Zack Snyder tem se consagrado levando para o cinema filmes baseados em outras obras. Desde Madrugada dos Mortos, até 300, passando por Watchmen, o diretor mostrou talento na arte de adaptar trabalhos alheios, sejam literários, de HQ's ou até mesmo de outros filmes. Em seu primeiro trabalho autoral, do pé a cabeça, Snyder mostra o usual estilo, primoroso visualmente, mas que deixa a desejar no desenvolver da história.
Em Sucker Punch, Snyder dá a impressão que parece um criança em um parque de diversões. Deslumbrado com a possibilidade de usar toda sua criatividade, suas ideias, o diretor faz uma miscelância visual que agrada até certo ponto. Para se ter uma noção exata da megalomania do diretor, o filme passa por samurais, zumbis nazistas, castelos medievais e cidades futuristas. Tudo isto no mesmo filme, e amparado por uma trama digna, que permite esta criação, narrando a história de uma adolescente, que após a morte de sua mãe, acaba passando por uma tragédia familiar, indo parar em um manicômio. Lá, ela sabe que será submetida a uma lobotomia, e precisa arranjar uma forma de escapar. Para fugir daquela situação, a adolescente cria uma realidade alternativa e junto de quatro internas, decidem colocar em pratica um ousado plano para fugir.
A trama, que poderia ser melhor explorada, acaba virando "apenas" um trampolim para as ótimas e visualmente brilhantes cenas de ação. Este recurso funciona no início, com cenários extremamente inventivos e lutas bem coreografadas, mas ao longo do filme, perde força e acaba se tornando repetitivo. Outro ponto em que Snyder escorrega é na condução do elenco. Comandando bons nomes, como os de Emily Browning, Jena Malone, Vanessa Hudgens, Abbie Cornish e John Hamm, o diretor parece não conseguir tirar o máximo de seu elenco. Por exemplo, a dramaticidade da primeira cena, que chama a atenção numa bela interpretação de Browning, acaba se perdendo em meio ao ritmo frenético e picotado do longa. Os destaques do elenco acabam ficando para Emily Browning, muito bem na pele de Babydoll, Jena Malone, como sempre muito competente, Abbie Cornish, talvez a grande surpresa do filme e Oscar Isaac, surpreendente na pele do mal explorado vilão do filme.
A grande questão é que Zack Snyder consegue superar todo estes pequenos problemas, com um visual fantástico. Todas as batalhas, os cenários e os efeitos especiais apresentados são criativos e extremamente fieis ao estilo do diretor, que abusa e usa das câmeras lentas, com extremo primor. Outro ponto que Snyder sempre acerta é na escolha da trilha sonora. Com um ritmo vibrante, a playlist de Sucker Punch preenche bem todas as cenas, principalmente a transição entre as realidades, embalando o filme do início ao fim.
Entre erros e acerto, o primeiro trabalho autoral de Snyder acaba pecando pelo excesso. Não que isso seja uma grande falha, mas sem dúvidas, acaba "atrapalhando" um longa que poderia ter um resultado ainda mais eficiente e interessante.
Um comentário:
Tem suas falhas, principalmente no roteiro e atuações. Mas, creio que como um "entretenimento", o filme seja completamente válido :D
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