domingo, 11 de julho de 2021

Especial | Nove filmes em que o Brasil foi muito mal representado em Hollywood

Esse post foi motivado pela irritação. Quem leu a minha crítica de A Guerra do Amanhã sabe que eu não gostei do filme. Os motivos são inúmeros. Em poucos minutos, porém, o longa dirigido por Chris McKay me incomodou ao (como de costume em Hollywood) se referir ao Brasil da forma mais equivocada possível. Logo no primeiro ato, quando os soldados do futuro “invadem” o passado, eles escolhem um evento de respeito: a final da Copa do Mundo. Só o absurdo de colocar a seleção brasileira nesta posição já seria motivo de piada. Um detalhe, contudo, me incomodou de verdade. Neymar? Esqueça! Gabriel Jesus? Esqueça! Gabigol? Esqueça! O atacante da nossa seleção se chamava PERALTA. O Brasil não é México. Não é Argentina. Não é Paraguai. Eu nunca vi um brasileiro chamado Peralta. Estamos em 2021 e Hollywood segue achando que a gente fala espanhol e tem o melhor futebol do mundo. Era só dar um Google. Isso é imperdoável. Isso diz muito sobre a qualidade do filme. Um equívoco que não é uma exclusividade de A Guerra do Amanhã. Na lista de hoje reuni outros oito filmes (alguns ótimos) que vacilaram demais na representação do Brasil. 

 - A Guerra do Amanhã (2021)

Tem Peralta e Paz vestindo a camisa da seleção brasileira.

- 007 contra o Foguete da Morte

O problema, aqui, está no senso de geografia. O Rio de Janeiro fica “pertinho” das Cataratas do Iguaçu.

 - Sinais


O primeiro filme da lista a pecar pelo idioma. Numa sequência chave, a aparição de um alienígena é registrada na cidade de Passo Fundo. Na cena, em meio ao caos, o garotinho (que até falava em português) solta um ‘BEHIND’ para revelar a posição do alien. Do nada. Sem qualquer justificativa. Para piorar, num surto de insanidade, o personagem do Joaquin Phoenix tenta alertar o garoto via TV falando em espanhol.

- O Incrível Hulk

O MCU acertou que o idioma falado no Brasil era o português. Mas eles apostaram no português de Portugal com um sotaque em espanhol. É um tanto bizarro ver o guaraná PINGO DOCE em pleno Rio de Janeiro. Não à toa o Stan Lee passou mal com isso...

- Velozes e Furiosos: Operação Rio


Eu gosto de Velozes e Furiosos: Operação Rio. A maneira com que o longa de Justin Lin usa a cidade do RJ, contudo, é bem bizarra. O filme claramente não foi rodado por aqui. As viaturas policiais parecem de um filme futurista. As ruas são de uma Miami genérica. O pior, porém, está na estereotipificação da violência urbana. Numa cena chave do filme, Dom (Vin Diesel) solta um This is Brazil e todo mundo na cena aponta uma arma na direção da polícia. É ofensivo. 

- Feitiço do Rio


Sabe aquele vídeo do Arnold Schwarzenegger acompanhando o carnaval no RJ (veja aqui)? Feitiço do Rio é uma espécie de versão fílmica dele. Uma enxurrada de estereótipos que ajudaram a popular uma imagem equivocada do nosso país. Aves raras. Macacos na zona sul do RJ. Topless coletivo na praia. É inacreditável que Stanley Donen tenha dirigido uma bomba dessas.

- Bem-Vindo à Selva

Aqui, outra vez, vemos um casting absurdo. Bem-Vindo à Selva é divertidíssimo. A representação do Brasil, porém, não é das melhores. Com destaque para a luta entre Dwayne Johnson e um “cidadão brasileiro” vivido pelo californiano Ernie Reys Jr. “EU VOU QUEBRAR A TUA CARA!”, diz o lutador com um risível sotaque americano.

- Brenda Starr

Esse é o mais absurdo de todos. Estrelado por Brooke Shields, Brenda Starr viajou para o Brasil para tripudiar do país. O que vemos é um Brasil “amazônico” que mais parece uma república das bananas de filmes de segunda linha. A cena em que Shields surge “surfando” em cima de dois crocodilos é sintomática.

- Bonequinha de Luxo

Por fim, um clássico. Bonequinha de Luxo é comumente criticado pelo “yellowface” usado na criação do vizinho asiático interpretado por Mickey Rooney. O Brasil, porém, também sofreu nas mãos do diretor Blake Edwards. Numa cena de festa, Holly (Audrey Hepburn) é cortejada por um agricultor brasileiro chamado José da Silva Pereira. O problema é que o cineasta escalou o ator espanhol José Luis de Vilallonga para viver o personagem. E como se não bastasse o sotaque castelhano, o pretendente entra em desespero quando descobre que a polícia irá interromper a festa. Ofensivo!

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