Cansado de assistir Conta Comigo, Thelma e Louise e Um Sonho de Liberdade? Neste Dia do Amigo você veio ao lugar certo. Para celebrar esta singela data, o Cinemaniac resolveu dar um F5 na lista e trazer novos filmes sobre amizade. Como de costume aqui no blog, a intenção é listar alguns filmes menos populares, daqueles que por vezes passam despercebidos aos olhos do grande público. Até por isso, deixarei de fora alguns dos títulos mais conhecidos lançados nos últimos anos, como os aclamado Intocáveis (2011), o hilário Missão Madrinha de Casamento (2011), o sensível As Vantagens de Ser Invisível (2012), o incorreto Ted (2012) e o pueril Cidades de Papel (2015). Desta forma, começamos com...
- Truman (2015)
Conduzido com enorme sutileza pelo diretor espanhol Cesc Gay (O que os Homens Falam), Truman se desvencilha dos melodramas fáceis ao narrar uma comovente história de afeto e amizade. Arrancando risos e lágrimas de maneira honesta, esta intensa comédia dramática demonstra rara inspiração ao narrar o reencontro de dois amigos unidos para uma dolorosa e absolutamente sensível despedida.
Leve, criativa e corajosa, A Senhora da Van é mais uma daquelas preciosas produções que vez ou outra surgem diretamente da "Terra da Rainha". Com um argumento ágil e refinado em mãos, o diretor Nicholas Hytner abraça a linguagem teatral ao narrar a inusitada amizade entre uma indomável moradora de rua e um bondoso dramaturgo, equilibrando comédia, drama e uma pitada de suspense ao desvendar os segredos por trás desta misteriosa protagonista.
Questionador, indomável e aventureiro, Dope foge do lugar comum ao esmiuçar os estereótipos raciais enraizados na sociedade norte-americana. Embalado por uma incrível trilha sonora, o longa dirigido por Rick Famuyiwa renega os clichês sociais impostos pela desigualdade e pela falta de perspectiva ao acompanhar a amizade de três jovens de classe média\baixa. Um relato "moleque", mas absolutamente realístico, que não só traduz com extremo bom humor alguns dos mais universais anseios da juventude, como também deixa uma poderosa mensagem de luta contra o sistema.
- Um Santo Vizinho (2015)
Numa época em que notoriamente pouca coisa realmente original vem chegando às telonas, e que as fórmulas mais rentáveis parecem exploradas a exaustão, é bom perceber que alguns realizadores ao menos se esforçam para entregar um produto de qualidade dentro desta "reciclagem" de ideias. Este é o caso de Theodore Melfi, um dos responsáveis pelo adorável Um Santo de Vizinho. Procurando fugir dos clichês ao nos apresentar mais um "bom e velho" encontro de gerações, o diretor acha no carisma do jovem Jaeden Lieberher e na acidez de Bill Murray uma maneira segura para nos apresentar a deliciosa relação de amizade entre um garoto precoce e um velho ranzinza.
- Marcados para Morrer (2012)
Um pouquinho mais de ação para a lista. Longe de ser uma ode ao trabalho policial, Marcados para Morrer é um daqueles trabalhos em que ficção e realidade se confundem. Como se não bastasse o relato violento e realístico envolvendo a rotina policial, nitidamente inspirado na subestimada série de TV Southland, Ayer tem a certeira decisão de não esquecer as questões humanas por trás da vida de dois amigos policiais.
- Zootopia (2015)
Reflexivo, inteligente e absolutamente virtuoso, Zootopia: Essa Cidade é o Bicho abraça a originalidade ao promover uma poderosa mensagem de integração e respeito às diferenças. Ainda que aqui ou ali o argumento deixe passar algumas soluções menos inspiradas, a Disney absorve de vez a engenhosidade da Pixar ao questionar, através de uma fábula universal, os perigos por trás do preconceito e dos rótulos sociais. E isso através da amizade entre uma determinada coelhinha e uma esperta raposa.
- Ernest e Celestine (2012)
Uma das maiores surpresas do Oscar 2014, a tradicionalíssima animação Ernest e Celestine merece figurar nesta lista. Dirigida pelo trio Stéphane Aubier, Vincent Patar e Benjamin Renner, a produção franco-belga narra a jornada de Celestine, uma ratinha curiosa que não aceita a posição de inferioridade da sua classe. Aprendendo desde cedo a temer os Ursos, Celestine se vê em apuros ao esbarrar no grande Ernest, um urso palhaço que não pensa duas vezes em expulsa-la de sua casa. Aos poucos, no entanto, ele conhece um pouco mais sobre a realidade desta ratinha, iniciando uma amizade que iria colocar em cheque as normas desta sociedade. Uma fábula comovente, lúdica e absolutamente expressiva.
Eficiente ao contrastar a alegria de um verão com as tristezas e confusões de seus personagens, O Verão da Minha Vida é bem mais que uma simples comédia. Elogiado no festival Sundance, o longa dirigido por Jim Rash e Nat Faxon é perspicaz aos escolher o bom humor e a leveza para levar as telas temas mais complexos, traduzidos a partir da amizade entre um jovem inseguro e solitário e um adulto imaturo e alto astral. Ponto para as vigorosas atuações de Liam James e Sam Rockwell.
