Década de 1980. Nomes como Sylvester Stallone, Bruce Willis, Chuck Norris e Arnold Schwarzenegger, se tornavam astros com os seus divertidos filmes de ação, sem qualquer preocupação com a realidade. Os chamados exércitos de um homem só invadiam os cinemas. Tanto espaço, aliás, acabou esgotando a fórmula, que foi se desgastando e obrigando o cinema do gênero a mudar. No entanto, muitos diretores acabaram sendo criados em meio a esse período, e um dos que melhores conseguem explora-lo é Rolland Emmerich, o "mestre da destruição". Homem por trás dos grandiosos Independence Day, 2012 e O Dia depois do Amanhã, o diretor bem que tenta renovar o gênero com O Ataque, mas o resultado fica aquém do esperado. Principalmente porque Emmerich cai em um erro que tem se tornado comum dentro do gênero: confundir o fato do filme não se levar à serio, com a tentativa de adicionar humor a qualquer custo.
É nítida a inspiração de Emmerich no clássico Duro de Matar. Na verdade, o diretor mantém o seu estilo -sempre competente quando o assunto é catástrofe - mas ao longo das quase 2 h e 15 de duração percebemos muitas semelhanças entre os dois filmes. Desde a detalhada invasão terrorista, até a ligação do herói com um dos reféns, tudo é respeitado e bem trabalhado por Emmerich. O tom de homenagem fica ainda mais nítido nos detalhes, já que aqui o herói também se chama John, e a regata branca que consagrou Bruce Willis como John Mclane, também está presente em Channing Tatum. O problema é que na tentativa de dar novo frescor a essa fórmula, O Ataque acaba buscando formas de amenizar uma trama séria, explorando principalmente gags fora de hora, a já esperada "patriotada", e situações absurdas, que até para um filme de ação da década de 1980, são exageradas.
A trama assinada por James Vanderbilt é até interessante e explora bem os seus personagens. O roteiro tem eficientes reviravoltas, e a construção de todos os personagens e suas motivações dentro da trama são coerentes. O problema é que ao trabalhar tudo isso, tanto o roteiro como a própria direção escolhem os caminhos errados, diminuem a densidade do filme ao longo da projeção e deixam a impressão que a única preocupação é divertir o espectador. Como de costume Emmerich consegue, mas aquele espectador mais exigente pode se incomodar com o rumo da trama. No longa, Channing Tatum é John Cale, um ex-militar que faz segurança de políticos, mas sonha em se tornar agente do serviço secreto. Divorciado, ele é pai de Emily Cale (Joey King), uma jovem patriota que tem como grande ídolo o presidente dos EUA James Swayer (Jamie Foxx). Sabendo dessa idolatria da filha, John aproveita uma entrevista de emprego no serviço secreto e leva a menina para visitar a Casa Branca. John é recusado em função de seu histórico, mas acaba ganhando uma grande oportunidade de salvar o dia quando um bando de terroristas liderados por Emil Stenzl (Jason Clark) resolve dizimar o serviço secreto e sequestrar a Casa Branca. Assim John passa a ser a única chance do Presidente Swayer e também de sua jovem filha.
Com essa boa trama em mãos, Emmerich não economiza nas cenas de ação, que como de costume são de tirar o fôlego. O diretor sabe como ninguém filmar catástrofes e explora - na medida certa - explosões, quedas de aviões e as cenas de tiroteio. No entanto, se tecnicamente o diretor mantém o seu bom nível, o grande acerto do longa fica pela condução da dupla Channing Tatum e Jamie Foxx, que funciona muito bem em cena. A química dos dois chama a atenção, e ver o Presidente dos EUA atirando com um lança foguetes é realmente divertido. A questão é que isso funciona uma vez, talvez duas, mas na terceira passa a ser repetitivo. Somado a isso, a fórmula mais light que popularizou o cinema de Rolland Emmerich, aqui não funciona tão bem, principalmente porque diferente de 2012 e Independence Day, aqui as ameaças são reais e completamente contextualizadas. (Com todo o respeito àqueles que acreditam em alienígenas e que o mundo pode acabar com previsões do calendário Maia).
Apesar desses problemas, O Ataque consegue cumprir o que promete: ser um filme altamente divertido. Afinal, conta com um grande elenco, destaque ainda para a boa atuação de James Woods, tem uma boa trama e consegue explorar, ainda que de forma irregular, todo o escapismo dos filmes de ação da década de 1980. Eu fico com a impressão, no entanto, que o longa poderia ir ainda mais longe, e com um pouco de ousadia, representar uma nova cara para o cinema de ação. Pelo menos Channing Tatun segue trilhando o seu espaço pelo cinema do gênero e pode, quem sabe futuramente, se tornar o próprio Bruce Willis de sua geração.
A trama assinada por James Vanderbilt é até interessante e explora bem os seus personagens. O roteiro tem eficientes reviravoltas, e a construção de todos os personagens e suas motivações dentro da trama são coerentes. O problema é que ao trabalhar tudo isso, tanto o roteiro como a própria direção escolhem os caminhos errados, diminuem a densidade do filme ao longo da projeção e deixam a impressão que a única preocupação é divertir o espectador. Como de costume Emmerich consegue, mas aquele espectador mais exigente pode se incomodar com o rumo da trama. No longa, Channing Tatum é John Cale, um ex-militar que faz segurança de políticos, mas sonha em se tornar agente do serviço secreto. Divorciado, ele é pai de Emily Cale (Joey King), uma jovem patriota que tem como grande ídolo o presidente dos EUA James Swayer (Jamie Foxx). Sabendo dessa idolatria da filha, John aproveita uma entrevista de emprego no serviço secreto e leva a menina para visitar a Casa Branca. John é recusado em função de seu histórico, mas acaba ganhando uma grande oportunidade de salvar o dia quando um bando de terroristas liderados por Emil Stenzl (Jason Clark) resolve dizimar o serviço secreto e sequestrar a Casa Branca. Assim John passa a ser a única chance do Presidente Swayer e também de sua jovem filha.
Com essa boa trama em mãos, Emmerich não economiza nas cenas de ação, que como de costume são de tirar o fôlego. O diretor sabe como ninguém filmar catástrofes e explora - na medida certa - explosões, quedas de aviões e as cenas de tiroteio. No entanto, se tecnicamente o diretor mantém o seu bom nível, o grande acerto do longa fica pela condução da dupla Channing Tatum e Jamie Foxx, que funciona muito bem em cena. A química dos dois chama a atenção, e ver o Presidente dos EUA atirando com um lança foguetes é realmente divertido. A questão é que isso funciona uma vez, talvez duas, mas na terceira passa a ser repetitivo. Somado a isso, a fórmula mais light que popularizou o cinema de Rolland Emmerich, aqui não funciona tão bem, principalmente porque diferente de 2012 e Independence Day, aqui as ameaças são reais e completamente contextualizadas. (Com todo o respeito àqueles que acreditam em alienígenas e que o mundo pode acabar com previsões do calendário Maia).
Apesar desses problemas, O Ataque consegue cumprir o que promete: ser um filme altamente divertido. Afinal, conta com um grande elenco, destaque ainda para a boa atuação de James Woods, tem uma boa trama e consegue explorar, ainda que de forma irregular, todo o escapismo dos filmes de ação da década de 1980. Eu fico com a impressão, no entanto, que o longa poderia ir ainda mais longe, e com um pouco de ousadia, representar uma nova cara para o cinema de ação. Pelo menos Channing Tatun segue trilhando o seu espaço pelo cinema do gênero e pode, quem sabe futuramente, se tornar o próprio Bruce Willis de sua geração.
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