Cenário ideal para os grandes lançamentos Hollywoodianos, o "verão americano" de 2015 se aproxima do fim deixando uma excelente impressão. Embalado pelo estrondoso sucesso de público de longas como Jurassic World - O Mundo dos Dinossauros, Velozes e Furiosos 7, Vingadores - A Era de Ultron e Minions, a temporada dos blockbusters nos brindou com os excelentes Mad Max - Estrada da Fúria, Divertida Mente, Missão Impossível - Nação Secreta e Homem-Formiga. Por outro lado, em meio a tamanho frenesi em torno de alguns lançamentos, outros naufragaram diante das expectativas, fracassando seja artisticamente, seja financeiramente. Entre altos e baixo, confira alguns dos longas que mereceram o rótulo de sucesso, os que surpreenderam e aqueles que derraparam no "verão americano".
Sucessos
E não podíamos abrir esta matéria sem falar do espetacular Mad Max - Estrada da Fúria, na opinião do blog o melhor lançamento deste primeiro semestre. Dirigido por George Miller, o retorno da franquia pós-apocalíptica aconteceu de maneira apoteótica, com direito a espetaculares sequências de ação, um elenco afiado, um roteiro preciso e a criatividade estética deste veterano realizador australiano. Com orçamento elevado, cerca de US$ 180 milhões, o longa estrelado por Tom Hardy e Charlize Theron faturou US$ 373 milhões ao redor do mundo, sendo US$ 152 milhões somente nos EUA. Cifras elevadas, mas incompatíveis com a qualidade deste blockbuster. Ponto pra Warner!
Superando todas as incertezas em torno deste reinicio da franquia, Jurassic World - O Mundo dos Dinossauros comprovou a força dos dinossauros criados por Steven Spielberg. Superando todas as expectativas artísticas e também comerciais, o longa dirigido por Colin Trevorrow prestou uma gigantesca homenagem ao longa original, demonstrando respeito ao tentar trazer novos contornos para a série. Contando com o carisma de Chris Pratt, que no ano passado já havia conseguido grande sucesso em Guardiões da Galáxia, Jurassic World se sagrou a maior bilheteria do verão norte-americano, com US$ 639 milhões, alcançando US$ 1.62 bi em todo mundo. Uma diversão de alto nível. A Universal, sem sombra de dúvidas, sorriu de orelha à orelha com esse estrondoso sucesso.
Velozes e Furiosos 7 ★★★★
Marcado pela saudosista despedida do astro Paul Walker, que faleceu vítima de um acidente de carro durante o período de filmagens do longa, Velozes e Furiosos 7 se tornou o primeiro grande sucesso desta temporada de blockbusters. Dirigido pelo rentável James Wan, o homem por trás de títulos como Jogos Mortais, Sobrenatural e Invocação do Mal, o longa superou todas as expectativas ao se tornar um dos melhores filmes da franquia, abraçando de vez as sequências de ação surreais e o escapismo que consagrou o gênero na década de 1980. Levando os fãs às lágrimas com a comovente despedida de Walker, o longa estrelado por Vin Diesel, Dwayne "The Rock" Johnson, Jason Statham e Kurt Russel faturou US$ 351 milhões somente nos EUA, conseguindo US$ 1.51 bi ao redor do mundo. Com destaque para os US$ 390 milhões conseguidos na China, os US$ 59 milhões do Reino Unido e os US$ 43 milhões do Brasil.
Vingadores: A Era de Ultron ★★★★1\2
E a Marvel acertou novamente. Ainda que um degrau abaixo de Os Vingadores (2012), A Era de Ultron elevou a dose de grandiosidade em torno dos heróis da "Casa das Idéias". Trazendo um pouco mais de sobriedade e tensão para a trama, o longa dirigido novamente Joss Whedon cumpriu a sua missão ao entregar uma diversão de altíssimo nível. Por mais que a ostensiva campanha de marketing tenha revelado mais do que o necessário, o que se mostrou o grande pecado desta sequência, o insano vilão Ultron, o maior espaço dado a Jeremy Renner e a adição de personagens como o Visão e a Feiticeira Escarlate trouxeram um novo peso à franquia, preparando um belo terreno para o aguardado Capitão América 3 - Guerra Civil. Empurrado pelos US$ 457 milhões conseguidos em solo norte-americano, o longa arrecadou US$ 1.4 bi ao redor do mundo, sendo US$ 240 milhões só na China. Ponto para a Disney.
