Neste final de semana chegou aos canais Telecine o magnífico O Quarto de Jack (leia a nossa opinião aqui), um drama poderoso sobre uma mãe que resolveu fazer do seu cativeiro um lugar mágico para o seu querido filho. Impulsionado pela excepcional atuação de Brie Larson, justamente agraciada com o Oscar de Melhor Atriz, o longa apresentou ainda o jovem Jacob Tremblay, que, na pele do pequeno Jack, entregou uma das melhores performances de 2016. Ele, aliás, entre para um seleto grupo de pequenos atores que apesar da pouca idade conseguiram conquistar a aclamação de público e crítica. Aproveitando a estreia de O Quarto de Jack, neste Top 10 irei apresentar uma lista com as grandes atuações infantis, dez atores mirins que alcançaram o estrelato antes mesmo de chegar a pré-adolescência. Dito isso, começamos com...
10º Henry Thomas - E.T: O Extraterrestre (1982)
Um dos maiores sucessos da carreira de Steven Spielberg, E.T: O Extraterrestre nos apresentou ao pequeno Henry Thomas. Numa atuação encantadora, o jovem de apenas dez anos deu vida a uma das mais tocantes histórias de amizade da sétima arte ao interpretar Elliot. Entre risos e lágrimas, o jovem ganhou a oportunidade de interpretar algumas das cenas mais icônicas da década de 1980, e o resultado é até hoje memorável. Como não lembrar da cumplicidade entre o garoto e o alienígena, da inesquecível cena da bicicleta ou até mesmo da comovente sequência de despedida. Numa performance tipicamente infantil, Thomas se tornou um dos símbolos desta aclamada aventura e por isso merece estar nesta décima colocação.
9º Dakota Fanning - Uma Lição de Amor (2001)
Contrastando com a afetada performance de Sean Penn, a pequena Dakota Fanning mostrou maturidade de gente grande aos seis anos ao interpretar a filha de um portador de autismo em Uma Lição de Amor. Impecável ao traduzir o turbilhão de emoções enfrentados pela pequena Lucy, uma garotinha obrigada a enfrentar o tribunal para se manter junto do seu amado pai, Fanning roubou a cena com extrema naturalidade, se tornando uma das jovens atrizes mais requisitadas dos anos 2000. Curiosamente, Elle Fanning, irmã caçula de Dakota, também marcou presença nesta longa, interpretando a versão mais nova de Lucy.
8º Rick Schroder - O Campeão (1979)
Um dos filmes mais "lacrimosos" que já tive a oportunidade de assistir, O Campeão nos presenteou com a soberba performance de Rick Schroder. Dividindo a tela com o grande Jon Voight, o garoto de dez anos encanta ao interpretar o pequeno T.J, um afetuoso garoto que venerava o seu relapso pai, um ex-pugilista viciado em jogos que trabalhava num estábulo. Sob a batuta de Franco Zeffirelli, o longa entrega uma comovente relação entre pai e filho, um tema potencializado pela extraordinária química dos dois e pela capacidade do realizador italiano ao extrair a emoção presente na trama. O resultado é um clímax desolador, uma das cenas mais tristes da história da sétima arte. Uma sequência conduzida com maestria pelo pequeno Rick Schroder.
7º Abigail Breslin - Pequena Miss Sunshine (2006)
Esbanjando carisma em cena, a pequena Abigail Breslin se tornou a alma da magnífica comédia 'indie' Pequena Miss Sunhine. Na pele de uma garotinha que sonhava em se tornar uma miss, a pequena atriz entregou uma daquelas performances irresistíveis, transitando do drama à comédia com enorme energia. Atuando ao lado de grandes nomes, entre eles os de Tony Collete, Alan Arkin, Paul Dano e Steve Carrell, Breslin não se sentiu acuada ao interpretar esta marcante personagem, tanto que acabou agraciada com uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante. Na época, ela se tornou a pessoa mais jovem a marcar presença nesta categoria. Vale destacar, porém, que antes mesmo de brilhar em Pequena Miss Sunshine, Abigail Bresiln já havia roubado a cena no suspense Sinais (2002), interpretando a filha do astro Mel Gibson.
