1987 não foi um ano comum em Hollywood. Tomada pelo espírito irreverente
dos anos 80, a "indústria" se rendeu ao escapismo, ao puro
entretenimento, nos brindando com algumas das produções mais populares desta
década. Num ano em que a comédia Três Solteirões e um Bebê liderou as
bilheterias americanas ao faturar expressivos US$ 167 mi, o público foi presenteado
com sucessos que, anos mais tarde, viriam a se tornar referência dentro da
cultura pop. Até mesmo os "filmes do Oscar" ganharam uma roupagem bem
particular, vide o cultuado Os Intocáveis, o arrasa quarteirão Atração Fatal, o
cativante Império do Sol, a comédia de erros Arizona Nunca Mais e cínico
Nascido para Matar. Que bela safra! E como neste espaço procuramos valorizar
sempre o bom e velho entretenimento, no mês que o Cinemaniac completa nove anos
de existência resolvi lembrar das produções que em 2017 completam
"aniversário" de trinta anos. Uma seleção original e nostálgica que
sintetiza a temporada cinematográfica de 1987, o ano em que Hollywood resolveu
se divertir.
E para começar vamos logo de Robocop: O Policial do Futuro. Sob a
corajosa batuta do holandês Paul Verhoeven, o longa representa o perfeito
equilíbrio entre a crítica e o entretenimento. Com a audácia necessária para
construir um filme blockbuster voltado para o público adulto, o realizador fez
de Robocop um clássico instantâneo, um filme agressivo e questionador sobre um
policial "remodelado" obrigado a enfrentar os interesses da
gigantesca corporação por trás da sua transformação. Com sequências icônicas,
ação de altíssimo nível e um desfecho realmente impactante, Robocop se tornou
um fenômeno pop indiscutível, ganhando duas descartáveis continuações, uma
série de ‘action figures’, um desenho animado, uma série de TV e mais recentemente o subestimado
remake dirigido pelo brasileiro José Padilha. Na época do lançamento, aliás,
mesmo limitado pela classificação etária elevada, Robocop faturou expressivos
US$ 53 milhões, superando por muito os US$ 13 milhões de orçamento. Filmaço.
- Dirty Dancing: Ritmo
Quente (Dir: Emile Ardolino)
De um clássico cult para um clássico da Sessão da Tarde. Responsável por
imortalizar a canção Time Of My Life, Dirty Dancing conquistou uma legião de
fãs nas sessões vespertinas da década de 1990. Uma comédia romântica com uma
pitada "caliente", o longa dirigido por Emile Ardolino alavancou a
carreira do astro em ascensão Patrick Swayze ao narrar o caso de amor entre um
charmoso professor de dança e uma aluna completamente sem sal (Jennifer Gray).
Apesar da inexperiência da atriz e da falta de "sintonia" do casal de
protagonistas dentro do set de filmagens, a inexplicável química entre Swayze e
Gray elevou o patamar desta simpática produção, a transformando num retumbante
sucesso de público e crítica. Com um orçamento de US$ 6 milhões, o longa
faturou espetaculares US$ 213 milhões ao redor do mundo e fez de Dirty Dancing
uma referência dentro deste competitivo gênero. Além disso, Emile Ardolino
entregou uma das cenas de danças mais populares da cultura pop, um momento
singular que ainda hoje é replicado e referência.
- O Predador (Dir: John McTiernan)
Responsável por nos apresentar um dos alienígenas mais populares da
cultura pop, o clássico O Predador colocou o carismático Arnold Schwarzenegger
diante de uma letal ameaça espacial. Recebido de maneira negativa pela crítica
norte-americana, o longa dirigido por John McTiernan (Duro de Matar) misturou
ação e horror com desenvoltura, oferecendo um produto original e naturalmente
tenso. Com criativos efeitos visuais, uma criatura realmente ameaçadora e o
status do astro Arnold Schwarzenegger, O Predador é até hoje um filme
divertidíssimo, um blockbuster com personalidade que só foi ser reconhecido
pela mídia especializada anos mais tarde. Na época do lançamento, entretanto, o
filme foi bem recebido pelo público e faturou ótimos US$ 98 mi ao redor do
mundo. Como disse lá em cima, um valor imponente para um filme com
classificação etária elevada. Além disso, o alienígena com visão de calor se
tornou extremamente popular em Hollywood, tanto que voltou a aparecer no
regular O Predador 2 (1990), nos caça-níquéis Alien Vs Predador (2004) e Aliens
Vs Predador 2 (2007) e no esquecível Predadores (2010). Além disso, um
promissor novo remake já está sendo rodado e será dirigido pelo ótimo Shane
Black. A expectativa é que o novo filme chegue aos cinemas em fevereiro de
2018.
