Como de costume aqui no blog, o Dia dos Namorados se tornou a data perfeita para escrevermos sobre os romances cinematográficos. Nos últimos anos nós lembramos dos romances mais realistas, das relações ficcionais mais sinceras e até mesmo das novas histórias de amor. Para não perder o hábito, neste Top 10 iremos lembrar de alguns dos grandes sucessos do gênero na década de 1990, um período realmente próspero para as produções românticas. Como você pode perceber na lista abaixo.
10º Sintonia de Amor (1993)
Doce e cativante, Sintonia de Amor se tornou uma das boas referências do
gênero na década de 1990. Dirigido e roteirizado pela 'expert' Nora Ephron,
reconhecida por títulos como Harry e Sally, Michael: Anjo e Sedutor, Mens@agem
para Você e Julie e Julia, o longa estrelado pela dupla Meg Ryan e Tom Hanks se
revelou um romance sólido e envolvente. Apesar do forte teor otimista, a
película é habilidosa ao transitar pelo terreno do drama, indo da além das
expectativas ao narrar a jornada de um viúvo obrigado a "abrir o seu
coração" após o seu bem intencionado filho revelar a sua situação numa
popular rádio de Seattle. Embora o filme tenha alguns problemas de ritmo,
Ephron é cuidadosa desvendar as nuances dos protagonistas, os seus conflitos
mais íntimos, investindo num argumento que não tem pressa ao estabelecer as
relações entre os personagens. Após um primeiro ato inesperadamente denso, a
realizadora é cuidadosa ao pender para o romance, uma história de amor
potencializada pela presença do jovem Ross Malinger. Na pele do filho de Sam, o
precoce Jonah, o jovem se torna uma espécie de cupido, uma figura lúdica e
ingênua que acrescenta um charme especial da película. Somado a isso, mesmo
distante durante a maior parte do filme, Hanks e Ryan enchem a tela de carisma,
tornando o estado de espírito dos seus personagens perfeitamente compreensíveis
aos olhos do público. Contando ainda com adoráveis personagens coadjuvantes,
uma sofisticada trilha sonora e a elegante direção de Nora Ephron, Sintonia de
Amor é um romance à moda antiga, um filme que crê na pureza dos sentimentos e
que por isso pode soar um tanto quanto datado na realidade atual. Ainda assim,
um baita filme.
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9º Antes do Amanhecer (1995)
Primeiro filme de uma aclamada trilogia, Antes do Amanhecer cativa ao
acompanhar a construção de uma complexa história de amor. Dirigido por Richard
Linklater (Boyhood), o longa é primoroso ao introduzir este carismático casal,
acompanhando esta efêmera relação sob um ponto de vista natural e absolutamente
intimista. Fazendo um excelente uso do cenário francês, o romance estrelado por
Ethan Hawke e Julie Delpy constrói um relato precioso ao narrar o encontro
entre um jovem americano e uma estudante francesa. Um casal que, apesar da
paixão quase instantânea, sabe que terá de se separar em pouco mais de 24
horas. Seguido por Antes do Por do Sol (2004) e Antes da Meia Noite (2013),
Antes do Amanhecer é talvez o filme mais maduro desta lista. Um relato elegante
e reverente a sutileza do cinema europeu.
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8º 10 Coisas que Eu Odeio em Você (1999)
Com Heath Ledger, Joseph Gordon-Levitt e Julia Stiles inspirados, 10
Coisas que eu Odeio em Você é uma daquelas obras atemporais digna dos maiores
clássicos do gênero. Fazendo um excelente uso dos arquétipos do gênero, temos a
certinha incorrigível (Stiles), a romântica carente (Larisa Oleynik), o rebelde
misterioso (Ledger), o galã dúbio (David Krumholtz) e o impopular esperto
(Levitt), o longa dirigido por Gil Junger traz William Shakespeare para o
colegial ao narrar a jornada de uma jovem que, para conseguir engatar um
namoro, precisa que a sua sisuda irmã mais velha também se relacione. É ai que
entra o rebelde Patrick, um jovem com fama de "pegador" que é
"contratado" para amolecer o coração da intransigente primogênita.
Leve, engraçado e absolutamente cativante, 10 Coisas que eu Odeio em Você é uma
comédia romântica adolescente capaz de agradar a todos os públicos. Vide a
icônica versão de I Love You Baby, de Gloria Gaynor, canção que ganhou uma
interpretação marcante na voz do saudoso Heath Ledger.
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7º Poderosa Afrodite (1995)
Da mente afiada de Woody Allen, Poderosa Afrodite é um dos trabalhos
mais cativantes da cultuada filmografia deste realizador. Impulsionado pela
magnética performance de Mira Sorvino, o longa brinca com as grandes tragédias
gregas ao narrar as desventuras de um homem frustrado disposto a conhecer a mãe
do seu inteligente filho adotivo. Com diálogos marcantes, sequências
engraçadíssimas e uma estrutura narrativa bem peculiar, Allen exibe o seu
reconhecido faro cômico na pele de uma figura inexplicavelmente altruísta, um
tipo verborrágico e atrapalhado que figura entre os seus melhores trabalhos na
década de 1990. Vencedor do Oscar na Categoria Melhor Atriz, Poderosa Afrodite
é um dos filmes mais "universais" da carreira de Woody Allen. Uma
obra descompromissada e revigorante que ainda hoje garante inúmeras risadas.
