domingo, 22 de setembro de 2019

Dez grandes filmes originais que completam 30 anos em 2019


Os anos 80 chegaram ao fim com uma safra muito interessante. Assim como aconteceu em 1999, leia mais aqui, o ano de 1989 preparou o terreno para o que iriamos ver nos cinemas na década de 1990. Tivemos continuações do porte de De Volta para o Futuro 2, O Caça Fantasmas 2, Indiana Jones e A Última Cruzada, Férias Frustradas de Natal e Máquina Mortífera 2. Algo que se tornaria algo bastante comum dentro da indústria nos anos seguintes. Tivemos também a explosão dos “filmes de Oscar” como Flores de Aço, Conduzindo Miss Daisy, Meu Pé Esquerdo e Campo dos Sonhos, produções agridoces pensadas para agradar que se tornariam bem populares nos anos noventa. O Batman gótico de Tim Burton trouxe uma estética sombria\dark que viria a ser muito explorada na segunda metade da década. Os conflitos bélicos - como de costume nos anos 1980 - voltaram a ser analisados sob uma perspectiva bem crítica em títulos como Pecados de Guerra, Nascido em 4 de Julho e Tempo de Glória. O cinema indie\autoral norte-americano se viu fortalecido a partir de títulos como Sexo, Mentiras e Videotape (de Steven Soderbergh) e Drugstore Cowboy (de Gus Van Sant). Uma safra eclética que trouxe também grandes produções originais. Títulos que, fazendo jus ao status criativo dos anos oitenta, trouxeram o melhor deste grande período para o cinema\cultura pop. Seja com uma crônica racial sobre um bairro em ebulição, seja com um drama sobre um grupo de jovens desafiados a pensar, seja com um romance ‘teen’ sobre as peças que só a vida é capaz de pregar, seja com um cult geracional sobre a toxicidade nos corredores da escola. Neste artigo, portanto, vamos celebrar o ano de 1989 com uma lista com dez grandes filmes originais que (já!) completam 30 anos em 2019. Tem filme para todos os gostos.

- Atração Mortal


E nada melhor do que começar com um dos filmes mais influentes dos anos 1980. Para o bem e para o mal. O cult Heathers, Atração Mortal no Brasil, pinta um retrato devastador numa sátira geracional com muito a dizer sobre as mazelas enfrentadas pelos mais jovens. Numa época em que os conflitos íntimos da garotada eram frequentemente reduzidos ao bullying e a desilusão sentimental, o longa dirigido por Michael Lehmann colocou o dedo na ferida ao tocar em questão complexas e profundas numa comédia provocante e nada escapista. Usando a toxicidade do ambiente escolar como o ponto de partida para a construção de um relato bem mais amplo, o realizador testou as expectativas do público ao enxergar além dos arquétipos. O que explica o fracasso comercial da obra. Com um texto afiadíssimo e protagonistas caóticos, Lehmann propôs uma reflexão sobre o estado das coisas nos grandes centros urbanos a partir da perspectiva juvenil, se esquivando dos clichês ao tocar em temas como a crise de autoestima, a depressão, o vazio geracional, a falsidade, a solidão, a falta de diálogo familiar, a revolta e o suicídio. Sob a cínica perspectiva do longa, as escolas norte-americana são um “celeiro” para indivíduos problemáticos, ocos, impactados por uma formação recheada de vícios. Enquanto a Verônica de Wynona Ryder surge como um adolescente confusa indignada com o ‘status quo’ em que está inserida, tipos como a ferina Heather (Kim Walker), a tola Heather (Shannen Doherty) e o anárquico sociopata J.D (Christian Slater) sintetizam os perigos em torno deste processo. Por mais que Lehmann carregue nas tintas, o retrato aqui pintado soa assustadoramente atual, principalmente por escancarar uma realidade até bem pouco tempo reprimida. É chocante, na verdade, perceber como este cenário se tornou infelizmente comum ao redor do mundo, um rastro de violência que expõe a face mais adoentada da nossa sociedade. Tenso, irônico (a sequência do funeral é impagável) e controverso, Atração Mortal é um ‘hit’ cult indispensável, uma obra atemporal que deu origem a uma série de outros títulos, entre eles os queridinhos Meninas Malvadas (2004), A Mentira (2010), Gossip Girl, Glee, Scream Queens, Riverdale e tantos outros produtos.