- O Bom Dinossauro (2015)
Apesar dos problemas em torno da sua produção, O Bom Dinossauro é uma película com o padrão Pixar de qualidade. Sob a batuta do criativo Peter Sohn, a aventura jurássica recorre a popular cartilha Disney ao narrar a tocante amizade entre um pacífico dinossauro e um indomável jovem neandertal. Por mais que narrativamente o longa não seja tão impactante quanto o estupendo Divertida Mente, ficando uns degraus abaixo ao requentar algumas velhas fórmulas em prol da sua edificante lição de moral familiar, visualmente o resultado é bem superior, incrementando a correta premissa com soluções criativas e expressivas.
Inspirado em alguns dos maiores clássicos juvenis da década de 1980, Super 8 cativa ao acompanhar as desventuras de um grupo de amigos apaixonados pela sétima arte. Sob a batuta de J.J Abrams, o longa esbanja sutileza ao acompanhar as desventuras de um quarteto de pré-adolescentes diante de uma misteriosa ameaça. Nostálgico e aventureiro, Super 8 é um dos meus filmes prediletos nesta lista.
Um dos filmes mais surpreendentes de 2013, Amor Bandido possui os requisitos básicos para colocar o nome de Jeff Nichols entre os mais promissores diretores da atualidade. Apesar de lidar com a inocência e uma certa pureza sentimental, o longa esbanja maturidade ao narrar uma cativante história de amizade entre dois ingênuos jovens e um misterioso forasteiro. Sem se apegar a estereótipos, Nichols explora de forma original todas as ilusões, dúvidas e as certezas que acabam cercando, de maneira geral, os relacionamentos, sejam eles amorosos ou genuinamente fraternais.
Reunindo a nata do atual cinema francês, Até a Eternidade é muito mais do que um filme romântico. É uma comédia-dramática sobre o valor da amizade dentro de uma relacionamento. Contando com nomes como os de Marion Cotillard (Piaf), Jean Dujardin (O Artista), Benoît Magimel (Rios Vermelhos) e François Cluzet (Intocáveis) o longa narra a história de um grupo de amigos que sempre se reunia nas férias de verão. Os planos para um novo encontro, no entanto, acabam adiados quando um deles sofre um grave acidente e fica entre a vida e a morte. Não se assuste com as 2 h e 34 de duração, Até a Eternidade é um sensível e tocante longa que merece destaque em meio a falta de originalidade dentro do gênero.
Longe de ser uma genérica 'dramédia', 50% é sutil ao narrar a rotina de um jovem diagnosticado com um dolorosa doença. Dirigido por Jonathan Levine, o longa estrelado por Joseph Gordon-Levitt e Seth Rogen é sutil ao mostrar o impacto do câncer no dia a dia de dois inseparáveis amigos. Sensível e bem humorado, 50% se revela um relato extremamente humano, uma obra repleta de personalidade e emoção.
- Nós Somos as Melhores (2013)
Antes de qualquer coisa, que filme legal. Cheio de atitude e energia, Nós Somos as Melhores! mostra através de duas jovens e inseparáveis adolescentes toda a pegada transgressora que popularizou o punk rock. Conduzido com extremo naturalismo pelo sueco Lukas Moodysson (Corações em Conflitos), o longa explora com rara felicidade o espírito indomável deste gênero underground, utilizando o bom e velho rock 'n' roll como um pano de fundo para uma história de amizade, respeito e amadurecimento.
Esquecido pelos cinemas brasileiros, Eu, Você e a Garota que vai Morrer conquistou o público norte-americano ao acompanhar o impacto de uma doença na jornada de três carismáticos amigos. Conduzido com sensibilidade pelo diretor Alfonso Gomez-Rejon, investe numa abordagem 'indie' ao narrar a história do trio Greg (Thomas Mann), Earl (RJ Cyler) e Rachel (Olivia Cooke). Na trama, após se isolar socialmente, o jovem Greg é convencido pela sua mãe ao fazer amizade com Rachel, uma adolescente com leucemia, dando um novo rumo para a sua insossa rotina.
Impulsionado pela química da dupla Toni Colette e Drew Barrymore, Já Sinto Saudades se esquiva dos melodramas fáceis ao acompanhar a sincera relação entre duas radiantes amigas atormentadas pelo mal do câncer. Por mais que o longa se renda aos clichês lacrimosos dentro da segunda metade da trama, a diretora Catherine Hardwicke consegue conter as emoções ao investir numa abordagem mais otimista e irônica, absorvida com extrema naturalidade pela dupla de protagonistas. O resultado é um drama agridoce e feminino que funciona, principalmente, quando se concentra na revigorante amizade entre uma vaidosa adoentada e a sua compreensiva escudeira.
Singelo e levemente melancólico, Procura-se um Amigo para o Fim do Mundo é uma comédia que surpreende. Mesmo estrelado pelo hilário Steve Carell, o longa dirigido por Lorene Scafaria investe numa abordagem mais comedida, mais profunda, ao acompanhar as desventuras de duas pessoas solitárias diante da iminência do fim do mundo. Indo do drama à comédia com absoluto equilibrio, o argumento encanta ao adotar um tom levemente nostálgico e ao valorizar o tempo desperdiçado. Numa época em que as relações estão cada vez mais virtuais e\ou efêmeras, Procura-se um Amigo para o Fim do Mundo sobre na turma ao levantar uma sincera bandeira em prol da amizade.
Se você gostou da lista leia também o nosso especial sobre os novos romances do cinema, sobre os novos filmes envolvendo a juventude e a nossa matéria sobre novas as amizades mais cativantes do cinema.
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