- Os Garotos Perdidos (Dir: Joel Schumacher)
O que falar deste verdadeiro clássico 'teen'. Antes de destruir a sua
carreira com o péssimo Batman e Robin (1997), Joel Schumacher escreveu o seu
nome em Hollywood com o magnífico Os Garotos Perdidos. Numa mistura perfeita, o
realizador equilibrou comédia, ação, aventura e horror ao acompanhar as
desventuras de um grupo de garotos aficionados por histórias de terror. Com
dois dos maiores astros adolescentes da década de 1990, os populares Corey Haim
e Corey Feldman, o longa conquistou uma legião de fãs ao coloca-los diante de
uma legião de violentos vampiros. Impulsionado pelo ameaçador desempenho de
Kiefer Sutherland, impecável na pele do antagonista, o cruel David, Schumacher
nos brindou com um filme de horror para adolescentes, uma obra irreverente e
sombria que não fez feio diante das mais icônicas produções do gênero. Com
empolgantes efeitos visuais, personagens carismáticos e uma envolvente
construção de mundo, Os Garotos Perdidos faturou interessantes US$ 32 milhões
em solo americano. Nos anos seguintes, porém, o filme invadiu o mercado
doméstico e se tornou extremamente popular nos anos 80 e 90. Isso, obviamente,
sem esquecer da poderosa canção Cry Little Sister, de Gerard McMahon, uma
música assustadora perfeita para embalar este verdadeiro clássico cult.
- Manequim (Dir: Michael
Gottlieb)
De volta ao gênero comédia-romântica, Manequim fez sucesso ao acompanha
a curiosa relação de amor entre um artista plástico e a sua criação, uma
belíssima manequim. No melhor estilo romance impossível, o inusitado longa
dirigido por Michael Gottlieb brinca com os clichês do gênero ao dar corpo a
esta improvável e divertida história de amor. Estrelado por Andrew McCarthy (Um
Morto Muito Louco), a musa oitentista Kim Cattrall (Os Aventureiros do Bairro
Proíbido) e o ótimo James Spader (Vingadores - Era de Ultron), o longa
equilibra comédia, romance e fantasia com perspicácia, se mostrando
"acessível" a todos os públicos. Indicado ao Oscar de Melhor Canção
Original, graças ao hit "Nothing's Gonna Stop Us Now", o longa
faturou expressivos US$ 42 milhões nos EUA e se tornou um sucesso nas sessões
vespertinas brasileiras. Definitivamente, uma produção com a cara e a
irreverência dos anos 80.
- O Sobrevivente (Dir: Paul Michael Glaser)
Por falar em irreverência, como não lembrar do cult O Sobrevivente, um
dos filmes mais particulares da carreira de Arnold Schwarzenneger. Com uma
proposta à frente do seu tempo, o distópico longa dirigido por Paul Michael Glaser
avança para um futuro em que os reality shows, hoje tão populares, eram
realmente adorados pelos espectadores. No cenário totalitário proposto pelo
longa, entretanto, ao invés das intrigas, do show de talentos e dos
relacionamentos amoroso, o foco estava na violência, um verdadeiro jogo de vida
ou morte. Na trama, o "governator" vive um homem condenado por um
crime que não cometeu obrigado a participar de um reality mortal, uma espécie
excêntrica de Jogos Vorazes. Com uma premissa realmente particular, personagens
totalmente exóticos e inventivas sequências de ação, O Sobrevivente surge como
uma inusitada e premonitória crítica à espetacularização da violência, à faceta
mais alienatória da televisão, um filme audacioso que ainda merece uma chance.
