segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Quinze grandes ‘hits’ da música pop que “nasceram” no cinema


Numa decisão completamente estapafúrdia, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas por muito pouco não cortou os números musicais do Oscar 2019. Por bem pouco mesmo. Um fato, entretanto, pesou contra esta decisão: a presença da estrela Lady Gaga entre as indicadas. Sucesso ao redor do mundo, o hit “Shallow”, do aclamado Nasce Uma Estrela (leia a nossa crítica aqui), se transformou num daqueles fenômenos instantâneos. Bastou o lançamento do longa dirigido e estrelado por Bradley Cooper para que a canção viralizasse, muito em função, óbvio, da monumental performance de Lady Gaga. Um status que, graças a grita dos fãs e da mídia, garantiu por mais um ano os números musicais no Oscar e a aguardadíssima apresentação da poderosa “Shallow”. Ao longo das últimas décadas, aliás, o cinema ajudou a consagrar alguns verdadeiros hinos da música pop. Aproveitando o triunfo da canção tema de Nasce Uma Estrela, vencedora de dois Grammys (Melhor Música feita para Mídia Audiovisual e Melhor Performance Dupla\Grupo para Lady Gaga e Bradley Cooper, neste artigo decidi listar outras quinze canções indicadas ao Oscar que “nasceram” dentro da Sétima Arte.



- Live and Let Die (007: Viva e Deixe Morrer)



E nada melhor do que começar com um verdadeiro clássico do rock. Referência quando o assunto são canções originais no cinema, a franquia 007 já nos brindou com diversos ‘hits’. Um dos mais populares, porém, é Live and Let Die. Na voz do ex-Beatle Paul McCartney, a canção do longa homônimo de 1973 ocupou o segundo lugar na parada norte-americana na época do seu lançamento, ganhando ainda mais destaque nos anos seguintes com a poderosa regravação da banda Guns And Roses.

- Endless Love (Endless Love)



Em alguns casos a canção alcança um status maior que o próprio filme. O que fica bem claro com o ‘hit’ Endless Love, do astro Lionel Ritchie. Lançado em 1981, o longa dirigido por Franco Zefirelli teve apenas um sucesso moderado, ficando verdadeiramente reconhecida pela canção tema interpretada por Ritchie e Diana Ross. Uma balada inesquecível que na época do lançamento também chegou na segunda colocação no ranking da Bilboard Top 100. Lionel Ritchie, aliás, voltaria a temporada de premiações com o igualmente popular ‘hit’ Say You, Say Me, do filme O Sol Da Meia Noite (1984), pelo qual ganhou o Oscar de Melhor Canção Original.

- Flashdance... What a Feelling (Flashdance)



Por falar em canções vencedoras do Oscar, What a Feeling marcou uma geração ao se tornar a canção tema do clássico musical oitentista Flashdance (1983). Na voz de Irene Cara, a canção embalou a jornada da soldadora que queria virar dançarina vivida por Jennifer Beals, se tornando um verdadeiro ‘hit’ ao redor do mundo e ainda hoje sinônimo de cenas dançantes no cinema. Na época do lançamento, a canção chegou ao topo da parada da Bilboard Hot 100, um status que só ajudou a populariza-la. Se engana, porém, que Flashdance só emplacou uma das suas músicas. A dançante Maniac, de Michael Sembello, também se transformou naturalmente num ‘hit’ pop com o lançamento do longa, permanecendo ainda hoje no imaginário dos fãs do gênero e da cultura pop como um todo.

- I Just Called To Say I Love You (A Dama de Vermelho)



Na voz do inigualável Stevie Wonder, I Just Called To Say I Love You é uma daquelas raras canções que pedem para ser cantadas. É até difícil dizer o título da música sem ao menos cantarolar o refrão. Parte da trilha do impagável longa A Dama de Vermelha, a canção se tornou um dos maiores ‘hits’ da carreira deste Ás da música norte-americana, ocupando o primeiro lugar nas paradas na época do lançamento em diversos países ao redor do mundo. Nos EUA, claro, a canção figurou no topo da Billboard Hot 100, o que garantiu, inclusive, uma indicação ao prêmio de Melhor Canção do Ano do Grammy.

