E chegamos a mais um Dia dos Pais. Desde o início do blog, procuramos sempre lembrar esta marcante data com alguns especiais sobre os papais da sétima arte. Já tivemos a primeira lista com os Melhores Pais do Cinema, a segunda lista e mais recentemente um Top 10 com os Melhores Pais do Cinema de Ação. Para não deixar passar esta data em branco, neste especial do Cinemaniac vamos lembrar de alguns dos novos e icônicos filmes envolvendo a relação entre Pais e Filhos.
- Ladrão de Bicicletas (1948)
- O Poderoso Chefão (1972)
E começamos a lista com um dos grandes clássicos do cinema italiano. Dirigido por Vittorio De Sica (Sandálias do Pescador), Ladrão de Bicicletas vai a fundo nas questões morais ao narrar a dilacerante jornada de um pai e o seu pequeno filho em prol do sustento próprio. Estrelado pelos expressivos Lamberto Maggiorani e Enzo Staiola, o longa acompanha as desventuras de Antonnio, um trabalhador de origem humilde que luta para sustentar a sua família. Contando com o apoio do filho Bruno, o homem resolve comprar uma bicicleta para conseguir uma vaga num novo emprego. Vendendo boa parte dos seus últimos bens de valor, ele consegue comprar o seu futuro ganha pão, mas logo vê os seus sonhos frustrados com o roubo da sua "bike". Desesperado, Antonio parte numa angustiante busca pelas ruas de Roma, colocando em cheque não só o seu código de ética, mas também todas as lições ensinadas ao jovem Bruno. Dissecando com rara frieza os trágicos reflexos do pós-guerra, Ladrão de Bicicletas impressiona ao construir uma memorável relação entre pai e filho, num comovente e realístico conto sobre a honestidade. Vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.
- O Sol é Para Todos (1963)
Na minha opinião uma das maiores figuras paternas dentro da sétima arte, Atticus Finch é também um daqueles personagens inestimáveis. Interpretado com intensidade por Gregory Pack, o protagonista de O Sol é para Todos se coloca contra tudo e contra todos para mostrar aos seus dois filhos a importância da justiça. Dirigido por Robert Mulligan (Houve uma Vez no Verão), o longa acompanha a jornada do advogado Atticus, um pai de família que sempre se esforçou para dar o melhor exemplo para os seus dois filhos. Quando um jovem negro é acusado de um violento crime, o zeloso homem resolve oferecer seus serviços para ele, incitando a ira da preconceituosa sociedade local. Lutando contra ameaças, ataques e uma série de outras dificuldades, Atticus transforma este caso numa impressionante lição de caráter ao expor o pior do ser humano. Utilizando esta contundente crítica social de maneira comovente, Mulligan faz desta avassaladora premissa uma jornada de aprendizado para as duas crianças, construindo uma adorável relação entre um corajoso pai e os seus dois compreensivos filhos.
De um clássico para outro clássico, O Poderoso Chefão é acima de tudo um filme sobre a família. Estrelado com brilhantismo pelo icônico Marlon Brando (Os Deuses Vencidos), este precioso relato sobre a máfia italiana expõe através de uma espiral de violência a relação de um patriarca do mundo do crime com os seus filhos, se aprofundando nos reflexos desta criação na rotina do explosivo Sonny (James Caan), do acuado Fredo (John Cazale), do idealista Michael (Al Pacino) e da indomável Connie (Talia Shire). Explorando com rara felicidade a imponente figura paterna de Dom Corleone, o diretor Francis Ford Coppola explora como poucos esta relação entre um pai e os seus filhos, destacando cena após cena o apreço da máfia italiana pela família. Vencedor do Oscar de Melhor Filme, Melhor Ator (Brando) e Melhor Roteiro Adaptado. Acho que não preciso escrever mais nada sobre este magistral trabalho.