Como a maioria das produções distante da sua era, no entanto, O Sobrevivente
não foi tão bem recebido pelo público e faturou regulares US$ 38 milhões nos
EUA. Um valor até interessante, mas frustrante perto do elevado custo de
produção, cerca de US$ 27 milhões. Curiosamente, aliás, o filme se passa no ano
de 2017, uma visão de futuro que, guardada as devidas proporções, não se
distancia tanto da nossa realidade cultural na atualidade.
- Bom Dia Vietnã (Dir: Barry Levinson)
No melhor da sua forma, Robin Williams exibiu o seu humor afiado no
excelente Bom Dia Vietnã. Crítico, envolvente e naturalmente relevante, o longa
dirigido por Barry Levinson expôs a realidade do soldado americano no conflito
com extrema propriedade, mostrando a faceta mais incompreensível deste
confronto. Indo de encontro a maioria dos filmes sobre o tema, o realizador se
concentrou numa figura real e singular, o DJ Adrian Cronauer (Williams), um
radialista convocado para manter o moral das tropas americanas o mais inflado
possível em solo inimigo. Com um texto afiado, ótimas atuações e momentos
memoráveis, o longa transita da comédia para o drama com rara desenvoltura,
realçando não só a incoerência por trás do alto escalão militar, como também a
insegurança e a degradação em campo de batalha. Dono do filme, o saudoso Robin
William absorver as nuances do seu personagem com enorme categoria, criando um
tipo verborrágico, engraçadíssimo, mas denso quando necessário. Sucesso de
público e crítica, Bom Dia Vietnã faturou expressivos US$ 124 milhões nos EUA,
a quarta maior bilheteria de 1987. Além disso, Williams foi indicado ao Oscar
por sua atuação, uma nomeação inegavelmente justa. GOOOOD MOOOOORNING
VIETNAAAAA.
- Falcão: O Campeão dos Campeões (Dir: Menahem Golan)
Depois de interpretar os lendários John Rambo, Marion Cobretti e Rocky
Balboa, Sylvester Stallone adicionou mais um grande personagem a sua popular
filmografia ao protagonizar o querido Falcão: O Campeão dos Campeões. Indo de
encontro a maioria dos filmes de esportes da época, o longa dirigido por
Menahem Golan (Comando Delta) resolveu mostrar os bastidores do mundo da Queda
de Braço. Com uma proposta familiar, a película acompanha os passos do
caminhoneiro Lincoln Hawk, um homem comum que decide participar de uma
importante competição para se aproximar do seu mimado filho (David Mendenhall).
No embalo do hit Over de Top, canção tema que dá título ao filme, Falcão
conquistou os fãs ao não só descortinar a problemática relação entre pai e
filho, como também ao jogar uma luz sobre esta modalidade esportiva. Num
determinado momento do longa, inclusive, o diretor Menahem Golan resolve fazer
uma espécie de 'mockumentary', misturando depoimentos dos atletas reais com os
dos atores. Com um herói carismático e uma premissa extremamente acessível, Falcão
conquistou espaço no mercado doméstico e definiu a popular virada de boné como
o símbolo máximo do "agora a coisa ficou séria".
- S.O.S: Tem um Louco Solto no Espaço (Dir: Mel Brooks)
Mestre na arte de fazer rir, Mel Brooks escreveu seu nome em Hollwyood
com uma série de impagáveis sátiras. Como não lembrar, por exemplo, de Banzé no
Oeste e O Jovem Frankenstein. Um dos seus trabalhos mais populares junto aos
fãs da cultura pop, entretanto, foi o criativo S.O.S: Tem um Louco Solto no
Espaço. Uma paródia da trilogia Star Wars, o longa conseguiu rir dos elementos
mais clássicos da franquia espacial, entre eles personagens, naves e populares
situações, se revelando uma grande homenagem ao "filho" de George
Lucas. Com Bill Pulman na pele de um aventureiro estrelar, John Candy vivendo o
seu parceiro\fiel escudeiro e Rick Moranis como o tirano Dark Helmet, o filme
soube explorar os arquétipos da saga, reinterpretando a "jornada do
herói" dentro de um contexto mais irônico e referencial. Recheado de
sacadas inteligentes, o capacete do vilão é incrível, S.O.S: Tem Um Louco Solto
no Espaço pode até não ser um primor técnico, mas se revela uma aventura
agradabilíssima. Um filme irreverente e inventivo que merece uma posição de
destaque dentro do universo satírico.
