segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Jim Carrey, Jeff Daniels e os vinte anos sem Debi e Lóide


Eles estão de volta... Vinte anos depois de protagonizarem uma das melhores comédias de todos os tempos, Jim Carrey e Jeff Daniels irão retornar aos seus carismáticos personagens na esperada continuação de Debi e Loide, que estreia no próximo dia 13 de novembro. Originalmente lançada em dezembro de 1994, a comédia dirigida pelos irmãos Farrelly acabou se tornando um sucesso de público e crítica, faturando mais de US$ 245 milhões de dólares em todo mundo. Nesta lacuna de exatas duas décadas, porém, os dois atores seguiram caminhos completamente opostos em Hollywood. Enquanto Carrey se manteve como um dos maiores nomes da comédia contemporânea, Daniels acabou oscilando, perdendo espaço, mas atualmente voltou a ser reconhecido por seus trabalhos mais voltados a TV.



Embalado pelo impressionante ano de 1994, onde também estrelou as comédias O Maskára e Ace Ventura, Jim Carrey se tornou uma realidade em Hollywood após o grande desempenho em Debi e Lóide. Com uma carreira alavancada pela série cômica In Live Color, o ator canadense deixou de lado as incertezas envolvendo o seu futuro, e após esses trabalhos se tornou um dos astros mais rentáveis em solo norte-americano. O sucesso foi tanto que, no ano seguinte, o ator acabou escolhido para estrelar o longa Batman Eternamente (1995). Considerado pelos fãs um dos piores filmes da franquia do Homem Morcego, Carrey conseguiu um surpreendente destaque nesta continuação, dando vida ao carismático vilão Charada. O questionável longa, no entanto, não arranhou o status do ator, que ainda na década de 1990 estrelou os elogiados Ace Ventura 2 (1995), O Mentiroso (1997) e O Grinch (1999).


Impulsionado pela rentabilidade de seus trabalhos, Jim Carrey resolveu arriscar voos mais altos e escolheu estrelar dois longas dramáticos. Em O Show de Truman (1998) e O Mundo de Andy (1999), o ator mostrou uma faceta até então desconhecida, surpreendendo com dois sucessos de crítica. Com a chegada do novo século, porém, o ator voltou a se dedicar a comédia. Sem tempo a perder, Carrey lançou Eu, Eu mesmo e Irene (2000), Todo Poderoso (2003) e As Loucuras de Dick e Jane (2005). Três grandes sucessos que, juntos, somaram US$ 834 milhões nas bilheterias de todo mundo. Com o bolso cheio de dinheiro, Carrey voltou a se dedicar aos trabalhos mais autorais, com destaque para o cult Brilho Eterno de Uma Mente sem Lembranças (2004), o esforçado suspense Número 23 (2007) e a inusitada comédia-romântica O Golpista do Ano (2009). Por mais que tenha perdido espaço para a nova safra da comédia Hollywoodiana, que ganhou nomes como Steve Carrell, Seth Rogen e Will Farrel, Jim Carrey seguiu com sólidos resultados nos últimos anos. Apesar de não ter emplacado tantos sucessos, longas como Sim, Senhor (2008), Os Pinguins do Papai (2011), O Incrível Burt Wonderstone (2013) e Kick-Ass 2 (2013) mostraram que o ator segue com a carreira em alta dentro do gênero que o consagrou.


Se Carrey alimentou um grande equilíbrio em toda sua trajetória, Jeff Daniels encontrou um caminho bem mais duro após Debi e Lóide. Com uma carreira já consolidada antes do longa, o ator já vinha embalado pelos desempenhos nos elogiado A Rosa Púrpura do Cairo (1985), Totalmente Selvagem (1986), Aracnofobia (1990) e Velocidade Máxima (1994). Embalado pelo bom desempenho como o carismático Harry Dunne, Daniels tentou seguir carreira dentro da comédia estrelando o infantil 101 Dálmatas (1996), o elogiado A Vida em Preto e Branco (1998) e o questionado Meu Marciano Favorito (1999). Em meio a esses resultados oscilantes, o ator começou a perder espaço como protagonista. Após estrelar dois filmes para a TV, entre eles A Grande Farsa (2000), e tentar a sorte como diretor, no esquecido Super Sucker, Jeff Daniels só voltou aos holofotes em 2002. Nesse ano, ao lado de Clint Eastwood, ele estrelou o thriller Dívida de Sangue, e teve também um papel de destaque no premiado As Horas.


Boas atuações que, no entanto, não permitiram que Daniels voltasse a estrelar um grande longa. Prova disso é que somente em 2005, com o independente A Lula e a Baleia, o ator passou a novamente chamar a atenção do público e da crítica. Dirigido por Noam Baumbach (Francis Ha), que acabou indicado ao Oscar pelo roteiro deste longa, o drama deixou claro todo o talento de Daniels dentro do drama. Ainda neste ano, aliás, o ator estrelou o também premiado Boa Noite, Boa Sorte, mostrando que a sua carreira estava de volta aos trilhos. Desde então, ele passou a figurar novamente nos bons filmes, conseguindo eficientes desempenhos no suspense O Vigia (2007), em O Traidor (2008), no thriller Intrigas de Estado (2009), no drama Tempo de Crescer (2009) e no Sci-Fi Looper (2012). A grande virada em sua carreira, no entanto, não aconteceu no Cinema. Nesse mesmo ano de 2012, Jeff Daniels foi escalado para viver um âncora de telejornal na série The Newsroom. Elogiada por público e crítica, o ator acabou recebendo uma indicação ao Globo de Ouro, permitindo que Daniels voltasse ao seu merecido lugar de destaque.


Dois atores, duas carreiras distintas, dois grandes personagens. Sob a batuta dos irmãos Bobby Farrelly e Peter Farrelly, Jeff Daniels e Jim Carrey estarão de volta em Debi e Lóide 2 daqui há 1 mês, no dia 13 de novembro. Enquanto isso, confira o novo trailer desta aguardada continuação.

Nenhum comentário: