Cada filme dirigido Sofia Coppola, prova que o talento dela não está apenas em seu sobrenome. Filha do diretor Francis Ford Coppola, que em sua carreira conduziu grandes clássicos como O Poderoso Chefão e Apocalipse Now, Sofia mostra que herdou o talento para realizar grandes obras. Prova disto é o seu trabalho em Maria Antonieta, um filme grandioso, moderno, com um toque feminino, que retrata a história da primeira grande figura pop do mundo atual. Cheio de cor, glamour e uma trilha sonora empolgante, Sofia narra com primor a vida pessoal desta rainha, que sem dúvidas, era uma mulher à frente do seu tempo.
Pode parecer um grande contraste, mas apesar de ser um filme de época, Maria Antonieta é construído de forma moderna e atual. Em vez de contar a história da rainha francesa, Sofia opta por trazer à tela a vida pessoal da monarca. Com uma abordagem "literalmente" pop, a diretora troca a narrativa pesada, repleta de referências históricas, por um andamento leve, criativo, mas não menos intenso. Dando ênfase à alma feminina, a trama foca na vida pessoal da rainha, desde o seu apogeu até a sua triste queda. Sem se preocupar com o contexto histórico da França, Sofia mostra a intimidade da família real, a pompa, fazendo apenas poucas referências a um dos períodos mais negros da história francesa. Esta opção pode surpreender o espectador mais desavisado, acostumado as fórmulas do gênero, mas se torna uma das grandes sacadas da diretora.
A trama se desenvolve de maneira leve, sensível e ágil, dosando humor e drama na medida certa. Narrando desde o casamento arranjado, a todo o relacionamento com o, até então, jovem Príncipe Luis XV, Sofia acerta na tentativa de mostrar o cotidiano do casal. Destacando os dramas da mulher daquele período, como o fato de não consumar o casamento, a trama tem uma abordagem bastante coerente com a época em que o filme se passa. O ócio, a futilidade e o glamour, tudo é muito bem enfatizado pela diretora, graças ao ótimo figurino, vencedor do Oscar em 2006, e a maquiagem caprichada. Outro ponto que enfatiza o visual popstar de Maria Antonieta, é a excelente trilha sonora. Composta por Jean-Benoît Dunckel e Nicolas Godin, a trilha embala a história com uma "pegada" pouco comum para os filmes do gênero. Flutuando entre o pop e o punk, a trilha acompanha o amadurecimento da personagem, contribuindo de maneira brilhante para a intensidade da trama.
Intensidade esta que é muito bem explorada pelo jovem e promissor elenco, encabeçado pela incrível Kirsten Dunst (Homem Aranha). A atriz se mostra a pessoa certa para viver a personagem de Maria Antonieta. Com uma atuação realmente singular, Dunst oferece à personagem, todo o charme e sofisticação que Sofia Coppola desejava. Desde de o prematuro casamento, aos momentos derradeiros de crise, a atriz convence e encanta numa interpretação realmente especial. Ao seu lado, na pele do introvertido e curioso Luis XV, o também jovem Jason Schwartzman (A Garota da Vitrine) tem mais uma grande atuação. Realmente fantástico, o ator tem uma interpretação contida e eficiente, mostrando ótima química com Dunst. Além dos dois, que sozinhos conduzem o filme de forma magistral, o longa aposta em bons nomes como Judy Davies, a amiga e confidente da rainha, Steve Coogan, o principal consultor de Maria e Asia Argento, uma meretriz que com seu charme conquista a confiança do rei.
Como se não bastasse todos estes motivos para assistir ao longa, a reconstiutição da época é fantástica. Com excelente fotografia, que explora todos os pomposos detalhes dos castelos reais, o visual do longa é de chamar a atenção. Sofia conseguiu permissão para rodar algumas cenas no castelo de Versalles, e aproveitou muito bem a chance, revelando um pouco das incríveis construções da nobreza. A cena inicial, do baile de casamento, é realmente fantástica, assim como a grande despedida da rainha de seu palácio.
Enfim, alguns fãs da personagem podem torcer o nariz pela forma como Sofia contou a história da rainha, omitindo situações relevantes, como o fato dos dois terem sido decapitados. Mas para uma grande popstar, como Maria Antonieta, o final não está na morte propriamente dita, mas no ostracismo. Seguindo esta linha pop, Sofia opta por glamourizar a vida pessoal da monarca, mostrando porque ela é considerada, até hoje, uma das primeiras grandes divas da modernidade. É um filme com alma feminina, que surpreende e encanta.
Por que Assistir ?
- Pelo excelente casal formado por Kirsten Dunst e Jason Schwartzman.
- Pelo clima moderno criado pela diretora Sofia Coppola.
- Pela ótima fotografia e figurino, que inclusive, foi ganhador do Oscar em 2006.
5 comentários:
Faz um bom tempo que estou afim de assistir esse filme, e acabo nunca vendo por um motivo e outro... vou aproveitar a dica e tomar vergonha na cara hehe, o filme me parece muito interessante. Gosto do trabalho da diretora e dos atores também.
Quem sabe até sai uma postagem lá no blog.
Abraços
Veja sim, pois se trata de um belo trabalho... Kirsten Dunst está apoixante, em um filme muito interessante.
As vezes somos mais rigidos daqueles que sabemos ser melhor! isso foi o que influenciou minha nota em flags of our fathes...esse filme que voce comentou é muito legal..e kirsten é uma gatinha eiuheiue
ok, você me convenceu, hehe. Sério, fiquei super curiosa para conferir o filme após ler seu texto. bjs
Q responsabilidade em Amanda.... Espero q curta, assim como eu. É um bom fiulme, que pelo menos a mim, surpreendeu mto. Assista e me diga o q achou. Grande abraço.
Realmente Tiago, comparando com os últimos trabalhos de Eastwood, A Conquista da Honra fica abaixo sim. Mas mesmo assim, ainda acho melhor q mta obra do gênero.
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