Que sexta-feira dura para o mundo da sétima arte. Indicada ao Oscar 2013 por seu trabalho no denso Amor (2012), a experiente Emmanuelle Riva faleceu ontem, aos 89 anos, após complicações em decorrência de um câncer. A informação foi confirmada pelo jornal francês Le Monde. Durante sessenta anos de carreira, a expressiva atriz colaborou com alguns dos mais cultuados realizadores europeus, entre eles Alain Resnais, Krzysztof Kieslowski, Phillipe Garrel e Michael Haneke. Riva, aliás, não demorou muito para entregar o seu primeiro grande filme. No seu terceiro trabalho, ela estrelou o aclamado Hiroshima Meu Amor (1959), um romance sobre uma atriz francesa que se envolve com um homem casado durante as filmagens de um longa anti-guerra. No ano seguinte, aliás, ela voltaria ao cenário bélico no elogiado drama Kapo: Uma História do Holocausto, em que interpretou uma prisioneira judia num capo de concentração.
Reconhecida por interpretar marcantes personagens femininas, Emmanuelle Riva deu vida a um caso de amor proibido em Léon Morin: O Padre (1961), levou o premio de Melhor Atriz no Festival de Veneza por Thérèse Desqueyroux (1962), protagonizou a comédia romântica As Horas do Amor (1963) e o drama Atentado ao Pudor (1967). Após uma série de bem sucedidos trabalhos em território europeu, entre eles Liberté, Lá Nuit (1984), ela voltaria aos holofotes em A Liberdade é Azul (1993), um dos filmes que compuseram a aclamada trilogia das cores. O seu grande trabalho, porém, foi no excepcional Amour (2012), uma melancólica história de amor entre dois adoentados idosos. Dando vida a uma mulher acometida por um derrame, Riva entregou uma daquelas performances únicas, garantindo a ela a sua primeira e única indicação ao Oscar de Melhor Atriz. Na época com 85 anos, Emmanuelle se tornou a realizadora mais idosa a conseguir uma nomeação nesta importante categoria. Mesmo acometida pelo câncer, a atriz deu sequencia a sua carreira, tanto que ela deixa um trabalho finalizado, o drama Alma. RIP
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