). E com isso, é bom frisar, não quero em nada diminuir a qualidade de Rocky, sem sombra de dúvidas um dos meus filmes favoritos.
5º A Bela e a Fera (1991), Up: Altas Aventuras (2008), Toy
Story 3 (2010)
Um dos meus maiores temores
quanto a criação de uma categoria como Melhor Filme Popular e o impacto que o
prêmio de Melhor Animação teve dentro do evento. Se, por um lado, os longas
animados se tornaram mais presentes, por outro o que se viu foi a ausência de
grandes obras nas principais categorias. Criado em 2002, o prêmio se tornou uma
espécie de “cota”, limitando na maioria das vezes os filmes do segmento a este
menos prestigiado espaço. Prova disso é que, desde então, só Up: Altas
Aventuras e Toy Story 3 conseguiram uma vaga entre os Melhores Filmes. Um feito
que em 1991, antes mesmo da criação da categoria, já havia acontecido como o
magistral A Bela e a Fera. Três dos maiores triunfos da dobradinha
Disney\Pixar, os longas conseguiram um status que, sabe-se lá porque, outros
grandes sucessos de público e crítica não conseguiram. Se, na década de 1990 e
nos anos 2000, o limitado números de vagas pode explicar a ausência de títulos
como O Rei Leão, Rattatouille e Wall-E, mais recentemente é injustificável que
obras como Divertida Mente e Zootopia tenham ficado “reduzidas” ao Oscar de
Melhor Animação. É, aqui, a meu ver que mora o perigo. Menos mal que a
Academia, numa história já escrita, soube reconhecer os predicados
estéticos\narrativos destas três gigantescas animações que, juntas, faturaram
US$ 2,2 bilhões ao redor do mundo.
4º Guerra nas Estrelas (1977)
É fato que a crítica praticamente não tem voz numa cerimônia com o Oscar. Em 2018, por exemplo, Star Wars: Os Últimos Jedi foi recebido com aclamação pela mídia especializada, se colocando entre os filmes mais bem avaliados do ano em agregadores como o Metacritic. Uma avaliação, diga-se de passagem, superior a outros indicados ao Oscar de Melhor Filme. Hoje, entretanto, é quase inimaginável ver um blockbuster como Os Últimos Jedi entre os nomeados às principais categorias. Um inexplicável retrocesso, já que lá atrás, no final da década de 1970, a Academia não titubeou em consagrar o Star Wars: Uma Nova Esperança. Um verdadeiro divisor de águas na forma de se fazer cinema em Hollywood, o longa dirigido por George Lucas fez jus ao rótulo “arrasa-quarteirões” ao entregar uma aventura especial empolgante. Um filme recheado de personagens marcantes, cenários imponentes, efeitos especiais visionários e uma visão de aventura que viria a redefinir o cinema pipoca da época. Com orçamento de US$ 11 milhões, Uma Nova Esperança faturou inimagináveis US$ 775 milhões ao redor do mundo, um retorno que não só abriu os olhos dos grandes produtores para um mercado praticamente inexplorado, como também deu o aval para a construção de uma das franquias mais icônicas da história da Sétima Arte. A cereja do bolo, no entanto, veio também com a aclamação na cerimônia do Oscar. Indicado em dez categorias, incluindo Melhor Filme e Melhor Direção, Star Wars levou seis estatuetas, mostrando a força dos futuros “filmes de verão” norte-americanos.
