terça-feira, 28 de novembro de 2017

Sing: Quem Canta seus Males Espanta

Belo de ver, ótimo de ouvir

Lançado nas últimas semanas de 2016 no Brasil, Sing: Quem Canta Seus Males Espanta fez um considerável sucesso junto a criançada. Um dos projetos originais da Illumination Entertainment, a mesma dos populares Meu Malvado Favorito (2010), Os Minions (2015) e Pets (2016), o longa escrito e dirigido por Garth Jennings (O Guia do Mochileiro das Galáxias) merece, entretanto, um lugar bem mais destacado dentro da irregular última safra de animações. Ao contrário do excelente Zootopia: Essa Cidade é o Bicho (2016), que, justificadamente, se tornou um enorme sucesso de crítica e de público, o adorável musical foi recebido com inexplicável frieza pela mídia especializada, uma avaliação dura para uma produção vibrante e comovente.

Indo além da sincera mensagem envolvendo o poder dos sonhos, a bem humorada animação foge do lugar comum ao defender o amor pela música e a arte como um instrumento de afirmação. Uma espécie (infantil) de Cinema Paradiso (1988) musical, Sing: Quem Canta Seus Males Espanta acompanha as desventuras do coala Buster Moon, um empresário fracassado desesperado para manter o seu teatro aberto ao público. Cercado por dividas, ele resolve reunir as suas últimas finanças e criar um reality show musical, buscando transformar pessoas comuns em estrelas. As coisas, porém, saem do seu controle quando ele descobre que não tinha o dinheiro necessário para cobrir o prêmio oferecido. Na iminência de perder o seu teatro, Buster resolver dar sequência ao seu novo projeto, lutando para encontrar o tão cobiçado patrocínio enquanto seleciona uma talentosa (e disfuncional) turma de novos cantores.


Com personagens cativantes e um argumento envolvente, Garth Jennings é habilidoso ao desenvolver cada uma das subtramas sem esquecer de construir o emotivo plot central. Além de estabelecer a honesta conexão entre os protagonistas, o roteiro é sagaz ao se aprofundar na rotina dos "calouros", expondo a realidade do mundo da música ao transitar de maneira genuinamente lúdica por temas como a falta de oportunidade, a submissão feminina e o desafio de conciliar a maternidade com uma carreira profissional. Por mais que o visual "fofinho" dos personagens, ponto para o expressivo trabalho da equipe de animação, possa soar essencialmente infantil, o diretor é cuidadoso ao realçar a universalidade da sua obra, preenchendo a trama com diálogos espertos, piadas refinadas e um subtexto reconhecível aos olhos dos mais crescidos. Na verdade, embora os arcos da atarefada Rosita (Reese Whiterspoon), do trapaceiro Mike (Seth McFarlane), da tímida Meena (Tori Kelly), do "delinquente" Johhny (Taron Edgerton) e da resignada Ash (Scarlet Johansson) tenham vida própria e funcionem a contento, a alma de Sing está na jornada de Buster Moon (Matthew McConaughey) e na sua paixão pela arte. Um sentimento profundo que, me arrisco a dizer, parece buscar uma conexão mais estreita com o público adulto. Neste sentido, tal qual Cinema Paradiso, o teatro se torna uma espécie personagem, um elemento explorado com virtuosismo pela direção.


Num todo, aliás, a equipe de animadores faz um trabalho espetacular na composição dos cenários e do universo antropomorfizado, dando a Jennings a possibilidade de investir em estilosos movimentos de câmera e criativos enquadramentos. Os planos acelerados, em especial, não só interligam os personagens com extrema originalidade, como também são habilmente utilizados nas competentes sequências de perseguição, realçando a ação numa trama marcada pela comédia e pela excelente música. Por falar nela, a cereja do bolo está na eclética trilha sonora. Mesmo pensado para a garotada, Sing surpreende ao oferecer um setlist realmente memorável, permitindo que Kate Perry, Taylor Swift, Frank Sinatra e Queen dividam o espaço com energia e uma bem sucedida pegada pop. 

Um comentário:

Unknown disse...

Amei a história bom trabalho de Matthew McCounaghey. Este ator nos deixa outro projeto de qualidade, de todas as suas filmografias essa é a que eu mais gostei, acho que deve ser a grande variedade de talentos. Este novo filme de Matthew McConaughey é muito bom ancho que vale a pena assistir, a chave do sucesso é o bem que esta contada a historia e a trilha sonora, enfim, um dos meus preferidos.