- A Princesa Prometida
(Dir: Rob Reiner)
Responsável por dar um novo sentido para o desgastado gênero capa e
espada, A Princesa Prometida (1987) esbanja irreverência ao transitar por um
terreno quase sagrado em Hollywood. Numa mistura de Don Juan de Marco com
Monthy Phyton, o longa dirigido por Rob Reiner (Isto é Spinal Tap) não se leva
a sério por um segundo sequer ao satirizar um segmento quase esquecido,
absorvendo o senso de descompromisso presente nas mais cultuadas produções
oitentistas ao entregar uma obra recheada de personalidade. Fazendo um uso
perspicaz dos estereótipos, o realizador norte-americano subverte a popular
história da donzela indefesa ao investir em personagens marcantes, num texto
afiado e na capacidade de rir da faceta mais brega deste envelhecido gênero. E
como se não bastasse a impagável presença de Cary Elwes (Jogos Mortais),
hilário na pele de um herói desastrado e autoconfiante, A Princesa Prometida se
revela ainda uma aventura tecnicamente expressiva, um filme imponente capaz de
traduzir o teor mitológico presente na sua carismática premissa.
- Namorada de Aluguel (Dir: Steve Rash)
Um ótimo representante da comédia 'high-school', Namorada de Aluguel se
revelou uma comédia romântica singular e realmente cativante. Estrelado pela
dupla Patrick Dempsey e Amanda Peterson, o longa dirigido por Steve Rash
aproximou os opostos ao narrar a história de amor entre um deslocado jovem e a
princesinha do colégio. Impulsionado pela ótima química do casal de
protagonistas, o longa soube explorar a questão da popularidade, arrancando
sinceras risadas ao acompanhar a ascensão e a queda do astuto protagonista. Um
grande representante da comédia romântica oitentista.
- Uma Noite de Aventuras (Dir: Chris Columbus)
Por falar em comédia oitentistas, Uma Noite de Aventuras é o típico
filme que sintetiza os anos 80. Com a jovem Elizbeth Shue na pele de uma
relapsa babá, o longa dirigido pelo popular Chris Columbus (Esqueceram de Mim,
Harry Potter e a Pedra Filosofal) colocou a criançada numa grande confusão após
um deles cruzar o caminho de um grupo de ladrões de carros. Com gags hilárias,
um elenco entrosado e a direção sempre leve de Columbus, Uma Noite de Aventuras
abraça o escapismo em sua mais pura essência, culminando num filme ágil,
envolvente e naturalmente divertido. Vide as referências ao deus nórdico Thor
(Vincent D'Onofrio no início da sua carreira) e a ótima protagonista mirim
vivida pela jovem Maia Brewton. Vale destacar, aliás, que este foi o primeiro
filme da Disney a levar uma classificação etária PG-13, o que diz muito sobre o
grau de irreverência da película.
- Antes Só do que Mal Acompanhado (Dir: John Hughes)
Seguindo na linha da comédia, John Hughes monopolizou as atenções na
década de 1980. Reconhecido pelas suas clássicas comédias 'high-school', entre
elas Gatinhas e Gatões, Clube dos Cinco e Curtindo a Vida Adoidado, o saudoso
realizador se voltou para o público mais "maduro" com o excepcional
Antes só do Que Mal Acompanhado. Com John Candy e Steve Martin no auge das suas
carreiras, o longa é uma impagável comédia de erros, um filme genuinamente
engraçado sobre um sisudo homem de negócios obrigado a dividir a sua viagem com
um bonachão vendedor. Com um humor inocente, mas inegavelmente brilhante,
Hughes esbanja sagacidade ao explorar o máximo da química entre os
protagonistas, nos brindando com cenas como a da viagem noturna. Além disso, o
realizador surpreende ao dar mais substância ao longa no último ato, tornando
as atitudes do simpático personagem interpretado por Candy totalmente
compreensíveis aos olhos do público. Recebido com entusiasmo pelo público e
pela crítica, Antes Só do que Mal Acompanhado faturou expressivos US$ 49
milhões nos EUA, se tornando uma das maiores bilheteria da carreira de John
Hughes.