- O Segredo do Abismo


É fácil entender porque O Segredo do Abismo praticamente não envelheceu nos últimos trinta anos. James Cameron decidiu fazer desta magnífico exemplar da ficção-científica uma espécie de portfólio do que estava por vir na sua carreira. Após brilhar em O Exterminador do Futuro (1984) e Aliens: O Resgate (1986), o cineasta ganhou carta branca para criar. Para tirar do papel exatamente aquilo que queria. O resultado é uma produção ainda hoje rara. Disposto a conferir verossimilhança a este Sci-Fi subaquático, Cameron rodou o longa praticamente todo embaixo d’água numa instalação nuclear inundada. Em determinado momento do filme, consciente que a água estragava o efeito do festim usando nas armas, usou balas de verdade (com segurança, claro) para extrair o peso certo das cenas. Tudo em prol do realismo impresso em tela. Com pulso narrativo, as duas horas e vinte de projeção passam num piscar de olhos, Cameron nos coloca num cenário inóspito e claustrofóbico ao narrar as desventuras de um grupo de mergulhadores diante de uma misteriosa presença do fundo do mar. Quando precisa extrair tensão da trama, o realizador o faz com um ímpeto absurdo, explorando o imersivo cenário em sequências frenéticas marcadas pelo magistral desenho de som, pelo dinamismo narrativo e pela expressiva fotografia em tons de azul. O mesmo, aliás, acontece quando o longa decide traduzir a delicada posição dos protagonistas. Fazendo jus aos melhores filmes catástrofes, Cameron investe num ‘mise en scene’ inacreditável, colocando a sua câmera (e o elenco) debaixo d’água para capturar com o máximo de verossimilhança a luta deles contra os efeitos da pressão subaquática. Tudo tem muito peso aqui. Uma experiência cinematográfica impressionante aos olhos do público, mas desgastante sob a perspectiva dos atores. Comenta-se que nos bastidores, além do frio e das condições extremas, nomes como Ed Harris e Mary Elizabeth Mastrantonio tiveram que sentir na pele as agruras impostas pelo cenário, com direito a um quase afogamento dele no set, várias sessões de descompressão e reclamações de ambas as partes. Tudo, volto a frisar, a serviço da arte. Em suma, O Segredo do Abismo causa ainda hoje um misto de angústia e maravilhamento difícil de se traduzir em palavras. Com efeitos visuais\práticos à frente do seu tempo, Exterminador do Futuro 2 e Titanic trazem muito do ‘know how’ desta produção, James Cameron conseguiu extrair a ordem do caos, levando o elenco e a equipe técnica ao limite extremo ao conseguir o melhor de cada um deles. Não sei se sou favorável a esse tipo de risco, mas o resultado final fez valer o esforço. Uma produção maiúscula.

- Faça a Coisa Certa


A representatividade racial hoje parece um problema próximo de ser resolvido. Inegavelmente. O caminho ainda é longo, mas, felizmente, a solução se revela mais próxima. Filmes como Corra!, Moonlight, Pantera Negra, Us e Infiltrado na Klan ajudaram no processo. Nos anos 1980, porém, o negócio era mais complicado em Hollywood. Bem mais. A realidade do afro-americano era quase sempre exposta sob a óptica branca. Isso até surgir nomes do quilate de um Spike Lee. Disposto a lutar pelo seu espaço e daqueles que representava, o então expoente diretor fez de Faça a Coisa Certa o filme definitivo sobre os conflitos inter-raciais na América dos anos 1980. Com uma linguagem dinâmica, personagens extremamente carismáticos, um visual vibrante e uma atmosfera propositalmente quente, Lee imprimiu em tela uma rotina que muitos insistiam em não ver. O dia a dia daqueles que só queriam viver dignamente, respirar a sua cultura, mas eram constantes alvos do preconceito, da desigualdade, da marginalização e da violência. Sob uma perspectiva vigorosa, o cineasta deu voz àqueles que constantemente eram reprimidos, criando uma crônica social poderosa sobre o barril de pólvora que sustentava esta rotina. Aclamado pela crítica e pelo público, Faça a Coisa Certa, entretanto, esbarrou numa barreira “invisível” na temporada de premiações. Embora com duas indicações ao Oscar, o longa ficou de fora das principais categorias, justamente num ano em que Conduzindo Miss Daisy, um filme sobre o racismo na década de 1950 nos EUA produzido por brancos e dirigido por brancos levou o Oscar de Melhor Filme. A realidade é incomoda e Spike Lee sempre soube disso. Por isso títulos como Faça a Coisa Certa permanecem vivos no imaginário do público.

