Um dos dez maiores salários entre as atrizes de Hollywood, Scarlett Johansson é a nova cara feminina do Cinema de Ação. Após viver a letal Viúva Negra nos longas da Marvel Studios, com grande destaque em Os Vingadores e Capitão América - O Soldado Invernal, a atriz comprova em Lucy a sua aptidão para brilhar nesse gênero extremamente masculino. Estreando neste final de semana em solo brasileiro, o Sci-Fi dirigido por Luc Besson (O Profissional) já faturou mais de US$ 218 milhões, sendo US$$ 115 milhões em solo norte-americano. Mesmo sem deixar os filmes menores de lado, como os elogiados Sob a Pele, Ela e Don Jon, Scarlett Johansson vem solidificando um caminho que foi construído através do esforço de nomes como Angelina Jolie, Milla Jovovich, Uma Thurman, Sigourney Weaver e Pam Grier.
Interpretando uma mulher que alcança a capacidade máxima de seu cérebro, Scarlett Johansson mostra o equilíbrio perfeito entre as boas atuações e a enorme aptidão para as cenas mais físicas. Habilidade potencializada por Luc Besson, um realizador reconhecido por valorizar a presença feminina nos seus inúmeros trabalhos dentro do gênero. Começando, logicamente, com o clássico Nikita - Criada para Matar (1991). Estrelada por Anne Parillaud, o thriller francês se tornou um grande símbolo da presença feminina no estilo, rendendo até mesmo uma série de TV. Besson, aliás, resolveu repetir a dose mais algumas vezes. Em O Quinto Elemento (1997), apesar da presença de Bruce Willis no elenco, o realizador nos apresentou a uma atriz que viria a se destacar nos filmes de ação: Milla Jovovich. Estrela máxima dos cinco longas da franquia Resident Evil, que mundialmente renderam mais de US$ 915 milhões, Jovovich iniciou a caminhada neste inusitado Sci-Fi, marcado pelas empolgantes cenas de ação e pelas divertidas atuações. Já como produtor e roteirista, Luc Besson apostou as suas fichas em Zoe Saldana, protagonista do interessante Colombiana - Em Busca de Vingança (2011). Na onda de Jovovich e Johansson, a atriz carrega consigo o peso das grandiosas franquias Avatar (2009), Star Trek (2009 e 2013) e Guardiões da Galáxia (2014), onde roubou a cena como a letal Gamora.
Angelina Jolie mostra o caminho para as mulheres se firmarem no gênero
Muito do sucesso da "heroína" Scarlett Johansson, porém, se deve ao grande vácuo deixado pela mundialmente conhecida Angelina Jolie. Estrela das duas adaptações do game Tomb Raider (2001-2003), Jolie mostrou que os filmes de ação protagonizados por mulheres poderiam ser rentáveis. Com os US$ 478 milhões conseguidos por Sr e Sra Smith (2005), os US$ 341 milhões de O Procurado (2008) e os US$ 293 milhões de Salt (2010), Jolie consolidou o seu estrelato, se tornando a atriz mais bem paga em 2013. Completamente recuperada de uma cirurgia para impedir o desenvolvimento de um tumor, Jolie voltou a brilhar em Malévola, nesse momento, a segunda maior bilheteria de 2014. Nesse mesmo espaço de tempo, aliás, duas outras atrizes se arriscaram no gênero. Estrela de Domino - A Caçadora de Recompensas (2005), Keira Knightley conseguiu roubar a cena na trilogia Piratas do Caribe (2003-2007) e em Rei Arthur (2004). Outra grande destaque nas últimas duas décadas, Uma Thurman aproveitou bem a porta aberta por Angelina Jolie com os cultuados Kill Bill 1 e 2 (2003 e 2004). Dirigido por Quentin Tarantino, a atriz deu vida a uma exímia assassina que inicia uma jornada de vingança contra o malfadado Bill (David Carridine). Antes de brilhar nesta franquia, no entanto, Thurman experimentou as dificuldades em se tornar uma estrela do gênero, tendo péssimos resultados em Os Vingadores (1998) e Batman e Robin (1997), onde deu vida a vilã Hera Venenosa.
