Desde que despontou com o excelente Jogos Mortais (2004), James Wan deixou claro que é um diretor com estilo bem particular. Demonstrando uma perícia muito grande junto aos elementos do terror\suspense, Wan ficou conhecido pelo clima que consegue criar em seus filmes. Com um estilo simples e criativo de filmar, e as suas técnicas quase sempre artesanais para a construção de suas "criaturas", o diretor seguiu seu sucesso no subestimado Gritos Mortais (2007), e principalmente, com o primeiro capítulo da série Sobrenatural (2011). Apostando no talento da dupla Rose Byrne e Patrick Wilson, e na reciclagem de velhas fórmulas do gênero, Wan transformou um filme de baixo orçamento, cerca de 1,5 milhões de dólares, em sucesso de público, o longa acabou faturando mais de 97 milhões de dólares em todo o mundo. Não é atoa que menos de dois anos depois, chega aos cinemas Sobrenatural: parte 2, uma bem-vinda continuação que repete todos os acertos do primeiro longa. Se prepare então para um filme tenso, simples e objetivo, que acaba nos apresentando um bem construído desfecho para a história da família Lambert.
Com roteiro novamente assinado por Leigh Whannell, a sequência se passa logo após os episódios do primeiro filme. Na trama, após resgatar o seu filho das garras de um espirito maligno, a família Lambert tenta voltar a sua vida. Enquanto Renai (Rose Byrne) se mostra confusa e assustada com tudo o que aconteceu à sua família, seu marido Josh (Patrick Wilson) se mostra completamente tranquilo e preparado para prosseguir a sua rotina. Vivendo agora na casa da mãe de Josh, Lorraine (Barbara Hershey), Renai ainda alimenta uma grande dúvida: quem matou a vidente Ellise (Lyn Shaye). Apesar de acreditar na palavra de Josh, Renai não descarta a possibilidade do marido estar envolvido de alguma forma, e se mostra incomodada com a sinistra mudança de postura dele. O clima de aparente paz, no entanto, começa a ruir quando Renai passa a conviver com novas aparições. É ai que velhos fantasmas acabam aparecendo, obrigando a família Lambert a buscar uma explicação para os episódios paranormais que vem os atormentando.
Buscando explicar os episódios do primeiro longa, e adicionar novos elementos a esta continuação, a grande mudança em relação ao primeiro filme fica pela trama bem mais elaborada. Apostando em eficientes flashbacks, que se utilizam até mesmo de cenas do original, e numa narrativa mais ousada, que explora inclusive um certo paralelismo no grande clímax, Whannell tenta aparar as arestas deixadas pelo primeiro filme, principalmente, envolvendo o fantasma que assombra a família. Com mais altos do que baixos, a trama é bastante coesa, quase sem furos e surpreende ao desenvolver bem todos os mistérios por trás da família Lambert. Apesar de explorar velhos clichês do gênero, e de algumas situações mal explicadas, - principalmente quando eles passam ao terreno pós-morte - a trama é diferenciada porque parece não se levar muito a sério. A entrada da dupla de caça-fantasmas Specs (o próprio roteirista Leigh Whannell) e Angus (Angus Sampson), novamente traz um ar leve e eficaz ao longa. Os dois, que parecem ter sido tirados dos clássicos longas de "terrir" da década 1980, adicionam equilibrado alívio cômico, preenchendo bem as lacunas mais mornas desta continuação. Vale destacar também a presença do ator Steve Coulter (Invocação do Mal), muito bem explorado na pele de um experiente parapsicólogo. Ainda sobre o elenco, o nível é o mesmo mostrado no primeiro filme. Enquanto Rose Byrne e Barbara Hersey repetem o desempenho correto do primeiro longa, Patrick Wilson tem momentos mais intensos. Ele consegue passar aquela sensação de perigo iminente que, como o próprio trailer induz, faz parte deste novo Josh.
Sobrenatural: parte 2 se torna um filme empolgante, no entanto, graças a ótima condução de James Wan. Como disse no inicio, Wan é um perito na arte de assustar. Sem grandes efeitos visuais, e explorando somente um criativo trabalho de maquiagem, o diretor sabe como ninguém utilizar as velhas fórmulas que consagraram o gênero. Desde a ótima trilha sonora, que assusta nos momentos certos, passando pelo trabalho com os efeitos sonoros, e chegando ao detalhismo na hora de criar a tensão, James Wan parece brincar de criar medo. Todos os elementos sempre são muito bem aplicados, basta um movimento de câmera, um ruído mais assustador, para que Wan faça a sua mágica e arranque um susto do espectador. É uma fórmula quase inesgotável, que nas mãos certas, ainda rende um bom trabalho. Além disso, Wan é criativo também nas construções das cenas, apostando em takes mais longos, no melhor estilo Atividade Paranormal, e em transições de cena que chamam a atenção. Destaco também o processo de montagem do filme, que é bem utilizado no elaborado clímax, contribuindo para um eficiente desfecho.
Sobrenatural: parte 2 se torna um filme empolgante, no entanto, graças a ótima condução de James Wan. Como disse no inicio, Wan é um perito na arte de assustar. Sem grandes efeitos visuais, e explorando somente um criativo trabalho de maquiagem, o diretor sabe como ninguém utilizar as velhas fórmulas que consagraram o gênero. Desde a ótima trilha sonora, que assusta nos momentos certos, passando pelo trabalho com os efeitos sonoros, e chegando ao detalhismo na hora de criar a tensão, James Wan parece brincar de criar medo. Todos os elementos sempre são muito bem aplicados, basta um movimento de câmera, um ruído mais assustador, para que Wan faça a sua mágica e arranque um susto do espectador. É uma fórmula quase inesgotável, que nas mãos certas, ainda rende um bom trabalho. Além disso, Wan é criativo também nas construções das cenas, apostando em takes mais longos, no melhor estilo Atividade Paranormal, e em transições de cena que chamam a atenção. Destaco também o processo de montagem do filme, que é bem utilizado no elaborado clímax, contribuindo para um eficiente desfecho.
Apostando em uma trama mais redonda que a do original, em velhos clichês do gênero e no talento de Wan para criar - ou reciclar - as fórmulas do suspense, Sobrenatural: parte 2 vai novamente conquistar os fãs pela sua simplicidade. Quem gostou do primeiro com certeza vai curtir o segundo e a forma como ele tapa alguns buracos deixados na primeira parte. Do mesmo nível do antecessor, o filme representa não só um desfecho digno para a história da família Lambert, mas também, um passo adiante na carreira deste criativo diretor.
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