O Ministério da Cultura vai revelar nesta quinta-feita, às dez da manhã em São Paulo, o representante brasileiro na corrida por uma indicação ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2015. Entre os 18 trabalhos inscritos, longas como O Lobo Atrás da Porta, de Fernando Coimbra, Getúlio, de João Jardim, Praia do Futuro, de Karim Aïnouz, e Hoje eu Quero Voltar Sozinho, de Daniel Ribeiro, despontam como os favoritos para representarem o Brasil nesta grande premiação. Os selecionados vão tentar repetir os resultados de O Pagador de Promessas (1963), O Quatrilho (1994), O Que é isso Companheiro (1998) e Central do Brasil (1999), os únicos representantes nacionais que disputaram o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Na edição de 2014, O Som ao Redor foi o representante nacional, mas não conseguiu uma vaga na lista de pré-selecionados, sendo preterido por longas como o vencedor A Caça, Alabama Monroe e A Grande Beleza.
Muito elogiado pela crítica nacional, O Lobo Atrás da Porta parece ter o perfil que vem agradando a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Estrelado por Leandra Leal, Milhem Cortaz e Fabíula Nascimento, o thriller reconta o popular caso da Fera da Penha, que durante a década de 1990 foi condenada por um cruel crime passional contra a filha de seu amante. Já com uma atmosfera bem mais leve, Hoje eu Quero Voltar Sozinho também surge como um candidato forte. Vencedor da mostra Panorama do Festival de Berlim, o longa sobre um jovem cego, em meio ao processo de sua descoberta sexual, recebeu ótimas críticas durante a sua passagem pelo circuito comercial brasileiro.
Se os dois casos acima se mostram apostas mais seguras, longas como Praia do Futuro, Tatuagem e O Homem das Multidões me parecem opções mais arriscadas. Recebido com frieza durante o Festival de Berlim, o drama estrelado por Wagner Moura narra a história de um salva-vidas que se divide entre o amor por um alemão, interpretado por Clemens Shick, ou o afeto de seu irmão, o promissor Jesuíta Barbosa. Recebido com entusiasmo no Festival de Gramado, Tatuagem segue a mesma a pegada de Praia do Futuro. Dirigido por Hilton Lacerda, o longa estrelado por Irandhir Santos (Tropa de Elite 2) conta a história do líder de uma trupe teatral que, em meio aos contestadores espetáculos e o tórrido romance com um jovem (Jesuíta Barbosa), tenta resistir a repressão do regime militar.
Apostando num formato mais vanguardista, O Homem das Multidões também foi muito bem recebido pela crítica nacional. Elogiado por sua narrativa mais artística, que flutua entre a ficção e o tom documental, o longa dirigido por Marcelo Gomes e Cao Guimarães narra a história de duas pessoas solitárias, que mesmo em estados diferentes parecem passar pelas mesmas situações. Já entre os longas mais populares, com maior distribuição em escala comercial, as cinebiografias Getúlio, dirigida por João Jardim, e Não Pare na Pista, de Daniel Augusto, também se mostram no páreo. Enquanto as estupendas atuações de Tony Ramos e Drika Moraes colocam o drama sobre o presidente Getúlio Vargas no páreo, o longa sobre a ascensão do compositor e escritor Paulo Coelho pode surpreender.
Por falar em surpresas, longas como Entre Nós e Serra Pelada não podem ser descartados. Ainda que tenham sido recebidos por críticas oscilantes, o drama sobre a amizade dirigido por Paulo Morelli e o épico sobre a ganância de Heitor Dália chegam como os grandes azarões nessa disputa. Confira abaixo todos os longas escolhidos pelo MinC e façam as suas apostas.
“A grande vitória”, de Stefano Capuzzi
“A oeste do fim do mundo”, de Paulo Nascimento
“Amazônia”, de Thierry Ragobert
“Dominguinhos”, de Eduardo Nazarian
“Entre nós”, de Paulo Morelli
“O exercício do caos”, de Frederico Machado”
“Getúlio”, de João Jardim
“Hoje eu quero voltar sozinho”, de Daniel Ribeiro
“Jogo de xadrez”, de Luis Antônio Pereira
“Minhocas”, de Paolo Conti e Arthur Nunes
“Não pare na pista: a melhor história de Paulo Coelho”, de Daniel Augusto
“O homem das multidões”, de Cao Guimarães e Marcelo Gomes
“O lobo atrás da porta”, de Fernando Coimbra
“O menino e o mundo”, de Alê Abreu
“O menino no espelho”, de Guilherme Fiúza Zenha
“Praia do futuro”, de Karim Aïnouz
“Serra pelada”, de Heitor Dhalia
“Tatuagem”, de Hilton Lacerda
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