- Harry e Sally: Feitos Um para o Outro


Indo do humor ao amor com rara desenvoltura, Harry e Sally: Feitos Um para o Outro é uma comédia romântica deliciosa. No auge das suas respectivas carreiras, Meg Ryan e Billy Cristal formam um casal único. Dirigido pelo talentoso Rob Reiner (A Princesa Prometida, Isto é Spinal Tap, Louca Obsessão e Conta Comigo), o longa cativa ao brincar com a dinâmica dos relacionamentos amorosos, com as idas e vindas por trás de um casal. A idealização aqui fica em segundo plano. O tempo é impiedoso. O clichê do amor à primeira vista não tem vez. Uma proposta autoral marcada pelos diálogos afiados, pela excepcional química entre os protagonistas e pela direção estilosa de Reiner. Outro ponto que agrada, e muito, é a criativa montagem do filme. Indo além das desventuras do casal Harry e Sally, o argumento abre espaço para inventivos depoimentos reais, sequências peculiares que ajudam a realçar o aspecto mais imprevisível por trás de um relacionamento amoroso. Impulsionado pelas magnéticas atuações, Carrie Fisher rouba a cena sempre em que está nela, Harry e Sally foi indicado ao Oscar de Melhor Roteiro. Nas bilheterias, aliás, o filme também fez sucesso e, mesmo limitado pela classificação para maiores (o popular Rated), arrecadou sólidos US$ 92 milhões em solo norte-americano e se tornou um dos mais reverenciados (e influentes) títulos do gênero.


- A Sociedade dos Poetas Mortos


Impulsionado pela inspiradora performance de Robin Williams, A Sociedade dos Poetas Mortos sintetiza bem a mudança de tom nos filmes de ‘high-school’. Indo de encontro ao escapismo brilhantemente defendido por nomes como os de John Hughes, o diretor Peter Weir decidiu refletir sobre a masculinidade na juventude num drama humano, realista e extremamente íntimo. Sob uma perspectiva menos tóxica, mas não menos implacável, o cineasta invade a rotina de um internato de adolescentes ao traduzir o impacto de um cérebro pensante na identidade de um grupo preso à rótulos e padrões. A partir da antológica performance de Williams, radiante na pele do professor John Keating, Weir é cuidadoso ao entender os anseios dos garotos, ao enxergar além daquilo que era previamente estabelecido. Desafiados pelo novo mentor, os jovens se veem tentados a romper com os dogmas, a experimentar coisas novas, a lutar contra a repressão e as cobranças sociais. Ali estava a elite. E a elite não poderia ser moldada por alguém disposto a questionar um viciado ‘status quo’. Contando com um elenco talentosos, Josh Charles e Ethan Hawke estão entre os rostos jovens da produção, Weir consegue entender a dor dos personagens, a confusão, as pressões, os anseios e o impacto de tudo isso na formação deles. O resultado é um retrato ora comovente, ora desconcertante sobre a difícil missão que é lidar com o peso do amadurecimento.