6º Haley Joel Osment - O Sexto Sentido (1999)
Por falar em indicado ao Oscar, o pequeno Haley Joel Osment também conquistou uma nomeação ao prêmio da Academia pelo sua extraordinária atuação em O Sexto Sentido. Responsável por nos apresentar a um dos mais marcantes 'plot twists' da história da sétima arte, o visionário M. Night Shyamalan encontrou no pequeno ator o misto de inocência e mistérios necessário para a construção de um inesquecível personagem. Ao lado do veterano Bruce Willis, Osment criou um jovem simpático, mas nebuloso, a figura responsável por nos guiar pelo suspense criado pelo criativo diretor. Como não lembrar, por exemplo, da antológica frase "I See Dead People", ou da cena em que o garoto protagoniza um icônico 'jump scare' ao se deparar com um fantasma atormentado. Uma atuação inesquecível que merece ocupar a sexta colocação.
5º Quvenzhané Wallis - Indomável Sonhadora (2012)
A mais jovem indicada ao Oscar de Melhor Atriz, Quvenzhané Wallis exibiu um carisma natural ao interpretar a pequena Hushpuppy no difícil Indomável Sonhadora. Jogando uma luz sobre um tema redondamente esnobado em Hollwyood, a vida dos marginalizados norte-americanos, o drama dirigido por Benh Zeitlin encontrou na pequena atriz a força necessária para dar vida a esta poderosa fábula. Num performance mágica, Wallis absorveu um misto de emoções difícil para uma criança de nove anos, traduzindo sob um prisma lúdico a jornada de amadurecimento da sua personagem diante do enfraquecimento do seu querido pai (Dwight Henry).
4º Ivana Baquero - O Labirinto do Fauno (2006)
Estrela da poderosa fábula de Guillermo Del Toro, a pequena Ivana Baquero se um dos muitos destaques do extraordinário longa O Labirinto do Fauno. Inserida numa atmosfera suja e sombria, a pequena atriz espanhola capturou com singeleza o misto de magia e horror idealizado por Del Toro, entregando uma performance tipicamente infantil ao desvendar os medos de uma pequena órfã em um cenário de guerra. Como se não bastasse o rico universo criado pelo realizador mexicano, Baquero surge em cena como o símbolo de inocência, uma espécie de Alice num ambiente bem mais obscuro e desesperançoso. Uma interpretação poderosa que merece a quarta colocação.
3º Anna Paquin - O Piano (1993)
A segunda atriz mais jovem a levar o Oscar, Anna Paquin encarou um delicado desafio no difícil O Piano. Num filme denso e naturalmente pessimista, a jovem de apenas 11 anos arrancou elogios acalorados da crítica ao interpretar a pequena Flora, a filha de uma mulher muda (Holly Hunter) obrigada se mudar para a Nova Zelândia em posse do seu querido piano. Impecável ao retratar a submissa realidade feminina daquele período, o longa dirigido por Jane Campion deu a Paquin a missão de ser a porta voz desta família numa relação mãe e filha digna de qualquer grande épico dramático. Uma atuação soberba, recheada de sentimento, uma performance única principalmente quando levamos em consideração a sua pouca idade.
2º Jacob Tremblay - O Quarto de Jack (2016)
Numa atuação monstruosa, o pequeno Jacob Tremblay se tornou a grande sensação das principais premiações. Esbanjando carisma e inocência, o ator de apenas nove anos fez de O Quarto de Jack uma obra indispensável, um filme mágico sobre um tema devastador. Com um excepcional entrosamento com a sua parceira de cena, a vencedora do Oscar Brie Larson, Tremblay comoveu ao interpretar um garotinho que cresceu acreditando que não existia vida fora do seu minúsculo quarto. Com extrema sutileza, o garotinho absorve os conflitos do seu personagem com enorme categoria, um mérito que precisa ser dividido com a direção intimista de Lenny Abrahamson. Sem dúvidas, uma performance magnífica.