- Deu a Louca nos Monstros (Dir: Fred Dekker)
Esse, indiscutivelmente, é um dos filmes da minha infância. Longe de ser
um subproduto do aclamado Goonies, Deu a Louca nos Monstros colocou a criançada
contra uma perigosa ameaça num filme empolgante e dono de uma luz própria.
Equilibrando aventura e terror com absurda categoria, a aventura dirigida por
Fred Dekker me arrancou sustos, risos e lágrimas ao narrar as desventuras de um
corajoso grupo de amigos que se vê em apuros ao se deparar com um grupo de
monstros liderados pelo temido Conde Drácula (Duncan Regehr). Sem medo de
afugentar os mais jovens, Dekker construiu uma película levemente assustadora,
uma trama fantástica marcada por personagens cativantes, pelos interessantes
efeitos práticos e pela assombrosa maquiagem. Além disso, a amizade entre uma
pequena garotinha e o desengonçado Frankenstein é de uma beleza ímpar e culmina
num clímax que só a década de 1980 era capaz de nos oferecer. Infelizmente,
porém, o filme se tornou um fracasso de público nos EUA e só foi ganhar status
de cult nos anos seguintes graças ao mercado doméstico.
- O Milagre Veio do Espaço (Dir: Matthew Robbins)
Talvez o filme mais fofo desta lista, O Milagre Veio do Espaço marcou a
infância de muita gente. Produzido por Steven Spielberg, roteirizado por Brad
Bird (Os Incríveis) e dirigido por Matthew Robbins (Bingo), o longa comoveu o
público ao narrar a singela amizade entre um grupo de moradores e um grupo de
simpáticos alienígenas. Original e cativante, o filme estrelado por Jessica
Tandy e Hume Cronyn equilibrou drama, aventura e comédia com enorme
sensibilidade, se revelando um filme família de ótimo nível. Com efeitos práticos
ainda hoje memoráveis e simpáticos personagens, O Milagre Veio do Espaço,
curiosamente, era para ter sido um episódio da série Amazing Stories. A ideia
pareceu tão boa, entretanto, que Spielberg, com o seu reconhecido faro,
resolveu leva-la para as telonas. O resultado foi óbvio. Além do sucesso no
mercado doméstico, o longa faturou sólidos US$ 65 milhões ao redor do mundo,
sendo recebido de maneira positiva pelo público e pela crítica.
- Te Pego Lá Fora (Dir: Phil Joanou)
Você tem medo do Buddy Revell? Quem não teria. Uma das comédias
'high-school' mais singulares dos anos 80, Te Pego Lá Fora se insurge contra o
'bullying' ao acompanhar as desventuras de um jovem pacato ameaçado pelo novo
valentão da escola. Estrelado por Casey Siemaszko e Richard Tyson, o pequeno
longa se tornou uma figurinha carimbada nas sessões vespertinas da década de
1980, uma comédia recheada de momentos marcantes que ainda hoje é capaz de
arrancar sinceras risadas. Assim como muito representantes desta lista, no
entanto, Te Pego lá Fora se tornou 'hit' cult no mercado doméstico e segue
inspirando algumas produções. Inspirado levemente no clássico Matar ou Morrer
(1952), o longa serviu de modelo para títulos como o engraçadíssimo Meu Nome é
Taylor, Drillbit Taylor (2008) e o recente Te Pego na Saída (2017).
- Viagem Insólita (Dir: Joe Dante)
Um dos realizadores mais subestimados da década de 1980 e 1990, Joe
Dante ganhou status com produções bem populares, entre elas os cult Piranhas
(1978), o reconhecido Grito de Horror (1981), o icônico Gremilins (1984), o
inventivo Matinee: Uma Sessão Muito Louca (1993) e o lúdico Pequenos Guerreiros
(1998). Um dos trabalhos mais celebrados da sua carreira, entretanto, foi o
cativante Viagem Insólita. Estrelado por Denis Quaid, Martin Short e Meg Ryan,
o longa esbanjou virtuosismo técnico ao dar corpo a uma criativa premissa. Com
efeitos visuais realmente impactantes, Dante equilibrou a aventura, o Sci-Fi e
a fantasia ao narrar as desventuras de um piloto que, após se reduzido
microscopicamente, fica preso no corpo de um inseguro e hipocondríaco vendedor.