Por falar em filmes a frente do seu tempo, a trilogia O Senhor dos Anéis (leia também o nosso Top 10 Trilogias) revolucionou o ‘modus operandi’ dos blockbusters ao – junto de Harry Potter – inaugurar a fase das grandes adaptações literárias. Num projeto ambicioso, o diretor e produtor Peter Jackson decidiu apostar todas as suas fichas na obra de Tolkien, nadando contra a corrente ao tratar a trilogia como uma produção única. Além de desenvolver uma tecnologia própria para a construção da película, um trabalho precioso da WETA que viria a ser replicado futuramente pelos principais estúdios de animação, Jackson optou por rodar os três filmes simultaneamente, lidando com grandes cifras e com uma produção diga da velha Hollywood sem qualquer certeza que a obra iria dar o retorno esperado. O que se viu, entretanto, nos anos seguintes foi um verdadeiro fenômeno. Frodo (Elijah Wood), Aragorn (Viggo Mortensen) e Legolas (Orlando Bloom) conquistaram o apreço do público e o respeito da crítica, transformando a trilogia num dos últimos grandes representantes do gênero épico. Juntos, os três filmes faturaram quase US$ 3 bilhões ao redor do mundo, um resultado inestimável que comprovou a força da obra de Tolkien. A consagração da saga, no entanto, veio nas grandes premiações, em especial no Oscar. Com trinta indicações e onze estatuetas, a saga alcançou o seu ápice com O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei que, num fato raríssimo dentro do universo blockbuster, conquistou 11\11 dos Oscars (incluindo o de Melhor Filme) na edição 2004. Se colocando, assim, entre os maiores recordistas da história da premiação ao lado de Ben-Hur e de um outro filme bem popular que ainda pintará nesta lista. Na minha opinião, o triunfo de O Senhor dos Anéis atesta o quão supérflua é a criação de uma categoria do tipo “Filme Popular”.
2º Pacotão Steven Spielberg (Tubarão\Os Caçadores da Arca
Perdida\E.T: O Extraterrestre)
Sinônimo de qualidade e
popularidade, Steven Spielberg está entre um dos diretores mais bem-sucedidos
em atividade. Um dos frutos da Nova Hollywood, o “pai” dos blockbusters
modernos foi peça chave na redefinição da forma de se encarar o negócio cinema
nos EUA. Com o fenômeno Tubarão (1975), Spielberg ajudou a criar os populares “filmes
de verão”, uma janela geralmente lucrativa voltada para o grande público. Com
uma bilheteria de US$ 470 milhões ao redor do mundo, contra os US$ 7 mi de
orçamento, e três estatuetas do Oscar, o longa alçou Spielberg ao primeiro
escalão de Hollywood. Um status que só viria a ser reforçado no início da
década de 1980, com os estrondosos sucessos de Os Caçadores da Arca Perdida
(1981) e E.T: O Extraterrestre (1982). Em duas aventuras para toda a família, o
realizador encontrou a fórmula perfeita dentro do cinema pipoca, uma dobradinha
marcada por personagens marcantes, efeitos especiais fascinantes e um argumento
“mágico” que seguiu conquistando gerações ano após anos. Quando o assunto é o
retorno financeiro, enquanto E.T rendeu fantásticos US$ 792 mi, o velho ‘Indie’
conquistou US$ 389 mi ao redor do mundo. Assim como Tubarão, os dois filmes
(juntos) levaram oito estatuetas do Oscar, quatro cada, reforçando o apreço da
Academia pelas produções populares na década de 1980.
1º Titanic\Avatar
Talvez a maior resposta contra a criação da categoria “filme popular”, no entanto, esteja nos sucessos de Titanic e Avatar. Dirigidos pelo “midas” James Cameron, a dupla de ‘blockbusters’ é a prova viva que arte e entretenimento podem caminhar lado a lado. Uma das maiores produções da década de 1990, Titanic (1997) é o exemplo máximo da engenhosidade um grande diretor. Disposto a dar contornos emotivos a uma trágica história real, o realizador norte-americano investiu pesado nos efeitos práticos, tornando tudo o mais verossímil possível. Indo além das presenças da (então) jovem estrela Leonardo DiCaprio e da talentosa Kate Winslet, o longa hipnotizou plateias ao redor do mundo com um filme catástrofe de tirar o fôlego, um triunfo estético e narrativo que colocou o longa no topo da “cadeia alimentar” cinematográfica. Um genuíno fenômeno pop, Titanic faturou inimagináveis US$ 2,187 bi ao redor do mundo, se tornando assim a maior bilheteria da história da Sétima Arte até então. Além disso, tal qual Ben-Hur e O Senhor dos Anéis, o longa faturou onze estatuetas do Oscar, incluindo o prêmio de Melhor Filme, comprovando que um “filme popular” não precisava de uma categoria especial para figurar entre os vencedores. O mesmo, aliás, praticamente aconteceu uma década depois com o magnífico Avatar (2009). Assim como Peter Jackson havia feito em Lord of Rings, Cameron decidiu criar uma tecnologia própria para tirar do papel uma obra visionária, investindo pesado no CGI e na técnica de captura de movimento para a criação de um mundo mágico e grandioso: o mítico planeta Pandora. Com efeitos visuais sensacionais, um argumento sólido e uma película genuinamente espetaculosa, Avatar esmagou todos os recordes ao faturar incríveis US$ 2,7 bi nas bilheterias, um desempenho ainda hoje insuperável. Num sinal dos novos tempos na Academia, entretanto, o longa até figurou entre os principais indicados, levou três estatuetas, mas viu a o Oscar de Melhor Filme ficar nas mãos do pequeno (e excelente) Guerra ao Terror. Me arrisco a dizer, inclusive, que foi a partir daqui que, na dividida, a Academia passou a priorizar o nicho em detrimento do grande público. E isso mesmo com o acréscimo de mais cinco vagas ao principal prêmio da cerimônia.
