Grande vencedor do Oscar 2010, Guerra ao Terror se tornou uma prioridade na minha lista de "filmes não vistos". Afinal, derrotar o imponente e fantástico Avatar não é uma missão nada fácil, fato este que só aumentou as expectativas em relação a obra de Kathryn Bigelow. Pois bem, se apoiando em um excelente elenco, em efeitos visuais realmente fantásticos e na trama muito bem desenvolvida, Guerra ao Terror é um retrato real e tenso sobre o atual momento das tropas norte-americanas no Iraque.
Ultimamente, os filmes de guerra tem representado não só um entretenimento para o público, como uma poderosa ferramenta de propagação dos ideais norte-americanos. Pouquíssimos filmes, desta geração, tem o êxito em mostrar a realidade dos conflitos armados no Oriente Médio. Sabendo disto, Bigelow tem a excelente escolha de omitir qualquer tipo de ideal politico do filme. Com esta alternativa, o retrato do atual momento no Iraque fica ainda mais realista, principalmente, sob o ponto de vista do esqudrão anti-bombas norte-americano. Em um confronto, aonde o inimigo é invisível, este esquadrão torna-se a principal arma de defesa no solo iraquiano. Abordando o modo de agir deles, a trama narra a história do sargento James (Jeremy Renner), um renomado desarmador de bombas, que após uma tragédia, passa a integrar o esquadrão junto de JT Sanborn (Anthony Mackie) e Brian Geraghty (Owen Eldridge). Trabalhando na destruição dos muitos um explosivos e evitando ataques terroristas, os três lutam contra as investidas de um povo revoltado e as suas próprias diferenças, que cada vez mais se evidenciam com toda a tensão do conflito. Apesar disto, o trio segue na ativa, tendo consciência de que cada dia concluído de trabalho é um dia a mais de vida.
Sabendo explorar muito bem as reações humanas, em meio ao estresse do conflito, Bigelow consegue ai o maior acerto no filme. A criativa ideia de usar o esquadrão anti-bombas realmente foi uma grande sacada, mas que por si só, cansaria no decorrer do filme. Digo cansaria, pois a cada minuto que o roteiro se desenrola, novas tensões e conflitos aparecem, mostrando porque o filme é tão elogiado por toda a critica. Conseguindo ligar as arestas do roteiro e preenchendo a trama com excelentes cenas da guerra, o roteirista Mark Boal acerta na intensidade do filme e no desenvolvimento da trama, sem esquecer do entretenimento. Para isto, o longa investe em realistas efeitos visuais, que não ficam em nada atrás dos promovidos pelo milionario Avatar.
Apesar do pouco investimento, Guerra ao Terror tem um excelente trabalho na parte técnica, o que torna a experiência realmente sufocante. Todo aquele traje apropriado, os efeitos sonoros, e o simples fato que um erro pode explodir uma bomba, vão fazer escorrer pingos de suor na cabeça dos espectadores. Como se já não bastasse isso, as ótimas atuação e principalmente os efeitos especiais, conseguem fazer que o espectador não desgrude os olhos da tela. Com cenas de explosão realmente fantásticas, destaque para a tomada inicial repleta de detalhes e precisão impressionantes, o longa assusta por tamanha veracidade. Para se ter uma noção exata, na cena do duelo entre o franco-atiradores, a todo momento fica impressão que uma bala possa cruzar a tela e acertar em cheio o atônito espectador. Mérito total dos efeitos sonoros, que transmitem a angustia e inserem o espectador no conflito.
Mesmo com preocupação no impacto da parte visual, o ponto forte do filme fica a cargo do material humano. Principalmente pelo excelente elenco, composto por novas caras que não se intimidam com a proposta do filme e se destacam com intepretações realmente intensa. Destaque para Jeremy Renner, que com uma atuação convicente, consegue dar vida a um soldado movido pela adrenalina da guerra. De maneira brilhante, o ator encarna o espirito do soldado, convencendo o espectador, apesar de toda a violência e o drama, que a guerra é o seu destino. Além dele, se destacam também os atores Anthony Mackie e Brian Geraghty. Os dois complementam muito bem o longa, mostrando de maneira enfática e realmente assustadora, os efeitos negativos da guerra. Somado a eles, Guerra ao Terror ainda tem participações de peso, como dos atores Guy Pearce (Amnésia), Ralph Fiennes (O Leitor) e David Morse (Paranoia). Todos estes, apesar do pouco tempo em cena, preenchem muito bem a história, mostrando que não foram escalados a toa. E se você assistir com cuidado, vai sem dúvidas perceber isto.
Enfim, Guerra ao Terror tem todos os predicados para se tornar um grande filme sobre a guerra do Iraque. Talvez um dos maiores. Apesar de discordar da tese apresentada pelo filme, que a guerra se trata de um grande vício, não tenham dúvidas que o longa é verdadeiramente viciante. Empolgante, principalmente, pela realidade apresentada e por toda a criatividade na abordagem de um tema que já aparece batido. Grande trabalho, que sem dúvidas, deixou seu lugar na história.
Por que assistir ?
- Pelo excelente trabalho apresentado pela diretora Kathryn Bigelow e pelo roteiro de Mark Boal.
- Pelas sufocantes e dramáticas cenas.
- Por ter derrotado o sensacional Avatar.
5 comentários:
É um bom filme, não era o merecedor do prémio mas sempre é melhor ter vencido o Avatar!
Em relação aos efeitos especiais, não são tão inovadores como os de Avatar por isso é que é difícil compará-los com o de Avatar!
Abraço
Cinema as my World
Por enquanto vi apenas o trailer e gostei.
O tema também me agrada muito.
Assim que conferir irei postar uma resenha no blog.
Abraço
Relamente Nekas, fica dificil a comparação. Até pq são dois filmes de origens diferentes. Um foi feito para bater recordes, surpreender, inovar. Outro, foi realizdo de maneira mais engajada, para chocar com a realidade.Apesar disto, acho q os dois são excelentes filmes. Qnt aos efeitos especiais, Avatar é amplamente superior. Afinal custou, por baixo, 500 milhões, enqando Guerra ao Terror pouco mais de 15. Mas pelo q foi apresentado, o trabalho de Bigelow surpreendeu me surpreendeu, e muito nesta categoria. Grande abraço Nekas e volte sempre.
Hugo veja sim, pq é um belo trabalho. Consegue juntar uma trama realmente impactante, com ótimso efeitos e um bom roteiro. Espero q as nossas opiniões sejam próximas. Grande abraço e volte sempre.
Boa análise. Ao contrário de Nekas, também acho que Guerra ao Terror merece todos os elogios. Ele é tenso, bem dirigido e com excelentes atuações que tornam a experiência bastante real. A gente fica com a sensação de perigo o tempo todo.
abraços
Eu gosto muito desse filme. Adoro a maneira como a Kathryn Bigelow dirigiu o longa. A gente se sente dentro da rotina da equipe do Sgt. james.
Postar um comentário