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6º Uma Linda Mulher
(1990)
Talvez o romance mais popular da história da sétima arte, Uma Linda
Mulher revolucionou as carreiras do "casal" Julia Roberts e Richard
Gere. Sob a batuta do saudoso Garry Marshall, o longa conquistou o público ao
narrar a cativante história de amor entre um charmoso homem de negócios e uma
"descolada" acompanhante de luxo. Um daqueles projetos em que tudo se
encaixa perfeitamente, Uma Linda Mulher se revelou um romance modelo, um filme
recheado de química potencializado pela descontraída condução de Marshall e
pelas enérgicas atuações dos protagonistas. Na pele da vibrante Vivian Ward,
aliás, Roberts roubou a cena com uma performance carismática e apaixonante, um
trabalho marcante reconhecido com uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz. Além
disso, graças ao entusiasmo do público, Uma Linda Mulher se tornou um dos
maiores fenômenos de bilheteria do gênero. Com orçamento de US$ 14 milhões, o
filme faturou estrondosos US$ 463 milhões ao redor do mundo, a maior
arrecadação total na história das comédias românticas. Impulsionada pelo êxito
da película, Julia Roberts e Richard Gere se tornaram figurinhas carimbadas
dentro do segmento e seguiram se destacando em filmes como O Casamento do Meu
Melhor Amigo (1997), Noiva em Fuga (1999), Outono em Nova Iorque (2000) e Dr. T
e as Mulheres (2000).
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5º Ghost: Do Outro Lado da Vida (1990)
E como se não bastasse Uma Linda Mulher, a década de 1990 começou com
outro sucesso do gênero, o estrondoso Ghost: Do Outro Lado da Vida.
Responsáveis por dar vida a um dos casais mais icônicos da sétima arte, Patrick
Swayze e Demi Moore escreveram os seus respectivos nomes em Hollywood ao estrelar
esta marcante história de amor. Sob a batuta de Jerry Zucker, a dupla emocionou
ao dar vida a um casal separado pela morte, uma história de amor sólida e
recheada de momentos memoráveis. Como não citar, por exemplo, a inesquecível
sequência do vaso de cerâmica, até hoje referência quando o assunto é o gênero.
Além disso, como se não bastasse o pano de fundo espiritual, Zucker é
habilidoso ao trazer a comédia para o centro da trama, encontrando na
versatilidade de Swayze e no humor afiado de Whoopi Goldberg a energia
necessária para elevar o astral da trama quando necessário. O resultado não
podia ser outro. Vencedor do Oscar nas categorias Melhor Atriz Coadjuvante
(Goldberg) e Melhor Roteiro Original, o longa faturou estrondosos US$ 505
milhões ao redor do mundo, um triunfo que se repetiu no mercado doméstico.
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4º Melhor É Impossível (1997)
Indicado ao Oscar de Melhor Filme, Melhor é Impossível é uma das minhas
comédias românticas prediletas. Com personagens singulares, humor afiado e uma
criativa história de amor, o longa dirigido por James L. Brooks surpreendeu a
todos ao narrar a história de um homem ranzinza e complexado que vê a sua vazia
rotina ser preenchida com a presença de uma atribulada garçonete. Numa das
interpretações da sua carreira, Jack Nicholson cria um protagonista irônico e
indócil, uma figura única e que dita o tom desta ótima película. Mais do que um
simples interesse amoroso, a carismática Helen Hunt cria uma protagonista
extremamente normal, uma mãe com problemas domésticos que surge como um bem
vindo instrumento de contraste. Recebido com entusiasmo pela crítica, Melhor é
Impossível faturou surpreendentes US$ 314 milhões ao redor do mundo. Além
disso, o filme levou duas estatuetas do Oscar, justamente as de Melhor Ator e
Atriz. O longa, porém, não se reduz as extraordinárias atuações de Nicholson e
Hunt. Como se não bastasse o envolvente argumento, a película conta também com
a magnífica presença do subestimado Greg Kinnear, impecável na pele de um
inseguro vizinho.
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3º Quatro Casamentos e Um Funeral (1994)
Recebido com entusiasmo nos EUA, Quatro Casamentos e Um Funeral se
tornou o primeiro de uma série de comédias românticas inglesas a brilhar em
Hollywood. Dirigido por Mike Newell (Harry Potter e o Cálice de Fogo) e
roteirizado pelo excelente Richard Curtis (Questão de Tempo), o longa revigorou
este açucarado gênero com uma história original sobre o amor, a amizade e as
peças que o destino pode pregar. Com um elenco entrosado e personagens
carismáticos, o filme narra as desventuras de Charles (Hugh Grant), um rapaz
inseguro e sentimental que, durante a festa de casamento de um grande amigo, se
vê apaixonado pela bela Carrie (Andie MacDowall). Eles então passam a se
encontrar em datas festivas, iniciando um relacionamento inusitado recheado de
idas e vindas. Fazendo um extraordinário uso do envolvente argumento assinado
por Curtis, Mike Newell nos brinda com uma comédia romântica de primeiro nível,
um filme original repleto de diálogos marcantes, personagens bem escritos e
momentos comoventes.