- Kramer vs Kramer (1978)
Um dos filmes definitivos envolvendo a relação entre pais e filhos, Kramer vs Kramer leva a paternidade para os tribunais numa envolvente história de superação. Evidenciando os impactos do divórcio na estrutura familiar de um pequeno jovem, o longa dirigido por Robert Benton (O Mundo aos Seus Pés) acompanha a atripulada rotina de Ted Kramer (Dustin Hofman), um pai de família que coloca o seu trabalho em primeiro lugar. Incomodada com a situação, a sua confusa esposa Joanna (Meryl Streep) decide se divorciar repentinamente, deixando o pequeno Billy (Justin Henry) aos cuidados do pai. Obrigado a dividir o seu escasso tempo com o filho, pouco a pouco Ted vai se revelando uma grande figura paterna, construindo com o garoto uma relação afetuosa e de muito zelo. Quando tudo parecia se encaixar, no entanto, Joanna reaparece querendo na justiça a guarda do filho. Lutando contra a previsibilidade do sistema judiciário, e a preferência dada a figura materna, Ted terá que se dedicar como nunca para comprovar que o lugar do pequeno Billy é ao seu lado. Indo do drama familiar ao filme de tribunal com grande inspiração, Kramer vs Kramer conseguiu grande sucesso, recebendo cinco estatuetas do Oscar, incluindo a de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator e Melhor Atriz Coadjuvante.
- O Campeão (1979)
- O Campeão (1979)
Em meio a uma série de clássicos nesta lista, O Campeão nos envolve e despedaça com a incrível relação entre um problemático pai e o seu cativante filho. Dirigido por Franco Zefirelli (Callas Forever), este comovente longa nos apresenta ao incorrigível Billy Flinn, um pugilista fracassado que desperdiçou várias oportunidades devido ao seu comportamento instável e o vício em jogos. Apesar de ser um péssimo exemplo, ele, no entanto, é tratado como herói pelo carismático T.J (Rick Shroder), seu único e adorável filho. Agora como treinador de cavalos, Billy tenta retomar as rédeas de sua vida, mas acaba surpreendido com a volta da mãe do garoto (Faye Dunaway), uma ricaça que parece interessada em assumir a guarda do filho. Sem ter como competir financeiramente, Billy decide voltar ao mundo do boxe, acreditando que nos ringues estaria a última grande chance de sua vida. Contando com as estupendas atuações de Jon Voight e Rick Shroder, O Campeão nos apresenta a uma história simples e completamente humana envolvendo a forte ligação entre um pai e o seu filho.
- Indiana Jones e a Última Cruzada (1989)
A aventura não poderia passar longe desta lista. Em Indiana Jones e a Última Cruzada, um dos personagens mais icônicos do cinema se une ao seu velho pai numa batalha contra o exército Nazista. Na trama, dirigida por Steven Spielberg, Jones recebe uma pista com o paradeiro do Santo Graal. Neste meio tempo, no entanto, ele descobre também que o seu velho pai (Sean Conery) foi sequestrado pelo exército alemão. Com a ajuda de uma cientista, o arqueólogo parte então atrás do paradeiro do pai, iniciando uma corrida contra o tempo para conseguir cumprir a sua nova missão. Recheado de divertidas sequências de ação, Spielberg constrói uma carismática relação entre pai e filha, destaca pelas expressivas atuações de Harrison Ford e Sean Connery. O fim de uma das mais importantes e memoráveis trilogias produzidas por Hollywood.
- Indiana Jones e a Última Cruzada (1989)
- Em Nome do Pai (1993)
Confesso que está opção é para corrigir um grande erro desse que aqui escreve. Estrelado pelo grande Daniel Day Lewis, Em Nome do Pai já deveria ter figurado na primeira versão dos maiores pais do Cinema. Dirigido por Jim Sheridan, o longa narra a história de um pai (Pete Postlethwaite) que faz de tudo para livrar o filho (Day Lewis), um rebelde do grupo IRA, da prisão. O pai também acaba condenado, fato que só complica a situação do filho. Ele, no entanto, conta com a ajuda de uma advogada (Emma Thompson) para encontrar as irregularidades do caso. Um baita filmes, que explora com primor toda a profundidade da relação entre pais e filhos. Indicado a sete Oscar, o longa acabou perdendo espaço na premiação para o elogiado A Lista de Schindler.
