domingo, 1 de fevereiro de 2015

Top 10 (Sátiras e paródias)


Neste final de semana chegou as semanas a polêmica comédia A Entrevista, longa que chegou a ter a sua estreia suspensa nos EUA em função das ameaças de bomba nas salas de exibição. Promovendo uma sátira envolvendo o ditador norte-coreano Kim Jong-Un, o longa estrelado por Seth Rogen e James Franco serviu como um estopim para uma série de ataques virtuais, com destaque para o vazamento de e-mails da Sony e a revelação de conversas envolvendo nomes como George Clooney e Angelina Jolie. Produzido por Evan Goldberg, responsável por sucessos recentes como É o Fim, Segurando as Pontas, Superbad e Ligeiramente Grávidos, o longa vem dividindo a crítica ao redor do mundo e parece ter esbarrado financeiramente em torno das tensões criadas com o governo da Coreia do Norte. Aproveitando a estreia desta comédia, que felizmente chegou ao Brasil sem qualquer tipo de problema, confira neste Top 10 Cinemaniac algumas das minhas sátiras\paródias prediletas. Deixando de fora clássicos como MASH, Em Busca do Cálice Sagrado, Primavera para Hitler e O Clube dos Cafajestes, começamos com...

10º Isto é Spinal Tap (1984) e A Princesa Prometida (1987)


Fazendo piada com o egocêntrico mundo do rock'n roll na década de 1980, o documentário Isto é Spinal Tap é um relato divertido e original sobre a banda fictícia Spinal Tap. Dirigido por Rob Reiner (Antes de Partir), o longa nos apresentas os surtados bastidores de uma banda de heavy metal durante uma turnê norte-americana. Contando com um elenco formado por nomes como os do próprio Rob Reiner, Christopher Guest (A Princesa Prometida), Michael McKean (Antes só do que Mal Acompanhado) e Harry Shearer (Godzilla), que também tocam durante o filme, o longa fica entre o estupido e o brilhante ao narrar com seriedade as excentricidades de uma banda mostrada através dos olhos de um fã. Como se não bastassem as altas doses de humor, o longa conta ainda com várias canções originais, com destaque para o hit Stonehenge.


Responsável por dar um novo sentido para o desgastado gênero capa e espada, A Princesa Prometida (1987) esbanja irreverência ao transitar por um terreno quase sagrado em Hollywood. Numa mistura de Don Juan de Marco com Monthy Phyton, o longa também dirigido por Rob Reinner não se leva a sério por um segundo sequer ao satirizar um segmento quase esquecido, absorvendo o senso de descompromisso presente nas mais cultuadas produções oitentistas ao entregar uma obra recheada de personalidade. Fazendo um uso perspicaz dos estereótipos, o realizador norte-americano subverte a popular história da donzela indefesa ao investir em personagens marcantes, num texto afiado e na capacidade de rir da faceta mais brega deste envelhecido gênero. E como se não bastasse a impagável presença de Cary Elwes, hilário na pele de um herói desastrado e autoconfiante, A Princesa Prometida se revela ainda uma aventura tecnicamente expressiva, um filme imponente capaz de traduzir o teor mitológico presente na sua carismática premissa. 

9º Trovão Tropical (2008)


Apostando num elenco realmente estrelar, com nomes do porte de Robert Downey Jr, Tom Cruise, Matthew McConaughey e Nick Nolte, Ben Stiller assume a direção para conduzir uma divertida sátira sobre os bastidores do cinema de ação. Parodiando longas como Apocalipse Now, a trama narra a história de um grupo de egocêntricos atores que são escalados para rodar um filme de guerra na Ásia. Eles, no entanto, acabam caindo no meio de um verdadeiro conflito, se tornando alvo de uma guerrilha vietnamita. Em meio ao fogo cruzado, o elenco terá que deixar as suas diferenças e inseguranças de lado para conseguir sobreviver no papel mais realístico de suas respectivas vidas. Contando com as impecáveis atuações de Jack Black, Ben Stiller e principalmente de Robert Downey Jr., que pintado de negro foi indicado ao Oscar de Melhor Ator, Trovão Tropical não deixa pedra sobre pedra ao zombar da própria indústria do entretenimento. 

8º Top Secret (1984)


Dos diretores Jim Abrahams, David Zucker e Jerry Zucker, Top Secret resolveu fazer piada com os filmes de agentes secretos. Num longa que se até se assemelha com a trama de A Entrevista, Val Kilmer vive um astro do rock que é convidado para fazer um show na Alemanha durante a Segunda Guera. Lá, ele acaba se metendo numa intriga internacional quando é confundido com um agente numa missão para resgatar um cientista sequestrado. Como se não bastasse os ótimos números musicais, numa interpretação estilo Elvis Presley, Abrahams e os irmãos Zucker constroem uma trama recheada de cenas impagáveis. Como não lembrar da espetacular sequência da vaca, ou então de uma cena reproduzida toda de trás para frente. Ainda que a trama seja realmente simplória, a genialidade de alguns momentos tornam esta comédia uma obra necessária para os fãs do gênero. 