Impulsionado pela inventiva premissa, totalmente coerente com os avanços nano
tecnológicos da época e ascensão dos microchips, o diretor atraiu a atenção do
público ao brincar com o funcionamento do nosso corpo, ao torna-lo um inusitado
cenário, criando uma obra imersiva e naturalmente empolgante. Um filme
engraçado recheado de momentos memoráveis. Curiosamente, porém, Viagem Insólita
não fez grande sucesso na época do lançamento e somou modestos US$ 25 milhões
em solo americano. Nos anos seguintes, porém, o filme ganhou um 'status' cult
no mercado doméstico e até hoje é lembrado pelos fãs de uma boa aventura. Vale
lembrar que Viagem Insólita levou o Oscar de Melhores Efeitos Visuais,
atestando o excepcional trabalho de Joe Dante e da sua equipe.
- Máquina Mortífera (Dir:
Richard Donner)
Começamos com um clássico, terminamos com um clássico. Responsável por
revitalizar o gênero 'buddy cop movie', Máquina Mortífera é um dos maiores
filmes de ação da década de 1980. Sob a batuta de Richard Donner (Superman), o
longa roteirizado por Shane Black (Homem de Ferro 3) soube explorar a
quintessência deste segmento ao realçar a incompatibilidade entre os
protagonistas. Ao equilibrar a instabilidade do detetive Martin Higgs com o
esquematismo do veterano Roger Murtaugh, o longa nos brindou com uma das mais
populares duplas do segmento, uma combinação explosiva sustentada por um
roteiro sólido, impactantes sequências de ação e um arco pessoal realmente
denso. No embalo das enérgicas atuações de Mel Gibson e Danny Glover, Richard
Donner mostrou a sua reconhecida habilidade ao transitar entre os gêneros com
extrema sensibilidade, pontuando a instigante película com momentos ora
dramáticos, ora cômicos. Recebido com entusiasmo pelo público e pela crítica,
Máquina Mortífera somou excelentes US$ 120 milhões ao redor do mundo. Além
disso, o longa ganhou outras três continuações, se tornando uma quadrilogia de
ótimo nível. Fato raro dentro do gênero.
5 comentários:
...Robocop recebeu 3 continuações, e apenas 1 é descartável que é o 4, na verdade um compilado da seria de TV. O dois ficou ótimo! ao apresentar um novo Robô, e o 3 por trazer de volta um robô icônico do primeiro filme.
Deve-se dar um desconto ao Robocop 2 e 3... a critica do 3 é a melhor dos 3 filmes, o robô do 2 é o mais bacana é o 1 o mais divertido.
Na verdade, Robocop ganhou duas continuações e um remake. Acho que nenhuma das continuações chega sequer perto do nível do original. Mas as duas tem os seus momentos. O remake tem problemas, mas não acho esse caos todo que muita gente pinta. Valeu pela visita.
Blogger thicarvalho, vc se engana, o Remake é de agora 2014 e não entra como parte da historia (ja que não tem naaaada a ver). Existiu sim um Robocop 4, vendido como Robocop - A missão final, e tinha ainda o 5 que se chamava Uma nova batalha, de 1994.
Nos cinemas, o Robocop ficou na trilogia e no remake. Os demais "filmes" foram lançados na TV adaptados de uma série. Na verdade, a série virou "filme" no Brasil. O IMDB não me deixa mentir. http://www.imdb.com/title/tt0108909/?ref_=nm_flmg_act_69 Por isso que, oficialmente, só temos a trilogia e o remake.
no Brasil foi lançado a serie também. E era até razoável. Depois lançaram como filme em VHS (tinha uma edição tosca, o filme era composto por varias estorias). E o remake que é uma vergonha, nunca deveria ter existido. Mas se lançou... lançou... 4 e 5.
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