Divetida Mente ★★★★★
A Pixar voltou em grande estilo. Após algumas produções mais genéricas, o estúdio retornou a sua melhor forma em Divertida Mente. Com a criatividade e o primoroso senso artístico da empresa, o longa dirigido por Pete Docter (Up - Altas Aventuras) arrancou aplausos por onde passou ao mostrar o amadurecimento de uma garotinha sob o particular ponto de vista de suas próprias emoções. Embalado por este brilhante argumento, a animação faturou US$ 342 milhões nos EUA, e US$ 690 milhões em todo mundo. Vale lembrar, no entanto, que Divertida Mente só tem previsão de estreia na China para outubro.
Decepções
E começo esta lista com um longa que definitivamente não funcionou nas bilheterias. Longe de ser uma bomba, Tomorrowland acabou decepcionando ao não conseguir encontrar o seu público. Saindo em defesa da ideologia defendida por Walt Disney, o longa dirigido por Brad Bird (Os Incríveis) abraçou uma ideia original, fato raro dentro das mega produções Hollywoodianas. Estrelado por George Clooney, a inocente aventura acabou esbarrando na misteriosa campanha de marketing e na premissa Sci-Fi, fato que parece não ter agradado ao público em geral. Com orçamento de US$ 190 milhões, um valor exorbitante para uma premissa original, a película faturou frustrantes U$$ 93 milhões nos EUA. Ao redor do mundo, aliás, o desempenho não foi muito diferente, e o longa fechou a sua exibição com inesperados US$ 208 milhões em arrecadação.
Massacrado na internet antes mesmo do seu lançamento, o reboot de O Quarteto Fantástico definitivamente ficou distante do limite do aceitável. Ainda assim, apesar deste questionamento online, o longa não me pareceu este desastre que muitos pintaram. Cercado de divergências criativas, os problemas em torno da produção ficaram evidentes ao longo das oscilantes 1 h e 40 min de projeção. Dirigido por Josh Trank, de longe o maior prejudicado por este fracasso, o longa inicialmente até acerta ao explorar a pegada Sci-Fi. O talentoso o elenco, aliás, faz boa parte do serviço. Na ânsia de recorrer as fórmulas do gênero, porém, o realizador parece ter sucumbido as pressões comerciais e entregou um último ato praticamente desastroso. Sem querer encontrar culpados, na minha opinião a responsabilidade precisa ser dividida, o longa faturou decepcionantes US$ 50 milhões nos EUA, muito pouco para um orçamento de US$ 122 milhões. Ainda inédito em países como o Japão, Quarteto Fantástico soma US$ 130 milhões ao redor do mundo até o fechamento desta matéria. Que vacilada da Fox!
Pixels ★★★
Estrelado por Adam Sandler, Pixels mostrou que o astro das comédias já não cultiva grande popularidade nos EUA. Grande aposta da Sony para o verão norte-americano, o nostálgico longa sobre o universo dos games oitentistas é um entretenimento fácil, que também sofreu com as duras críticas internacionais. Dirigido por Chris Columbus (Esqueceram de Mim), o longa realmente sofre com o claudicante roteiro, mas inegavelmente oferece sequências de ação apuradas e presta uma criativa homenagem a alguns clássicos jogos. Com orçamento de US$ 88 milhões, Pixels faturou "modestos" US$ 68 milhões nos EUA, se garantindo verdadeiramente nos mercados internacionais. Ainda inédito em países como a Austrália, a China e o Japão, Pixels já soma US$ 174 milhões ao redor do mundo.
Belas e Perseguidas e Sob o Mesmo Céu ★★★
Dois dos grandes fracassos da temporada de blockbusters, as comédias Belas e Perseguidas e Sob o Mesmo Céu falharam dentro das suas respectivas propostas. O primeiro, estrelado pelas carismáticas Sofia Vergara e Reese Witherspoon foi detonado pela crítica norte-americana, passando quase despercebido em solo brasileiro. Com orçamento de US$ 35 milhões, o longa somou irrisórios US$ 34 milhões nos EUA, indo pior ainda nos mercados internacionais. Ao todo, somando os US$ 11 milhões conseguidos no resto do mundo, a comédia arrecadou US$ 45 milhões nas bilheterias internacionais. O mesmo, aliás, aconteceu com a comédia romântica Sob o Mesmo Céu. Dirigido pelo competente Cameron Crowe, o improvável romance entre dois militares no Havaí se tornou um grande prejuízo, e decepcionou apesar das boas intenções. Estrelado pelos carismáticos Bradley Cooper, Emma Stone e Rachel McAdams, o longa de US$ 37 milhões faturou frustrantes US$ 21 milhões em solo norte-americano e pouco mais de US$ 26,2 milhões ao redor do mundo.