- Diga o Que Quiserem


O legal desta lista é perceber a mudança de tom em alguns populares subgêneros. Num momento em que a clássica fórmula dos filmes ‘high-school’ já apresentava sinais de desgaste, o então jovem diretor Cameron Crowe fechou os anos 1980 com um dos mais importantes romances juvenis da geração. Diga o Que Quiserem quebrou expectativas ao não apostar tudo numa dinâmica reconhecível. No papel, o longa estrelado por John Cusack e Ione Skye seguia uma estrutura bem saturada. A aluna exemplar se envolve com o jovem rebelde e ‘looser’ numa relação capaz de mudar as suas respectivas rotinas. Você provavelmente já viu esta premissa antes¿ Em alguns poucos minutos, porém, Crowe imprime em tela uma palheta realista que faz toda a diferença aqui. Embora em posições diferentes dentro da estrutura social do colegial, Lloyd e Diane compartilham de sentimentos próximos. E comuns a qualquer outro jovem. Eles têm planos. Expectativas. Ela quer fazer jus a expectativa criada. Quer prosperar através do estudo, da sua rigorosa educação. Ele quer viver a sua vida, o agora. Esperto ao explorar\desenvolver este choque de mentalidade, Crowe nos brinda com um casal reconhecível, real. Da troca de experiência deles nasce um romance revigorante, com altos e baixos, movido por pressões sociais, pelos diferentes estilos de vida. Sem querer revelar muito, o subplot envolvendo o rígido pai de Diane é fantástico e só ajuda a estreitar os laços entre os protagonistas. Contando ainda com uma das sequências mais icônicas do cinema moderno, Say Anything... (no original) é um romance indispensável, um filme sincero, terno e apaixonante sobre dois jovens unidos contra as peças que só a vida é capaz de pregar.


- Querida Encolhi as Crianças


Eis um dos filmes da minha infância. Querida Encolhi as Crianças é o tipo de obra que considero extremamente subestimada. Muito mais do que um simples filme família, a aventura dirigida pelo competente Joe Johnston conquistou uma geração ao narrar as desventuras de uma família encolhida pelo seu desastrado pai cientista. Com o carismático Rick Moranis como protagonista, o longa ainda hoje impressiona pela sua riqueza de detalhes quando o assunto é a diminuição da escala do cenário. Tudo soa muito vivo. Muito habitável. E isso sem CGI. Os efeitos são todos práticos. O que só reforça o senso de nostalgia em torno da obra. Estamos diante de um filme genuinamente lúdico e que por isso insiste em não envelhecer. O pai de títulos recentes como o popular Homem-Formiga, do MCU.

- Quem Vê Cara Não Vê Coração


Sob a batuta do legendário John Hughes, Quem Vê Cara Não Vê Coração é um filme família que permaneceu no imaginário do público. Muito em função, é verdade, da carismática presença de John Candy. Com uma carreira relativamente curta, abreviada pela sua precoce morte aos 43 anos, mas marcante, o carismático ator se consagrou vivendo tipos bonachões, irreverentes, figuras engraçadíssimas que o público se acostumou a amar. Entre eles figuras como o irresponsável Buck, um tio distante e irresponsável que decide cuidar dos sobrinhos quando o seu irmão é obrigado a se ausentar por um curto período. Acostumado a viver tipos imaturos, Candy arrancou risadas ao redor do mundo ao embarcar em dois dias de confusão ao lado da garotada, mostrando para eles que escondido no aparente despreparo dele existia alguém com muito coração e disposição. Algo que fica muito mais engraçado devido a fluidez do texto de John Hughes. Além de ajudar a consagrar um estilo mais infantil de comédia, uma abordagem que ficaria bem comum nos anos 1990, Quem vê Cara não Vê Coração lançou o estelar Macaulay Culkin, que, ainda bem pequeno, mostrou os ingredientes que o transformaram numa das maiores estrelas infantis da história da Sétima, incluindo o seu carisma natural (capaz de rivalizar como uma figura de Candy) e o seu inacreditável tempo de comédia.


