O ato de "pecar por excesso" no cinema atual tem se tornado muito comum entre os diretores. Com medo que o filme não consiga o impacto necessário e a consequente bilheteria esperada, alguns diretores resolvem exagerar nos filmes, abusando, ou de muitos efeitos especiais, na interpretação dos atores, ou até mesmo, na duração do filme. Porém, nem sempre isso significa que o filme seja ruim. E este é caso de O Curioso Caso de Benjamin Button.
Revelado pela mídia como a grande sensação do segundo semestre de 2008, nos Eua, o filme não atingiu o sucesso esperado, principalmente quanto as premiações, quando foi massacrado por Quem quer ser um Milionário. Dirigido pelo ótimo David Fincher, e com uma trama realmente incrível, baseada no clássico romance homônimo escrito por F. Scott Fitzgerald, na década de 1920, o filme exagera no tempo de duração, 165 minutos, e no andamento da trama. Com medo de deixar algo sem a compreensão, Fincher escolhe um ritmo mais lento, abordando toda a curiosa história de Benjamin Button nos mínimos detalhes. Até por isso, o filme parece não andar em alguns momentos, principalmente do meio para o final, cujo todos espectadores já devem esperar.
Apesar destas críticas, em nenhum momento filme perde o seu interesse e passa a ser tedioso. Tudo bem, aquele espectador acostumado a um cinema mais frenético pode dar alguns bocejos, mas isso não significa que o filme seja ruim, pelo contrário. Mesmo pecando por excesso, o filme tem todos os ingrendientes que um grande filme tem que ter: uma boa trama, um excelente elenco e uma ótima direção.
Com a escolha de um ritmo mais lento, o diretor David Fincher consegue trabalhar de melhor maneira os elementos narrados pela escritora F. Scott Fitzgerald. É muito interessante, por exemplo, a parte inicial do filme, onde o diretor descreve com intensidade a monótona vida de um asilo onde Benjamin Button é criado. Interessante também a forma com que Fincher mostra o desenvolver da adolescência de Button, principalmente a relação dele com o Capitão Mike, onde eu diria que estão as partes mais interessantes do filme. Ao optar por esta linha narrativa mais lenta, David Fincher obtem mais acertos do que erros, muito em função também da excelente escolha do elenco.
Para detalhar esta genuína história, a escolha do elenco seria de importância extrema. O filme poderia se tornar um grande fracasso, caso o elenco decepcionasse, mas felizmente não é isso que acontece. Com grandes nomes do cinema atual, como Brad Pitt (Troia), Cate Blanchet (Elizabeth: A Era de Ouro), Taraji P. Henson (No Ritmo de um Sonho), Tilda Swinton (Constantine) e um elenco de apoio de encher os olhos, David Fincher teve o seu trabalho mais facilitado. Apesar de alguns problema com a química entre Cate e Pitt, o elenco consegue levar o filme com êxito, emocionando o espectador com atuações seguras e comoventes.
Mas não poderiamos falar de O Curioso Caso de Benajamin Button, sem elogiar o que o filme teve de melhor: a maquiagem. Se o filme trouxe algo de inovador e diferente para o espectador, além da trama, foi a incrível maquiagem feita em Pitt. Garanto que a grande maioria dos espectadores que foram aos cinemas, ou que alugam em DVD, viram o filme em função da maquiagem e dos efeitos visuais E posso afirmar que não se decepcionaram, já que os efeitos provocados por estes recursos são simplesmente incríveis.
A trama, conta a história de Benjamin Button, um homem que misteriosamente começa a rejuvenescer e passa a sofrer as bizarras consequências do fenômeno. Button, estranhamente, chega aos seus 80 e poucos anos - na New Orleans de 1918, quando a Primeira Guerra está chegando ao fim - e a partir disso começa a ficar mais jovem. Ainda que a cronologia do tempo segue normalmente e ele invada os anos do século 21.
Enfim, mesmo com alguns erros O Curioso Caso de Benjamin Button foi um dos grandes filmes deste ano inegavelmente. Então se você tem um pouco de paciência e gosta de assistir uma grande história, em todos os sentidos, não deixe de assistir a este ótimo filme.
Um comentário:
Discordo do que falo, acho Benjamin Button um trabalho bem maduro de Fincher...Cate conseguiu conceber um belo tom à personagem e cativou com o laço com Brad Pitt, no filme.
O filme passa voando, os minutos correm, sem falar na bela trilha sonora.
abraço
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