Numa época em que pessoas tentam
reinterpretar os fatos ao seu bel prazer, o drama Negação (Denial, no original) surge como um relato
forte contra os que tentam tratar como liberdade de expressão ofensas e
preconceitos. Uma obra elegante que, a partir de fatos, é incisiva ao defender
o valor da verdade. Com um elenco gabaritado, guiado pela fantástica Rachel
Weisz, o longa dirigido por Mick Jackson é cuidadoso ao tentar entender o modo
de agir desses que tentam "crescer" a partir da deturpação de fatos,
refletindo sobre os perigos em torno da propagação de falaciosas opiniões.
Embora o roteiro dê as suas derrapadas na tentativa de manter o mistério acerca
do julgamento movido por um "negador" do Holocausto, o longa é sutil
ao traduzir o efeito devastador destas reinterpretações na vida dos
sobreviventes, prezando pelo drama em detrimento do melodrama. O que fica bem
claro, em especial, na sequência ambientada em Auschwitz e no peso conferido
por Jackson em cada frame nesta passagem. Contundente ao atacar a
irresponsabilidade de alguns em relação a verdade histórica, Negação se revela
uma obra envolvente que tem muito a dizer num momento em que 'fake news',
boatos e falsas interpretações se tornaram "fundamentos" para a
confecção de teses estapafúrdias.
Sinopse: Uma respeitada pesquisadora (Rachel Weisz) vê o trabalho de uma vida ficar ameaçado quando um midiático historiador (Timothy Spall) decide negar a existência do holocausto nos tribunais.
Sinopse: Uma respeitada pesquisadora (Rachel Weisz) vê o trabalho de uma vida ficar ameaçado quando um midiático historiador (Timothy Spall) decide negar a existência do holocausto nos tribunais.
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