- Tango e Cash


Se teve um gênero que prosperou nos anos 1980 foi o cinema de ação. Tivemos Fuga de Nova Iorque (1981), Rambo (1982), O Exterminador do Futuro (1984), Um Tira da Pesada (1984), Comando para Matar (1985), Stallone: Cobra (1986), Máquina Mortífera (1987), Robocop (1987), O Predador (1987), Duro de Matar (1988), O Grande Dragão Branco (1988) entre muitos outros. Um segmento que foi sendo moldado ao longo desta década. Talvez um dos exemplares mais curiosos deste subgênero, Tango e Cash fechou os anos 1980 defendendo uma veia cômica que viria a se tornar muito comum nos anos seguintes. Numa época em que a fórmula “exército de um homem só” começava a dar sinais de cansaço, o diretor soviético Andrey Konchalovskiy tinha planos mais ambiciosos para o projeto. A sua ideia era entregar um thriller denso, com elementos dramáticos, sobre dois respeitados detetives numa corrida contra o tempo para provarem a sua inocência. O produtor Jon Peters, porém, tinha uma ideia diferente. Incomodado com o tom da obra, ele decidiu intervir. Demitiu Konchalovskiy na parte final da produção, contratou Alberto Magnoli para a direção de novas (e explosivas) cenas e praticamente remontou o filme. Uma interferência pesada, é fato, mas que - honestamente - fez todo o sentido. Com duas das maiores estrelas do gênero em mãos, Peters surpreendeu ao lança-los num ‘buddy-cop movie’ sem um pingo de intenção de se levar a sério. Por mais que, ao longo da década de oitenta, o humor tenha passado a ser importante dentro do cinema de ação, Tango e Cash abraçou a galhofa ao colocar Sylvester Stallone e Kurt Russell num plot rocambolesco envolvendo um vilão canastrão (vivido pelo experiente Jack Palance), fuga da prisão, uma donzela em perigo (Tari Hatcher) e muita troca de farpas entre dois policiais pouco convencionais. Completamente à vontade em cena, Stallone e Russell conseguiram capturar o clima da obra antes mesmo que a produção “mudasse de mãos”, indo além do que os filmes do gênero costumavam entregar ao valorizar o humor e a memorável química entre os personagens. O resultado, como esperado, não foi dos melhores. Embora tenha conseguido números satisfatórios na bilheteria dos EUA, Tango e Cash não teve a recepção esperada (eu diria merecida). Com o passar dos anos, porém, esta pérola oitentista ganhou um status cult e serviu como uma clara influência para ‘hits’ do porte de O Último Grande Herói (1993), True Lies (1994), Bad Boys (1995), A Hora do Rush (1998), Anjos da Lei (2012), The Nice Guys (2016), Um Espião e Meio (2016), Hobs e Shaw (2019) e tantos outros.

- Bill e Ted


E nada mais justo do que fechar esta lista com um dos últimos grandes exemplares do cinema dos anos 1980 lançado nos anos oitenta. Bill e Ted é uma maluquice com DNA deste período. Escapista, criativo e muito engraçado, o longa dirigido por Stephen Herek conquistou o público ao redor do mundo ao narrar as desventuras de dois desligados estudantes que decidem usar uma máquina do tempo na aula de história mais intuitiva da Sétima Arte. Além de lançar uma das estrelas mais simpáticas de Hollywood, o inesgotável Keanu Reeves (Caçadores de Emoções, Drácula, Velocidade Máxima, Matrix, John Wick), o lúdico longa conseguiu falar a língua da sua geração ao temperar esta irreverente premissa com muita aventura, gags, personagens cativantes e rock ‘n’ roll. Como se não bastasse o carisma da dupla de protagonistas, Alex Winter também merece destaque, Herek abraçou o transloucado plot com energia, criando uma daquelas misturas difíceis de serem replicadas. O resultado não poderia ser outro. Com orçamento de US$ 6 milhões, o longa faturou US$ 40 milhões só nos EUA, rendeu uma série animada, uma sequência igualmente divertida (Bill e Ted 2: Dois Loucos no Tempo) e agora - trinta anos depois - um terceiro filme está sendo rodado com o elenco original. O que, na verdade, só atesta o status desta pérola oitentista.

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