- Uma Babá Quase Perfeita (1993)
Estrelado pelo saudoso Robin Williams, Uma Babá Quase Perfeita merecidamente se tornou um grande sucesso de público. Dirigido por Chris Columbus, o mesmo de Harry Potter e a Pedra Filosofal e Uma Noite de Aventuras, o longa narra a história de Daniel Hillard (Williams), mais um daqueles pais que coloca o trabalho sempre à frente da própria família. Tudo muda, no entanto, quando a sua esposa (Sally Field) resolve pedir a separação e o distancia dos filhos (Lisa Jakub, Mara Wilson e Mathew Lawrence). Desolado com o afastamento das crianças, Daniel resolve se passar por uma idosa babá, reconquistando a confiança dos jovens com seu estilo extravagante e com as suas cativantes lições. Contando com o inesquecível carisma de Robin Williams, com direito a sequências icônicas como a dança ao som de "Dude (looks like a lady)", do Aerosmith. Vencedor do Oscar de Melhor Maquiagem, Uma Babá Quase perfeita se tornou um lucrativo sucesso, faturando mais de US$ 441 milhões ao redor do mundo.
- A Vida é Bela (1998)- Uma Babá Quase Perfeita (1993)
Grande vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, derrotando o brasileiro e igualmente fantástico Central do Brasil, A Vida é Bela diverte e comove ao acompanhar o esforço de um pai para evitar que o filho sofra as consequências do Holocausto. Estrelado por Roberto Benigni e Giorgio Cantarini, o longa narra a história de Guido, um carismático judeu que é mandado para um campo de concentração junto do seu filho. Temendo pelo futuro do jovem, este zeloso pai resolve criar um grande jogo, fazendo daquele nefasto período uma grande brincadeira de criança. Emocionante e intenso, A Vida é Bela encanta ao mostrar o amor de um pai por seu filho de maneira honesta e completamente lúdica. Um daqueles filmes que nos faz refletir sobre a vida.
- Os Excêntricos Tenenbaums (2001)
Estrelado por Gene Hackman, Os Excêntricos Tenenmbaum está entre um dos melhores trabalhos do cultuado diretor Wes Anderson. Narrando a inusitada história de Royal Tenenbaum, essa bem vinda mistura de drama e comédia nos apresenta a divertida rotina de um homem na tentativa de reconquistar a sua família. Pai de três filhos (Ben Stiller, Owen Wilson e Gwyneth Paltrow), Royal acaba se separando de sua esposa (Anjelica Houston) após uma crise no casamento. O tempo passa, os seus três filhos se tornam bem sucedidos, e Royal segue vivendo através de sua pose e pequenos golpes. Tudo muda, no entanto, quando a ex-esposa anuncia um novo casamento, fato que leva Royal a tentar reconquistar a sua família. Com a direção sempre exótica de Anderson, Os Excêntricos Tenenbaums é aquele filme que conquista com velocidade a atenção do espectador. Royal, aliás, não é o típico exemplo de pai, mas pelo menos tenta correr atrás do tempo perdido.
- O Filho da Noiva (2001)
Dirigido pelo premiado José Juan Campanella, O Filho da Noiva destaca duas gerações de pais e a relação entre eles. Estrelado pelo ótimo Ricardo Darin, esse emocionante drama narra a história de Rafael, um chefe de família que vem se dedicando muito mais aos negócios, do que a jovem filha. Em meio a crise econômica na Argentina, e as pressões familiares, Rafael sofre um ataque cardíaco. Disposto a dar um novo rumo a sua vida, ele decide vender o restaurante de sua família. Rafael, no entanto, não esperava que o seu pai (Héctor Alterio) lhe pedisse ajuda para consagrar a união com a esposa (Norma Aleandro), que padece vítima de Alzheimer. Apesar da trama girar em torno da "noiva", a relação entre pai e filho\filha é o grande ponto alto do longa, graças as grandes atuações de todos os envolvidos. Um tocante trabalho de Campanella, que anos mais tarde viria a ganhar o Oscar com o aclamado O Segredo de seus Olhos.
