quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Cinemaniac Indica (A Princesa e o Sapo)

Valeu a pena esperar. Desde 2004 sem lançar um longa de animação em 2-D, o último foi o inexpressivo Nem que a Vaca Tussa, a Disney voltou a técnica em grande estilo, como sempre fez ao longo de sua história. Aliando magia à realidade, como só a Disney consegue fazer, o estúdio lança mais uma maravilhosa fábula moderna. Até por isto, na minha opinião, A Princesa e o Sapo já entra para o grande hall de clássicos do estúdio.

Lançando a primeira protagonista Negra da história do estúdio, a animação consegue fugir de todos os possíveis clichês que a trama podia remeter. Desde as escolha dos personagens, até mesmo a "batida" história do principe que vira sapo, tudo vira boas e novas situações nas mãos dos diretores John Musker e Ron Clements (Alladin e A Pequena Sereia). E a principal das grandes sacadas foi a escolha da cidade de Nova Orleans como palco deste curioso e nostálgico romance, que há muito tempo não se via no cinema. Desde a musicalidade da cidade, na figura basicamente do Jazz, aos contrastes de cores e a desigualdade social, tudo é muito bem mostrado pela dupla, conseguindo trazer a fábula para mais perto da realidade.

Além disso, diferente de todas as princesas da Disney, caracterizadas por serem recatadas, românticas e sonhadoras, Tiana (voz de Kacau Gomes) é o exemplo da mulher atual. Guerreira, batalhadora e focada, o grande sonho da personagem não era um marido ou então um castelo, mas simplesmente construir um restaurante. Outro fator interessante, muito bem abordado pelo filme, é a questão da religiosidade local. Toda aquela temática de vodu e da feiticaria, comum em filmes de terror, é muito bem abordada pelo filme, criando um vilão bastante interessante.

Se a questão da realidade é muito bem abordada, a fábula é ainda melhor. Desde as escolhas dos animais, como o simpático Jacaré Louis e o romântico Vagalume Ray, à mimada e afobada amiga Charlotte, todos os personagens tem características genuínas que engrandeçem a história. Por falar nela, a trama é bem desnvolvida, com ótimos trechos musicais. Se utilizando bastante do Jazz, Blues e música Caipira, fica quase impossível de não se abrir um sorriso com as cativantes cenas musicais. Com muitas cores, ritmo e paisagens muito bem detalhadas, a animação tem o padrão Disney de ualidade e por isso nem preciso me alongar muito neste ponto. Ou seja, A Princesa e o Sapo repete, de maneira genuína, toda a fórmula que vem enchendo os cinemas à muitas gerações.

Na trama, Tiana é uma jovem de família humilde que trabalha muito para realizar seu sonho: construir um restaurante. Por outro lado, Charlotte sua amiga de infância mimada e rica precisa não de muito esforço para conseguir as suas vontades. Mas esta situação muda, com a chegada do Principe Naveen à Nova Orleans. Sempre sonhando em casar-se com um príncipe, Charlotte fica eufórica com a presença de Naveen, mas ela não contava que por ingenuidade, Naveen caisse nas garras do Dr Facilier, um mago muito poderoso. Agora na pele de um asqueroso sapo, Naveen acaba encontrando em Tiana a solução para o seu problema. Porém, mal sabia ele que o famoso conto da Princesa e do Sapo acabaria trazendo uma série confusões para a vida dos dois.

Enfim, A Princesa e o Sapo tem todos os pré-requesitos necessários para se tornar mais um grande clássico da Disney. Se prepare para rir e para chorar nesta linda fábula, embalada por muito Jazz e cenários belissímos. Então se você já e fã dos clássicos em 2-D, não perca esta oportunidade. Caso você seja muito novo, ou não tenha tido até então interesse nos grandes sucessos da Disney, como O Rei Leão, A Branca de Neve, Pinóquio e Alladin, não perca tempo também e corra para o cinema. Ainda está em tempo de se encantar. Espero que todos gostem.

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