Dificuldades que, inclusive, atrapalharam duas outras atrizes na tentativa de levar heroínas das hq's aos cinemas. Após os criticados Batman Eternamente (1995) e Batman e Robin (1997), os fãs das histórias do Homem Morcego não toleraram a terrível adaptação de Mulher-Gato (2005). Estrelado por Halle Berry, o filme solo fez um estrago tão grande, mas tão grande, que desestruturou a sua emergente carreira. Tanto que atriz, ganhadora do Oscar por A Última Ceia (2001), só voltou a ter um papel de destaque no subestimado A Viagem (2012) e no genérico Chamada de Emergência (2013). Um ano depois do fatídico Mulher-Gato, Jennifer Garner teve outra chance de estrelar um filme solo inspirado em uma personagem dos quadrinhos. Após interpretar a personagem Elektra em Demolidor (2003), ela ganhou um filme solo em 2005. Apesar da grande entrega, Garner não conseguiu evitar que o trabalho fosse um fracasso, o que representou um enorme abalo para a presença feminina entre as protagonistas do gênero. Prova disso é que só agora, após o enorme sucesso de Scarlett Johansson como a Viúva Negra, a Marvel Studios trabalha com a possibilidade de lançar um futuro filme solo da agente Romanoff. Ainda assim, nada de concreto foi divulgado.
Enquanto Garner e Berry não acertaram, Kate Beckinsale alcançou o estrelato com o vampiresco Anjos da Noite (2003). Interpretando a vampira Selena, a atriz mostrou grande habilidade nas empolgantes sequências de ação, transformando o longa em uma quadrilogia. Embalado pelos US$ 95 milhões da bilheteria do original, números expressivos para um filme com censura alta, Beckinsale repetiu o papel em Anjos da Noite - A Evolução (2006) e Anjos da Noite - O Despertar (2012). Nesse meio tempo, aliás, ela estrelou também o divertido Van Helsing (2005), dividindo a tela com o popular Hugh Jackman. Assim como Beckinsale, quem também aproveitou a chance dentro do gênero foi Michelle Rodriguez. Uma das atrizes mais "duronas" da atualidade, ela se destacou em Velozes e Furiosos (2001) e Resident Evil - O Hospede Maldito (2002). Apesar de ainda não ter conseguido brilhar em um filme solo, Rodriguez pode ser considerada uma das grandes certezas do gênero, com papeis de destaque em SWAT (2003), Avatar (2009), Velozes e Furiosos 4 (2009), Machete (2010), Resident Evil 5 (2012) e Velozes e Furiosos 6 (2012). Por outro lado, mesmo sem ter seguido na ação, Carrie-Anne Moss também merece destaque. Uma das principais estrelas da trilogia Matrix (1999-2003), a atriz foi fundamental para a proliferação dos personagens femininos dentro do gênero, tornando a icônica Trinity um dos símbolos do trabalho dos irmãos Wachovski.
Sigourney Weaver, Linda Hamilton e as desbravadoras do cinema de ação
Muito do espaço conseguido por Jolie, Jovovich e Johansson dentro do gênero, no entanto, se deve ao grande pioneirismo de Sigourney Weaver. Responsável por ser, na minha opinião, a maior heroína da década de 1980, Weaver deixou de lado o estigma do "sexo frágil" na franquia Alliens. Dirigida por Ridley Scott (Gladiador), a atriz chutou o traseiro de alguns alienígenas em Allien - O Oitavo Passageiro (1979), um dos maiores clássicos do Sci-Fi. Só nos EUA, segundo o Box Office Mojo, o filme faturou mais de US$ 259 milhões de dólares. Sem dúvidas, o primeiro grande sucesso feminino em um gênero geralmente masculino. Prova disso é que o longa ganhou mais três continuações, Alliens: O Resgate (1986), Allien 3 (1992) e Allien - A Ressurreição (1997), todos estrelados por Weaver. Apesar de seguir tendo alguns papéis fortes, como em Avatar (2009), Weaver optou por não dar sequência a carreira de heroína do cinema de ação.
Linda Hamilton, Pam Grier e Gena Rowlands
Buscando espaço entre as grandes estrelas masculinas do gênero, Linda Hamilton se tornou uma das mais importantes heroínas em O Exterminador do Futuro (1984). Interpretando a durona Sarah Connor, o sucesso foi tanto que a atriz voltou em O Exterminador do Futuro 2 (1991), continuação que faturou mais de US$ 519 milhões em todo mundo. Com bem menos repercussão, a musa do Blaxploitation Pam Grier foi uma das precursoras dentro do cinema de ação. Estrela de longas como Coffy (1973), onde vivia uma enfermeira vigilante, Foxy Brown (1974), 'Sheba, Baby' (1975) e Friday Foster (1975), Grier se tornou a primeira mulher a ter uma sequência dentro do gênero. A sua figura se tornou tão icônica que o diretor Quentin Tarantino, um grande apaixonado pelo cinema B da década de 1970, a escolheu para estrelar Jackie Brown (1997). De todas as citadas nesta matéria, no entanto, uma das heroínas mais inusitadas foi Gena Rowlands. Ao lado do marido, o diretor John Cassavetes, Gena comprovou que as mulheres tinham espaço no gênero em Glória (1980). Vivendo a ex-mulher de um mafioso, que tenta salvar um jovem perseguido pela máfia, Gena Rowlands foi uma das primeiras a mostrar que feminilidade e armas combinariam muito bem em um thriller policial.