- Take My Breath Away (Top Gun: Ases Indomáveis)



De um estrondoso sucesso para outro, Take My Breath Away, da banda Berlin, ajudou a transformar o popular Top Gun num filme ainda mais charmoso e representativo. Mais do que simplesmente transformar Tom Cruise num astro, o longa dirigido por Tony Scott entregou uma das grandes baladas pop dos anos 1980 e 1990, uma música número 1 não só nos EUA, mas também no Brasil. O que ajuda a explicar os motivos que levaram Take My Breath Away ao Oscar de Melhor Canção Original.

- Blaze of Glory (Jovens Demais para Morrer 2)



Um ‘guilty pleasure’ de respeito, Jovens Demais para Morre 2 indiscutivelmente surfou na onda do artista por trás do projeto. Embora o filme tenha seus predicados próprios para divertir, o ‘hit’ Blaze of Glory, do estrelar grupo Bon Jovi, colocou o longa num novo patamar, ganhando um clipe extremamente popular e um alcance muito maior junto aos fãs do gênero. A música permaneceu, já o filme...

- I Have Nothing (O Guarda-Costas)



O Guarda-Costas é o tipo de filme que não envelheceu bem. O romance entre os personagens de Kevin Costner e Whitney Houston, embora dissesse muito sobre a época que foi lançado, hoje soa um tanto quanto brega. É inegável, porém, que a sua trilha-sonora original está (ainda hoje) entre as mais icônicas da história recente do cinema. Basta soar os primeiros acordes de I Always Love You (que não é uma música criada para o longa, mas sim uma regravação) para o filme gritar dentro do nosso imaginário. A grande canção original de O Guarda-Costas, entretanto, é indiscutivelmente I Have Nothing. Embora não tenha causado o mesmo impacto inicial do hit citado acima, a dolorosa balada ocupou a quarta colocação na Bilboard Hot 100 na época do lançamento. Nos anos seguintes, diante da saturação da canção tema, I Have Nothing se tornou parte do repertório clássico de Whitney Houston, sendo tratada por muitos como umas das grandes canções da sua carreira.

- Streets of Philadelphia (Filadélfia)



Como deixar de fora uma música que não só ganhou o Oscar de Melhor Canção Original, mas também o Grammy de Canção do Ano. Com o peso que só o inesgotável Bruce Springsteen sabe conferir as suas músicas, Streets of Philadelphia ditou o tom do desconcertante drama Filadélfia. Além de figurar no topo das paradas em países como a Alemanha, o Canadá, a França e a Itália, a melancólica balada rock alcançou a nona posição na Billboard Top 100, se tornando uma das músicas mais populares de Springsteen junto ao grande público.

- My Heart Will Go On (Titanic)



Nenhuma música desta lista, porém, chegou perto do ‘status’ que My Heart Will Go On teve no final da década de 1990. Impulsionado pelo estrondoso sucesso do inesquecível Titanic, Celine Dion viu a sua carreira ganhar uma nova projeção ao embalar o fulminante romance entre Jack (Leonardo DiCaprio) e Rose (Kate Winslet), invadindo rádios e tv’s ao redor do mundo com uma facilidade tamanha. Para se ter uma noção, a adocicada balada ocupou a primeira posição no topo das paradas (me sinto tão velho usando estes termos) em todos os principais países do mundo. EUA, Inglaterra, Brasil, França, Canadá, Alemanha, Austrália, na Europa... Um sucesso inimaginável que só quem fez parte daquela época pode atestar. Nem preciso dizer para quem foi o Oscar de Melhor Canção Original, né?

- I Don't Want to Miss a Thing (Armageddon)



Após mais de duas décadas na estrada, a histórica banda de ‘hard-rock’ Aerosmith voltou aos holofotes com a poderosa balada I Don’t Want to Miss a Thing. Sem medo de se reinventar, o grupo liderado pelo expansivo Steve Tyler voltou a dialogar com o público jovem ao assinar a canção tema do filme catástrofe Armageddon, um daqueles ‘hits’ improváveis que só reafirmou o quão inesgotável era o som da banda. Pela primeira vez na sua carreira, o Aerosmith conseguiu com a canção tema do longa dirigido por Michael Bay emplacar o primeiro lugar no Top 100 da Billboard, o fôlego que a banda precisava para se manter firme e atuante nos anos seguintes.