7º O Jovem Frankenstein (1974)


Dirigido pelo gênio da comédia Mel Brooks (Primavera para Hitler) e estrelado pelo brilhante Gene Wilder (A Fantástica Fábrica de Chocolate), O Jovem Frankenstein resolveu promover uma grande paródia dos clássicos monstros da Universal. Brincando com o clássico de Mary Shelley, o longa narra a história de Dr. Frederick Frankenstein (Wilder), neto do Victor, um professor que acaba herdando o castelo após a morte de seu avô. Apesar de renegar a "criação" do seu distante parente, Frederick vai a Transilvânia para reclamar a sua herança. Lá, ele conhece o assistente do seu avô e encontra os livros com as fórmulas e projetos de Victor. Ainda que cético com relação a possibilidade de dar vida aos mortos, o neto resolve investir novamente neste projeto, no entanto, por acidente, ele dá a criatura um cérebro de origem desconhecida. Contando com as impagáveis atuações de Wilder, de Marty Feldman, hilário como o assistente Igor, e de Peter Boyle, que constrói um bonachão Frankenstein, o longa é recheado de gags geniais, conduzidas por um dos maiores e mais importantes realizadores do gênero. 

6º Top Gang 2 - A Missão (1993)


Fazendo piada com o clássico do cinema de ação Rambo, o diretor Jim Abrahams volta a esta lista com o divertidíssimo Top Gang 2 - A Missão. Enquanto o igualmente engraçado primeiro longa optou por satirizar o clássico Top Gun, esta continuação é ainda mais escrachada ao apresentar Charlie Sheen como uma máquina de "matar". Na trama, após os eventos do primeiro filme, o soldado Topper Harley (Sheen) passa a viver em um templo budista. Ao receber um chamado do seu incompetente comandante (Lloyd Bridges), Topper vai para o Oriente Médio para resgatar um grupo de reféns. Durante esta missão, no entanto, o soldado terá que derrotar - novamente - um velho rival do passado. Apostando na irreverência e no talento de Charlie Sheen, Abrahams torna esta sequência um debochado besteirol de extrema qualidade. 

5º Todo Mundo Quase Morto (2004)


Primeiro longa da Trilogia Sangue e Sorvete, Todo Mundo Quase Morto colocou no mapa o nome do diretor Edgar Wright (Scott Pilgrim contra o Mundo). Fazendo uma grande sátira com os zumbis criados por George Romero, que voltariam aos holofotes neste mesmo ano com o lançamento de Madrugada dos Mortos (2004), o longa estrelado por Simon Pegg e Nick Frost empolga ao mostrar a rotina de dois inseparáveis amigos durante um apocalipse zumbi. Contando com o reconhecidamente sarcástico humor britânico, o longa empolga pela aura nonsense da trama, recheada de situações absurdas e extremamente engraçadas. Contando ainda com nomes como os de Bill Nighy e Martin Freeman, este longa acabou abrindo espaço para duas sequências igualmente competentes: Chumbo Grosso (2007), que satiriza os filmes de ação no estilo os Bad Boys, e o subestimado Heróis de Ressaca (2013), que promove uma divertidíssima homenagem aos clássicos Sci-Fi.

4º Corra que a Policia vem Ai 33 1\3 (1994)



Aqui uma decisão polêmica. Apesar de reconhecidamente o primeiro Corra que a Policia Vem Ai ser o melhor longa da trilogia, é o último capítulo desta franquia o meu favorito. Um daqueles filmes que acompanhou a minha infância, graças a frequente repetição nas Sessões da Tarde da vida, Corra que a Policia vem Ai 33 1\3 faz piada não só com clássicos do cinema, mas também com os bastidores de Hollywood. Na trama, após anunciar a sua aposentadoria, o detetive Frank Drebin (Leslie Nielsen) volta à ativa para se infiltrar numa quadrilha de bandidos fugitivos. À medida que conquista a confiança dos criminosos, Frank descobre que o bando está planejando um atentado à bomba na cerimônia de entrega do Oscar. Lutando contra o tempo para evitar o atentado, o detetive terá que conviver também com a irritação de sua esposa (Priscilla Presley), que parece desconfiar da fidelidade do marido. Repleto de hilárias cenas, o clímax em meio ao Oscar é espetacular, o longa dirigido por Peter Segal (Como se Fosse a Primeira Vez) coloca um digno ponto final nesta trilogia.

