segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Crepúsculo, Harry Potter e o fenômeno dos roteiros adaptados (Parte 2)

O terror na origem dos filmes adaptados

Primeira cena de Alice no País das Maravilhas (1903)

Não se tem uma comprovação exata de qual foi o primeiro livro a ser adaptado para o cinema, mas segundo algumas fontes, a primeira adaptação foi a do conto Alice no País das Maravilhas, realizada em 1903, poucos anos depois da criação do próprio cinema. Dirigido por Cecil Hepworth, a obra de Lewis Carrol, teve a atriz May Clark no papel de Alice. Como neste período a produção cinematográfica ainda era bastante artesanal, (como você pode ver no próprio filme Alice cujo link, http://www.youtube.com/watch?v=-HMF62LdH6w&feature=related leva a versão original no youtube) e longe do nível industrial que vemos hoje em dia, a produção de filmes não era em massa.

Charles Ogle, Boris Karlof e Robert de Niro: Os principais Frankstein da história do cinema

Sete anos depois, outra famosa obra seria adaptada para o cinema, inaugurando um rascunho dos gêneros mais importantes: o terror. Trata-se de Frankstein, obra adaptada da escritora Mary Shelley, que chegaria aos cinemas no ano de 1910, com direção de Thomas Edison, ele mesmo o inventor da lâmpada, e trazendo Charles Ogle no papel da criatura (assista a versão original do filme neste link http://www.youtube.com/watch?v=TcLxsOJK9bs) . Anos mais tarde, a adaptação de Frankstein, que viria a se tornar mundialmente famosa na década de 1930 com Boris Karloff interpretando o monstro, acabou se tornando um marco do cinema permitindo que outras obras, principalmente do gênero terror, fossem adaptadas. Em 1994, uma nova versão do filme foi lançado para os cinemas, desta vez, com Robert De Niro, no papel de Frankstein. Muito fiel a obra de Mary Shelly, o longa dirigido por Kenneth Branagh, que também atua no filme, teve o nome da autora incluído no título do filme.

Dráculas de três distintas gerações do cinema

Ainda no início deste século, mais precisamente da década de 1920, outro fenômeno literário, invadiria o mercado cinematográfico. Trata-se da obra Drácula, do escritor irlandês Bream Stoker, que por coincidência lançou o vampirismo no cinema. Um das obras que mais produziu filmes na história do cinema parece à frente do seu tempo. Cada vez mais reinventada, o livro chegou pela primeira vez ao cinema em 1922, no clássico do expressionismo alemão intitulado Nosferatu. Devido à recusa da família do escritor, sobre os direitos à obra original, o diretor F.W Murneau não pode utilizar os personagens descritos na trama original. Assim, ele teve a ideia de criar o personagem conde Orlok, que com um visual incrível, e bastante assustador para o período, marcou época na história do cinema. Na década seguinte, agora com os direitos sobre a obra liberados, o diretor Tod Browning, lança em 1933, a primeira versão do filme Drácula, versão esta que consagraria o ator Bela Lugosi, pela qual se tornaria mundialmente famoso. Drácula viria a fazer um grande sucesso ao longo das décadas seguintes, rendendo diversas continuações, como as da década de 60 com Christopher Lee, se tornando assim impossível contar quantos filmes forma produzidos envolvendo este personagem. Em 1992, o diretor Francis Ford Coppola, viria produzir o que é a versão mais recente do filme, intitulada Drácula de Bream Stoker. O longa foi sucesso de público e crítica mantendo assim vivo o conto escrito em 1897.

Poster Original de O Fantasma da Opéra (1925) e O Médico e o Monstro (1920)

E as adaptações de obras aterrorizantes não pararam por ai. Embarcando no sucesso do gênero, impulsionado por filmes como os citados acima, outros livros viriam a ser adaptados se tornando clássicos do gênero. Livros como O Fantasma da Ópera, adaptado de uma novela teatral francesa escrita por Gaston Leroux, e o Médico e o Monstro, da obra de Robert Louis Stevenson, se tornariam obras muito requisitadas para adaptações ao longo das décadas. As primeiras, respectivamente produzidas nos anos de 1925 e 1920, abririam portas para uma série de continuações. O médico e o monstro, por exemplo, não alcançou o sucesso com a versão de 1920, dirigida por John S. Robertson e estrelada por John Barrymore, mas sim com a versão de 1932, dirigida por Rouben Mamoulian e com Fredric March, que inclusive ganhou o Oscar de melhor ator por sua atuação como Dr Jekyl e Mr Hyde. Além destas duas, O médico e o Monstro ganhou outra versão de sucesso no ano de 1941, dirigida por Victor Fleming. Já O Fantasma da Ópera, conseguiu com que todas as suas adaptações se tornassem grandes sucessos de público. Tanto a original de 1925, com Lon Charney, quanto à versão falada de 1940, que trouxe o ator Claude Rains no papel principal, obtiveram grande sucesso. A partir de então o musical se tornou grande sucesso na Broadway, visto por mais de 100 milhões de pessoas. Ambos os filmes foram adaptados recentemente, com destaque para O Fantasma da Opera (2004), mega produção do diretor Joel Schumacher, que trouxe para o papel de Fantasma, o galã Gerard Butler. Amanhã continuaremos falando dos romances no cinema.

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