2º Natalie Portman - O Profissional (1994)
Brilhante desde o seu primeiro trabalho, a excelente Natalie Portman apresentou as suas credenciais no excelente O Profissional. Ao lado de Jean Reno, a atriz de apenas 12 anos encarou um dos filmes mais intensos e complicados de toda esta lista. Numa personagem cheia de camadas, Natalie esbanjou categoria ao dar inocência a uma figura intensa e precoce. Uma garotinha vingativa disposta a tudo para colocar um fim no homem que a separou da sua família.
2º Natalie Portman - O Profissional (1994)
Brilhante desde o seu primeiro trabalho, a excelente Natalie Portman apresentou as suas credenciais no excelente O Profissional. Ao lado de Jean Reno, a atriz de apenas 12 anos encarou um dos filmes mais intensos e complicados de toda esta lista. Numa personagem cheia de camadas, Natalie esbanjou categoria ao dar inocência a uma figura intensa e precoce. Uma garotinha vingativa disposta a tudo para colocar um fim no homem que a separou da sua família.
1º Jackie Coogan - O Garoto (1921)
Na primeira posição, voltamos no tempo para lembrar uma das melhores atuações infantis da história do cinema. Com apenas 4 anos, Jackie Coogan protagonizou ao lado de Charles Chaplin o inesquecível O Garoto. Numa performance singular, o pequeno ator ficou conhecido como um dos poucos que realmente conseguiram dividir os holofotes com Chaplin, um fato raro na filmografia do genial realizador britânico. Com emoção e uma invejável química em cena, a dupla emocionou o espectador ao dar vida a relação paternal entre um vagabundo bem intencionado e um garotinho abandonado. A cena em que ele é separado de Carlitos, por exemplo, figura entre as mais comoventes da da história do cinema mudo. Uma explosão de afeto e cumplicidade traduzida brilhantemente por esta incrível parceria. Para quem não sabe, aliás, Jackie continuou como ator. Protagonizou muitos filmes no cinema mudo, alguns deles com o próprio Chaplin, até ser convidado para atuar na série A Família Adams, interpretando o personagem Tio Chico. Ainda na adolescência, o ator foi um dos mais bem pagos da história do cinema. Jackie Coogan faleceu em 1984, aos 68 anos, deixando no seu legado a grande parceria com Charles Chaplin.
- Menções Honrosas
Tatum O'Neall - Lua de Papel (1973)
A atriz mais jovem a levar um Oscar para casa não poderia ficar de fora desta lista.
Kirsten Dunst - Entrevista com Vampiro (1994)
Essa por muito pouco não figurou na lista, mas pelo pouco tempo de tela ganhou um merecido espaço entre as menções honrosas. Com apenas dez aninhos, Kirsten Dunst roubou a cena ao interpretar uma vampira sanguinária e ferozmente maléfica. Que personagem.
Annika Wedderkopp - A Caça (2013)
Essa é outra que, num papel dificílimo, roubou a cena no angustiante A Caça. Com inocência e presença cênica, a pequena atriz impressiona ao viver o pivô de uma perigosa acusação contra o seu bondoso professor.
Catinka Untaru - Dublê de Anjo (2006)
Como o próprio o título brasileiro diz, numa atuação angelical, a pequena Catinka Untaru encheu a tela de carisma ao interpretar uma sonhadora garotinha enferma no fabulesco Dublê de Anjo.
Kodi Smit-Mcphee - A Estrada (2009)
Dividindo a tela com excelente Viggo Mortensen, Kodi Smit-Mcphee se tornou o símbolo da inocência no árido A Estrada. Um papel duro, espinhoso, interpretado com afinco por este promissor ator.
Amara Miller - Os Descendentes (2011)
Além de ser um filmaço, o drama 'indie' Os Descententes deu a pequena Amara Miller a possibilidade de ser a personagem mais engraçada da película. Espirituosa e carismática, a protagonista esbanja uma extraordinária química com o veterano George Clooney, adicionando um tempero especial a uma premissa naturalmente envolvente.
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