3º Rede de Intrigas (1976)



Promovendo uma grande sátira envolvendo o sensacionalismo da mídia, Rede de Intrigas é uma das comédias mais ácidas e contundentes envolvendo o telejornalismo. Dirigido pelo experiente Sidney Lumet (Negócios de Família), o longa narra a história de um experiente âncora da TV (Peter Finch) que é demitido em função dos baixos índices de audiência do seu programa. Completamente transtornado, este profissional acaba surtando e no seu último programa anuncia o suicídio em rede nacional. Diferente do que a maioria esperava, o programa alcança picos de audiência nunca antes vistos, fazendo com que uma inescrupulosa produtora (Faye Dunaway) decida dar um novo programa para o apresentador. Aclamado pelo público, ele então se torna uma espécie de profeta louco, atacando a tudo e a todos. Essa postura, no entanto, passa a provocar a fúria dos executivos quando ele decide se voltar contra o próprio sistema capitalista. Promovendo uma contundente crítica a banalização da informação, Rede de Intrigas levou quatro estatuetas do Oscar e se tornou um espécie de vislumbre do que a mídia viria a se tornar nos dias de hoje.

2º Apertem os Cintos, o Piloto Sumiu (1980)



Parodiando clássicos como Aeroporto (1970), Apertem os Cintos, o Piloto Sumiu é uma das mais exitosas paródias que o cinema já produziu. Escrita e dirigida por Jim Abrahams e pelos irmãos David e Jerry Zucker, olha o trio de volta a lista, esta escrachada comédia não perde a oportunidade de rir do próprio norte-americano. Brincando com esteriótipos e com temas delicados, o longa narra a história de um piloto de guerra traumatizado (Robert Hays) que, na tentativa de reconquistar o amor de uma aeromoça, decide embarcar num voo comercial rumo à Chicago. Durante o voo, no entanto, a tripulação adoece após comer um jantar estragado, deixando o avião sem comandantes. Tentando deixar os traumas de lado, o ex-piloto terá então que não só salvar os passageiros, como também reconquistar a confiança do amor de sua vida. Apesar desta minha sinopse indicar um filme sério, ao longo das quase duas horas de filme somos bombardeados por uma sucessão de hilárias piadas. Com destaque para o piloto automático, que sem dúvida, gera as melhores sequências dentro do longa. Um clássico da comédia estrelado por nomes como o ex-jogador de basquete Kareem Abdul-Jabbar, Leslie Nielsen, Lloyd Bridges, Peter Graves (Inferno Nº17) e Julie Hagerty (Loucademia de Medicina).

1º O Grande Ditador (1940)



Concebida pela gênio Charlie Chaplin, O Grande Ditador promoveu uma das mais contundentes e importantes sátiras envolvendo a Segunda Guerra Mundial. No auge do conflito, fato raro para este gênero, o realizador inglês resolveu questionar através do humor as investidas do exército Nazista. Apesar de admitir que não sabia das crueldades impostas aos judeus durante o conflito, e que não teria realizado o longa se soubesse de "tamanha insanidade homicida", Chaplin resolveu produzir esta crítica graças a sua impressionante semelhança física com Adolph Hitler. Na trama, após servir ao exército inglês durante a Primeira Guerra Mundial, um barbeiro judeu (Chaplin) entra em coma por vários anos. Quando desperta, sem qualquer tipo de memória, percebe que está novamente em um conflito quando Adenoid Hynkel assume o comando da fictícia Tomainia. Vivendo em guetos, o barbeiro se apaixona pela bela Hannah (Paulette Goddard) e através dela acaba entrando num pequeno grupo de resistência. Apresentando alguma das mais icônicas cenas já produzidas, como não lembrar do enérgico discurso final ou da bela sequência em que Adenoid baila com o globo terrestre, Chaplin fez de um filme de comédia uma das mais incisivas respostas a toda covardia imposta pelos nazistas.

Menções Honrosas 

- Os Russos Estão Chegando! (1966)



Fazendo piada com a Guerra Fria em meio a esse conflito, o diretor Norman Jewison (No Calor da Noite) tentou mostrar que os russos não eram tão maus assim. Destaque para a presença do sempre competente Alan Arkin (Pequena Miss Sunshine), num dos seus primeiros papeis mais expressivos.

- A Mentira (2010) 

Apresentando uma interessante sátira envolvendo o popular gênero High School, Emma Stone faz de A Mentira uma comédia que merece figurar nesta lista.

- S.O.S: Tem um Louco Solto no Espaço (1987)



Do gênio da comédia Mel Brooks, essa paródia estrelada por Rick Moranis, John Candy e Bill Pullman resolveu fazer piada com a estimada franquia Star Wars. O resultado é hilário.

- O Segredo da Cabana (2012)



A presença deste filme neste Top 10, por si só, já é um grande spoiler. Portanto, sem mais palavras.


Estas são as nossas sátiras favorita. Sentiu falta de alguma? Deixem os seus comentários abaixo. 

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