Transitando entre o humor, o romance e o drama com rara
sutileza, o realizador brilha ao realçar o senso de cumplicidade entre os personagens,
ao estreitar os laços entre eles, nos fazendo crer na sólida amizade
apresentada durante o longa. Sem um pingo de pressa, Newell utiliza as festas
como um agente catalisador, permitindo que o público não só conheça este grupo
de amigos, como também se identifique com eles. Além disso, é interessante ver
como o argumento propõe uma inversão dos clichês. Enquanto Charles ganha uma
faceta mais romântica e vulnerável, Carrie surge como o elemento prático da
relação, uma figura capaz de tomar o caminho mais racional possível sem sequer
pestanejar. Um fato raro na época. Em suma, impulsionado pelo afinadíssimo
elenco, Hugh Grant, John Hannah, Kristin Scott Thomas e Simon Callow estão
magníficos, Quatro Casamentos e Um Funeral se tornou um sucesso de crítica e
público. Com orçamento de US$ 3 milhões,
o longa faturou espetaculares US$ 245 milhões ao redor do mundo, abrindo espaço
para títulos como O Diário de Bridget Jones, Simplesmente Amor e muitos outros.
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2º Harry e Sally: Feitos
um Para o Outro (1989)
Indo do humor ao amor com rara desenvoltura, Harry e Sally: Feitos Um
para o Outro é uma comédia romântica deliciosa. No auge das suas respectivas
carreiras, Meg Ryan e Billy Cristal formam um casal único. Dirigido pelo
talentoso Rob Reiner (A Princesa Prometida, Isto é Spinal Tap, Louca Obsessão e
Conta Comigo), o longa cativa ao brincar com a dinâmica dos relacionamentos
amorosos, com as idas e vindas por trás de um casal, uma proposta autoral
marcada pelos diálogos afiados, pela excepcional química entre os protagonistas
e pela direção estilosa de Reiner. A cena do orgasmo 'fake' é triunfante, uma
daqueles momentos capazes de definir um filme. Outro ponto que agrada, e muito,
é a criativa montagem do filme. Indo além das desventuras do casal Harry e
Sally, o argumento abre espaço para inventivos depoimentos reais, sequências
peculiares que ajudam a realçar o aspecto mais imprevisível por trás de um
relacionamento amoroso. Impulsionado pelas magnéticas atuações dos ótimos Billy
Cristal e Meg Ryan, Harry e Sally foi indicado ao Oscar de Melhor Roteiro. Nas
bilheterias, aliás, o filme também fez sucesso e, mesmo limitado pela
classificação para maiores (o popular Rated), arrecadou sólidos US$ 92 milhões
em solo norte-americano.
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1º Titanic (1997)
Segunda maior bilheteria de todos os tempos, Titanic é um daqueles
fenômenos cada vez mais raros na indústria do entretenimento. Além de lotar as
salas de cinema ao redor do mundo, o longa dirigido por James Cameron
monopolizou as atenções da mídia ao longo de 1997, servindo de pano de fundo
para sucessos musicais, matérias jornalísticas, documentários sobre a tragédia
e para a ascensão de Leonardo DiCaprio. Sem querer me estender muito, Titanic é
um daqueles longas que tenho orgulho de dizer que assisti no cinema. Até
porque, numa época em que as salas ainda eram extremamente reduzidas, foi
preciso muita paciência para conseguir ver este épico num dos mais tradicionais
espaços da Zona Norte do Rio de Janeiro. Na verdade, do alto dos meus dez anos,
a impressão era que eu estava indo assistir um jogo no Maracanã, tamanha a fila
de pessoas dispostas a assistir ao grandioso romance estrelado por Leonardo
DiCaprio e Kate Winslet. Filmaço. Uma obra única e que permanece popular vinte anos após o seu estrondoso lançamento.
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2 comentários:
Muito triste e emocionante este filme, que traz as lembranças de algo que aconteceu na memória dos que viveram ou familiares dos que ali pereceram, a tragédia, ao qual nunca imaginariam acontecer, mas aconteceu. O filme Titanic foi bem feito pelos diretores, escritores elencos e artistas, ficou excelente, acredito eu que foram poucos os que assistiram e não se derramaram em lagrimas, pois as emoções chegaram ao topo da alma. Parabéns!
Titanic é uma obra prima. Realmente é difícil não se emocionar. James Cameron criou uma experiência única e ainda hoje impactante. Um romance\filme catástrofe inesquecível. Valeu pela visita.
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