Menções Honrosas
- Gladiador (2000) e Perdido em Marte (2015)
Uma figura carimbada nas grandes premiações, Ridley Scott é outro que sempre levou os “filmes populares” ao Oscar. O que fica bem claro com o épico Gladiador e com a aventura espacial Perdido em Marte, dois filmes lucrativos, direcionados para todos os públicos, que, com justiça, se posicionaram entre os melhores nos seus respectivos anos. Gladiador, inclusive, levou o Oscar de Melhor Filme.
- Mad Max: Estrada da Fúria (2015)
Uma das maiores injustiças
recentes da Academia, ver Mad Max: Estrada da Fúria ficar relegado aos prêmios
nas categorias técnicas me deixou realmente frustrado. Um sentimento
potencializado quando penso que o insosso Spotlight, um filme cuja a temática
era muito mais importante do que a obra em si, levou o Oscar de Melhor Filme.
Um é um espetáculo estético e narrativo praticamente inigualável dirigido pelo
setentão George Miller. O outro um drama competente, mas requentado, que caiu
no esquecimento poucos meses depois do seu lançamento.
- A Origem (2008) e Dunkirk (2017)
Um realizador criterioso com os seus projetos, Christopher Nolan representa hoje o que Spielberg representou nos anos 1980 e 1990. Embora menos “produtivo”, seus filmes geram um ‘hype’ quase instantâneo. E com justiça, já que os seus filmes parecem falar a língua do público atual. O que fica bem claro com A Origem e Dunkirk, dois filmes extremamente populares que, merecidamente, figuraram entre os melhores dos seus respectivos anos. Sucessos de público e crítica, os dois longas reforçaram a engenhosidade narrativa de Nolan, que, mesmo sem renegar as raízes pipocas das suas obras, segue experimentando muito, se tornando um dos poucos diretores mais autorais a conseguir o alcance do grande público.
- La La Land (2018)
Por fim, não poderia deixar de
fora um musical desta lista. Embora, na atualidade, o gênero tenha caído em “desuso”
junto ao grande público, La La Land representou talvez o maior sucesso dentro
do gênero desde Os Miseráveis (2012). A diferença é que, aqui, o que vemos é um
musical mais moderno, pautado mais no romance, nos engenhosos números musicais
e no carisma da dupla Ryan Gosling e Emma Stone. Com orçamento de US$ 30 mi, La
La Land faturou expressivos US$ 446 mi mundialmente, além de seis estatuetas do
Oscar. A principal, entretanto, o filme perdeu para Moonlight e para a
trapalhada dos organizadores.
3 comentários:
Com certeza bons filmes, mesmo uma pena não terem levados o premio do OSCAR como melhores filmes na época da entrada da Estatueta. Bons atores participaram desses filmes e coadjuvantes que ficaram muitos famosos depois de fazerem esses filmes.
Alguns até levaram hein. Titanic fez a limpa. 11 estatuetas. Valeu pela visita.
Para mim o melhor filme foi The Post. Eu adorei esse trabalho de Steven Spielberg. Esse diretor é bom, não? Os filmes de Steven Spielberg são cheios do seu estilo, e logo se pode identificar quem esta responsável pela direção. Acho que a chave é o profissionalismo que ele tem e sua atenção em cada detalhe. Este é um dos mehores filmes de Steven Spielberg. The Post superou as minhas expectativas. Mais que filme de drama, é um filme de suspense, todo o tempo tem a sua atenção e você fica preso no sofá É uma historia que vale a pena ver.
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