Estrela da aclamada franquia Harry Potter, a engajada Emma Watson se
tornou popular em Hollywood ao interpretar a astuta Hermione. Com o término da
franquia inspirada na série de livros da escritora J.K Rowling, entretanto, a
atriz teve que enfrentar as consequências de se conectar tanto a uma mesma
personagem, precisando atestar o seu talento ao encarar papéis mais adultos.
Dona de um carisma natural, Watson não demorou muito para emplacar a sua
primeira grande atuação fora do universo bruxo, a revigorante Sam de As
Vantagens de Ser Invisível (2012). O seu primeiro blockbuster, porém, demorou
mais que o esperado. Após alguns filmes menores e pelo menos um enorme fracasso
de público, a jovem fez as pazes com as bilheterias com a estrondosa adaptação
de A Bela e a Fera. Numa opção ousada, ela não titubeou ao receber a
oportunidade de viver uma das mais queridas princesas Disney, se tornando um
dos muitos trunfos da versão em ‘live-action’ dirigida por Bill Condon. Em pouco mais de vinte dias, o longa faturou expressivos US$ 910 milhões ao redor do mundo, um valor que chegou a US$ 1,25 bi* nos meses seguinte, se
tornando o tão aguardado primeiro sucesso de público de Emma Watson na sua fase
pós-Harry Potter.
A sua trajetória de volta ao topo, no entanto, não foi tão bem sucedida
assim. Após interpretar a bruxa Hermione em Harry Potter e as Relíquias da
Morte - Parte 2 (2011), Emma Watson se viu obrigada a remodelar a sua imagem
agora como adulta. Longe da franquia infanto-juvenil, ela “estreou” no elogiado
Sete Dias com Marilyn (2011), ganhando um papel pequeno no filme estrelado pela
talentosa Michelle Williams. O seu primeiro êxito "fora de
Hogwarts" viria no ano seguinte com o excelente As Vantagens de Ser
Invisível (2012). Embora não tenha sido um grande sucesso de público nos
cinemas, o drama 'indie' bombou na internet e no mercado 'home-vídeo' ao narrar
as desventuras amorosos de um problemático jovem (Logan Lerman) envolvido com
um afetuoso casal de irmãos. Na pele da radiante Sam (foto acima), Emma Watson entregou a
atuação da sua carreira ao se tornar a alma da película, encarando a independência,
a humanidade e o charme da sua apaixonante personagem com enorme naturalidade.
Um baita filme sobre os anseios da juventude atual.
Novamente reconhecida por público e crítica, Emma Watson foi a escolha
perfeita para viver a "patricinha" dissimulada (foto acima) de Bling Ring: A
Gangue de Hollywood. Sob a batuta da talentosa Sofia Coppola, o longa
inspirado numa curiosa história real mostrou o lado mais fútil da geração
atual, mas o resultado ficou aquém do esperado. Apesar da excelente
interpretação da atriz francesa, impecável ao interpretar a líder de um grupo de
jovens de classe média alta responsável por uma série de furtos , o
interessante Bling Ring foi recebido de maneira morna por público e crítica,
faturando pouco mais de US$ 5 mi em solo norte-americano. De volta aos
blockbusters, Watson ganhou um importante papel no épico bíblico Noé (2014). Numa interpretação bem particular da parábola religiosa, o virtuoso Darren
Aronofsky deu uma conotação evolucionista à adaptação, flertando com questões
ambientais ao narrar a jornada de um homem devoto (Russell Crowe) que é escolhido por Deus para construir uma grande arca e sobreviver ao grande dilúvio. Na trama, a atriz interpretou Ila, uma jovem "impura" que
é salva por um dos filhos de Noé. Pivô de uma das melhores sequências do longa,
Watson cumpriu habilmente a sua função, mas o filme não fez o sucesso
esperado. Com orçamento de US$ 125 milhões, o longa causou uma pequena polêmica
junto aos mais intransigentes, culminando numa arrecadação "modesta",
cerca de US$ 362 milhões ao redor do mundo.
Em busca de um sucesso para chamar de seu, Emma Watson se voltou para
produções menores, mas o resultado foi decepcionante. Em Amor e Revolução
(2015), a atriz interpretou uma jovem rebelde e apaixonada (foto acima) que foi obrigada
a se separar do seu amor (Daniel Brühl) durante um golpe de Estado no Chile.
Apesar da premissa interessante, o drama com uma pegada de suspense foi
detonado pela crítica internacional e conseguiu ridículos US$ 15 mil em solo
americano. O grande fracasso da sua carreira, entretanto, viria com o suspense
Regressão (2015). Vendido com certa expectativa, o genérico suspense dirigido
por Alejandro Amenábar foi recebido de maneira negativa pela mídia
especializada, mesmo com a presença de nomes como os de Ethan Hawke, Emma
Watson e David Thewlis. Esnobado pelo
público, o filme foi lançado em circuito reduzido e faturou irrisórios US$ 55
mil nos EUA. Uma queda de patamar inexplicável.
O status de Emma Watson, porém, seguiu inabalado. Mesmo cotada para o
papel principal do aclamado La La Land, personagem que deu a Emma Stone o seu
primeiro Oscar, a atriz francesa preferiu se dedicar exclusivamente a versão
'live-action' de A Bela e a Fera. Uma decisão que, num primeiro momento,
pareceu duvidosa. Afinal de contas, como se não bastasse os perigos em torno da
adaptação de uma animação tão cultuada, o musical dirigido por Damien Chazelle
se tornou um estrondoso sucesso de público e crítica. Felizmente, Watson não
teve o que reclamar. Elogiada pela sua interpretação como a independente Bela,
a ex-estrela de Harry Potter se tornou um dos grandes trunfos desta versão,
imprimindo um traço mais moderno a protagonista. Sob a batuta reverente de Bill
Condon, o longa prezou pelo respeito ao material original, realçando o elemento
nostálgico ao resgatar a aura mágica e ao reproduzir alguns dos momentos mais
marcantes da animação.
Embora inserido dentro de um contexto mais atual, principalmente quando
o assunto é o aspecto visual, A Bela e a Fera se tornou um dos primeiros
grandes sucessos de público de 2017. Mais do que isso. Com o êxito do longa,
Emma Watson conseguiu o seu tão esperado "grito de afirmação", o filme que ela precisava para restabelecer
a confiança da indústria e seguir na lista das jovens atrizes mais populares de
Hollywood. Até porque, fora dos sets de filmagem, ela segue engajada e atuante,
atestando a sua forte personalidade ao sair em defesa de questões femininas ao
defender a igualdade de gênero. Em 2014, inclusive, a Embaixadora da Boa
Vontade da ONU Mulheres discursou na sede da Organização das Nações Unidas, se
tornando uma das porta-vozes da campanha HerForShe. Uma postura independente
que, verdade seja dita, tem sido bem rara em Hollywood, o que só justifica o
sucesso e a confiança em torno desta talentosa atriz.
(*) Matéria atualizada no dia 22\06
Mais informações sobre o cinema na nossa página do Facebook e na nossa conta do Twitter.
(*) Matéria atualizada no dia 22\06
Mais informações sobre o cinema na nossa página do Facebook e na nossa conta do Twitter.
Nenhum comentário:
Postar um comentário