- Listen (Dreamgirls)



Mais um dos grandes ‘hits’ do R&B que nasceram no cinema, a balada Listen está para Beyoncé, assim como Shallow está para Lady Gaga. No seu primeiro grande papel cinematográfico, a já estrela do ‘hip-hop’ encontrou nesta dolorosa música o momento que precisava para brilhar num filme do porte de Dreamgirls. Embora, que me perdoem os fãs desta grande cantora, o show tenha sido roubado por Jennifer Hudson, Beyoncé mostrou que também tinha a oferecer na atuação ao encarar a forte canção numa performance marcante. Por mais que, nos anos seguintes, ela tenha acertado a permanecer focada na sua carreira de cantora, o fato é que Listen “grudou” na carreira pessoal de Beyonce, se tornando parte do seu repertório nos anos seguintes. Curiosamente, entretanto, a canção não fez um grande sucesso nos EUA. Em compensação, na Europa e no Brasil o ‘hit’ logo ficou extremamente popular, principalmente por escancarar o extraordinário potencial vocal dela.

- Let It Go (Frozen)



O que falar de uma canção lançada em 2014 cujo, o seu oficial, tem mais de 644 milhões de visualizações no mundo. E isso sem trazer o ‘status’ do porte de Lady Gaga, Beyoncé, SIA, Adelle entre outras. Historicamente, a Disney sempre emplacou muitos ‘hits’ na temporada de premiações. Aqui no blog, inclusive, tem um Top 10 Canções Originais Disney. Let It Go, porém, levou a coisa para um novo patamar. Um grito de empoderamento interpretado com energia pela estrela da Broadway Idina Menzel, o ‘hit’ transcendeu as barreiras do gênero viralizar das mais variadas formas ao longo dos últimos anos. Além de ter feito um estrondoso sucesso ao redor do mundo, chegando ao topo das paradas norte-americanas e nos serviços de ‘streaming’, a canção ganhou diversas versões, paródias, releituras, se tornando um verdadeiro fenômeno dentro da cultura pop.

- Happy (Meu Malvado Favorito 2)



O Oscar 2014 trouxe não só uma canção chiclete, mas duas. Enquanto Let It Go se tornou um fenômeno mais cultural do que propriamente ‘mainstream’, Happy do aclamado Pharrel Williams invadiu as rádios e os serviços de ‘streaming’ com extrema naturalidade. Embora pensada originalmente como a canção tema de Meu Malvado Favorito 2, a música se sobrepôs ao bem-sucedido filme em poucos dias, sendo tocada em ‘looping’ ao redor do mundo. O resultado, obviamente, não podia ser outro. Além de ocupar o primeiro lugar nas paradas em países como os EUA e o Brasil, o ‘single’ Happy vendeu mais 11 milhões de cópias, se tornando uma das canções mais populares da carreira deste eclético artista. Merecidamente, porém, o Oscar de Melhor Canção Original ficou com Let It Go.

- Can’t Stop the Felling (Trolls)



Por falar em artistas versáteis, Justin Timberlake aliou os seus dois talentos (ele é dos cantores que atuam muito bem) ao encarar a cativante animação Trolls. Além de dar voz ao personagem Branch, ele emplacou um dos seus mais populares ‘hits’ recentes com a música Can’t Stop The Felling. Chiclete e adocicada como poucos, a animada canção colocou Timberlake no primeiro lugar das paradas em muitos países do mundo, incluindo na Billboard Top 100 dos EUA, se tornando o single mais vendido de 2016 segundo dados da Nielsen Music. Para se ter uma noção exata deste status, o clipe original de Can’t Stop The Felling tem hoje mais de 900 milhões de ‘views’. É isso que eu chamo de sucesso.

- This Is Me (O Rei do Show)




Por fim, mais do que um bem-sucedido filme, o musical O Rei do Show conquistou o público com o seu cativante repertório. Embora o longa estrelado por Hugh Jackman tenha se saído muito bem nas bilheterias, a grande surpresa ficou pelo status alcançado pelo álbum com as músicas originais do longa. Impulsionado pelo ‘hit’ igualitário This Is Me, interpretada por Keala Settle, a coletânea entrou para uma seleta lista ao permanecer no Top 10 na Billboard 200 por 30 semanas consecutivas, algo que até então só títulos como Purple Rain, Dirty Dancing, O Guarda-Costas, Frozen, O Rei Leão entre poucos outros haviam conseguido.

Gostou da lista? Leia também o nosso artigo com outras doze canções original que levaram o Oscar e também o Grammy. 

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