Jennifer Lawrence e a força feminina no Cinema atual
Muito mais do que uma simples tendência, a presença feminina no masculino cinema de ação já pode ser considerada uma realidade. Ainda que os homens sigam sendo melhores remunerados pela indústria, segundo a Forbes enquanto as dez atrizes mais rentáveis faturam juntas US$ 226 milhões, os dez atores somam US$ 419 milhões, nomes como os de Scarlett Johansson, Zoe Saldana e Jennifer Lawrence parecem muito próximas de reverter esse cenário. Do auge dos seus 24 anos, a estrela da franquia Jogos Vorazes já teve o segundo maior salário entre as atrizes de Hollywood. Com os US$ 34 milhões conseguidos no último ano, Lawrence viu os seus rendimentos se equipararem aos dos experientes Ben Affleck (o novo Batman), Christian Bale (o velho Batman), Will Smith e Mark Wahlberg (Transformers - A Era da Extinção). Indo da ação ao drama de forma irretocável, Jennifer Lawrence é talvez o grande símbolo da valorização feminina em Hollywood. Melhor, ela é resultado do esforço de algumas mulheres pioneiras que não se contentaram com o estigma do "sexo frágil".
Linda Hamilton, Pam Grier e Gena Rowlands
Buscando espaço entre as grandes estrelas masculinas do gênero, Linda Hamilton se tornou uma das mais importantes heroínas em O Exterminador do Futuro (1984). Interpretando a durona Sarah Connor, o sucesso foi tanto que a atriz voltou em O Exterminador do Futuro 2 (1991), continuação que faturou mais de US$ 519 milhões em todo mundo. Com bem menos repercussão, a musa do Blaxploitation Pam Grier foi uma das precursoras dentro do cinema de ação. Estrela de longas como Coffy (1973), onde vivia uma enfermeira vigilante, Foxy Brown (1974), 'Sheba, Baby' (1975) e Friday Foster (1975), Grier se tornou a primeira mulher a ter uma sequência dentro do gênero. A sua figura se tornou tão icônica que o diretor Quentin Tarantino, um grande apaixonado pelo cinema B da década de 1970, a escolheu para estrelar Jackie Brown (1997). De todas as citadas nesta matéria, no entanto, uma das heroínas mais inusitadas foi Gena Rowlands. Ao lado do marido, o diretor John Cassavetes, Gena comprovou que as mulheres tinham espaço no gênero em Glória (1980). Vivendo a ex-mulher de um mafioso, que tenta salvar um jovem perseguido pela máfia, Gena Rowlands foi uma das primeiras a mostrar que feminilidade e armas combinariam muito bem em um thriller policial.
Jennifer Lawrence e a força feminina no Cinema atual
Muito mais do que uma simples tendência, a presença feminina no masculino cinema de ação já pode ser considerada uma realidade. Ainda que os homens sigam sendo melhores remunerados pela indústria, segundo a Forbes enquanto as dez atrizes mais rentáveis faturam juntas US$ 226 milhões, os dez atores somam US$ 419 milhões, nomes como os de Scarlett Johansson, Zoe Saldana e Jennifer Lawrence parecem muito próximas de reverter esse cenário. Do auge dos seus 24 anos, a estrela da franquia Jogos Vorazes já teve o segundo maior salário entre as atrizes de Hollywood. Com os US$ 34 milhões conseguidos no último ano, Lawrence viu os seus rendimentos se equipararem aos dos experientes Ben Affleck (o novo Batman), Christian Bale (o velho Batman), Will Smith e Mark Wahlberg (Transformers - A Era da Extinção). Indo da ação ao drama de forma irretocável, Jennifer Lawrence é talvez o grande símbolo da valorização feminina em Hollywood. Melhor, ela é resultado do esforço de algumas mulheres pioneiras que não se contentaram com o estigma do "sexo frágil".
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