O Exterminador do Futuro: Gênesis
Salvo pelos mercados internacionais, a volta de Arnold Schwarzenegger a franquia O Exterminador do Futuro por pouco não foi um grande fiasco. Com orçamento de US$ 155 milhões, o longa dirigido por Alan Taylor (Game of Thrones) se arriscou ao tentar recontar a história envolvendo Sarah Connor (Emilia Clarke), mas esbarrou na desastrosa campanha de marketing e na alta competitividade. Revelando muito mais do que o necessário durante as prévias, o longa faturou US$ 89 milhões em solo norte-americano. Fora dos EUA, no entanto, a popularidade do "governator" pesou a favor da película, e graças aos US$ 263 milhões conseguidos nos principais mercados internacionais somou US$ 352 milhões ao redor do mundo.
A Espiã que Sabia de Menos ★★★★
Uma das maiores surpresas deste ano de 2015 até o momento, a comédia A Espiã que Sabia de Menos se revelou um dos mais completos blockbusters desta temporada. Estrelada pela simpática Melissa McCarthy, pela espirituosa Rose Byrne, além dos ótimos Jude Law e Jason Statham, esta sátira dos filmes de espionagem empolga ao não se levar a sério por um segundo sequer. Recheado de aceleradas sequências de ação e de piadas ácidas, a comédia de US$ 65 milhões faturou mais de US$ 110 milhões só nos EUA. No total, o longa somou US$ 234 milhões ao redor do mundo, mantendo a rentável média conseguida pelo diretor Paul Feig (As Bem Armadas e Missão Madrinha de Casamento) dentro dos seus últimos trabalhos.
Terremoto - A Falha de San Andreas ★★★
O sucesso de público que Dwayne "The Rock" Johnson estava merecendo, Terremoto - A Falha de San Andreas trouxe o cinema catástrofe de volta para os eixos. Mesmo sem ser uma produção irretocável, a aventura dirigida por Brad Payton valeu o ingresso ao mostrar uma São Francisco sucumbindo a um grande terremoto. Com um roteiro apenas razoável e fantásticos efeitos digitais, o longa conseguiu mais de US$ 153 milhões somente nos EUA, já pagando os US$ 110 milhões de orçamento. No restante do mundo, aliás, o longa teve um resultado ainda melhor, conseguindo US$ 315 milhões nos principais mercados internacionais. Desta forma, o filme catástrofe conseguiu US$ 469 milhões em todo mundo, se tornando o maior sucesso da carreira solo de Dwayne "The Rock" Johnson. Vale lembrar, no entanto, que o ator foi um dos responsáveis pelo "boom" da franquia Velozes e Furiosos, se tornando peça integrante da franquia a partir do rentável quinto longa.
A Escolha Perfeita 2
Um estrondoso sucesso nos EUA, a comédia A Escolha Perfeita 2 superou todas as expectativas ao acompanhar as aventuras de um excêntrico coral feminino. Estrelado por Rebel Wilson e Anna Kendrick, o longa dirigido por Elizabeth Banks (Jogos Vorazes) faturou impressionantes US$ 183 milhões apenas nos EUA. Com orçamento de US$ 29 milhões, a comédia musical conseguiu espetaculares US$ 285 milhões ao redor do mundo. Um enorme sucesso de público que por aqui, no entanto, parece não ter decolado.
Homem-Formiga ★★★★
Talvez a aposta mais ousada da Marvel dos últimos anos, Homem-Formiga se revelou uma das maiores surpresas desta temporada de blockbsters. Apresentando um dos heróis fundadores dos Vingadores, o longa dirigido por Peyton Reed (Sim, Senhor) superou as dúvidas e se revelou um dos longas mais divertidos dentro da fase 2 da "Casa das Ideias". Estrelado por Paul Rudd e Michael Douglas, a aventura com toques de filme de assalto impressionou ao apresentar espetaculares efeitos visuais, demonstrando perícia ao trabalhar com a noção de escala em torno dos superpoderes deste herói. Mesmo sem repetir o sucesso comercial das últimas produções da Disney, Homem-Formiga faturou US$ 164 nos EUA, chegando aos US$ 361 milhões em todo mundo. Vale lembrar, porém, que o longa ainda não estreou em países como o Japão e a China.
Minions ★★★
Impressionante. Acho que esta seria a melhor palavra para resumir o inesperado sucesso de Minions. Derivado da franquia Meu Malvado Favorito, a animação solo estrelada pelo carismáticos Kevin, Stuart e Bob se tornou um êxito comercial em todo mundo, comprovando a força dos personagens da Universal. Mesmo apresentando uma premissa simples e nada ousada, as cativantes criaturas amarelas conquistaram graças ao seu humor afiado, entregando um entretenimento honesto para toda a família. O resultado nas bilheterias não poderia ser melhor. Com orçamento de US$ 74 milhões, a animação dirigida por Pierre Coffin e Kyle Balda somou US$ 320 milhões somente nos EUA, chegando aos US$ 990 milhões ao redor do mundo.
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