- Procurando Nemo (2003)
- Procurando Nemo (2003)
E a Pixar não poderia ficar de fora desta lista. Numa das maiores e mais celebradas produções do estúdio, Procurando Nemo mostrou que para um pai não existem limites para o bem estar do seu filho. Através de uma encantadora fábula marinha, o longa dirigido por Andrew Stanton nos apresenta ao zeloso Marlin, um peixe palhaço preocupado com a criação do seu filho Nemo. Vivendo num pequeno e protegido recife de corais, Marlin entra em desespero quando o pequeno peixe é capturado e vai parar num aquário. Disposto a enfrentar os perigos do oceano, esta figura paterna se une a desmemoriada Dory e partem numa incrível e divertida jornada. Vencedor do Oscar de Melhor Animação, Procurando Nemo se tornou um grande sucesso de público e crítica, faturando espetaculares US$ 936 milhões ao redor do mundo.
Inspirado numa incrível história real, À Procura da Felicidade não poderia faltar em qualquer lista do gênero. Conduzido com grande sensibilidade pelo diretor italiano Gabriele Muccino (Sete Vidas), o longa estrelado por Will Smith narra a revigorante jornada de Chris Gardner (Smith), um pai de família que apostou toda a sua verba numa aparelho de raio x que logo foi ultrapassado. Sem ter o que fazer com este equipamento, ele entra em desespero quando a sua esposa o abandona, deixando o seu pequeno filho aos seus cuidados. Desempregado e sem ter onde ficar, Chris resolver tentar a sorte como corretor da bolsa. Superando a desconfiança de todos, pouco a pouco ele começa a enxergar um novo panorama, mostrando persistência e a crença num futuro melhor. Impecável ao mostrar o drama por trás desta relação, Muccino brilha ao expor de maneira contida o sofrimento deste pai de família em crise, brindando o espectador com cenas ora devastadoras, ora singelas. Grandes atuações de Will Smith e do seu filho na vida real Jaden Smith.
- Busca Implacável (2008)
- A Estrada (2009)
- Biutiful (2010)
- Os Descendentes (2011)
- A Música Nunca Parou (2011)
Representante do cinema de ação na lista, Busca Implacável "catapultou" Liam Neeson a estrela do gênero. Dirigido pelo experiente Luc Besson (O Quinto Elemento), o longa coloca um pai contra o crime organizado francês. Tudo isso para resgatar a sua jovem filha, sequestrada pela máfia do tráfico de mulheres. Na trama, após se aposentar da CIA, o agente Brian Mills (Neeson) tenta se reaproximar da filha Kim (Maggie Grace). A espevitada adolescente, no entanto, consegue convence-los a fazer uma viagem para a Europa, acompanhando uma amiga em um tour pela França. O que era curtição vira desespero quando Kim é raptada, deixando apenas poucas pistas para o seu letal pai. Disposto a tudo para impedir que a filha seja "negociada", Brian inicia uma implacável caçada pelas ruas de Paris. Contando com sufocantes sequências de ação, o longa não só trouxe um enorme fôlego para o gênero, mas também nos apresentou uma das figuras paternas mais bad-ass do cinema. Sucesso que rendeu mais duas novas sequências.
Com uma trama muito caprichada, baseada no livro de Cormac McCarthy, A Estrada empolga pela excelente narrativa. Destacando a relação familiar após uma grande tragédia em nosso planeta, o diretor John Hilcoat carrega na emoção do longa. Apesar de focar na tentativa de sobrevivência de um pai, interpretado pelo excelente Viggo Mortensen, com seu filho, vivido pelo jovem Kodi Smit-McPhee, A Estrada vai bem além disto. Não é apenas a sobrevivência que está em jogo, afinal em quase todo o filme "a morte é considerada um luxo". Mas o aprendizado e a tentativa de viver em um ambiente insólito, devastado pela natureza, repleto de pessoas perigosas, que matam para sobreviver. Ao focar nestas lições de pai para filho, inclusive, o filme ganha em emoção e se diferencia da grande maioria dos títulos do gênero. Em suma, com uma história pesada, cenas fortes e um desfecho bastante interessante, A Estrada surpreende pela nova roupagem oferecida aos filmes catástrofes.
Dirigido pelo sempre elogiado Alejandro González Iñárritu, Biutiful é um realístico drama envolvendo uma grande figura paterna. Estrelado por Javier Bardem, o longa narra a história de um pai separado que descobre ser portador de uma doença terminal. Dispensando o tratamento para tentar dar um rumo a sua vida e a de seus dois filhos, ele tenta alguma coisa através de pequenos negócios ilícitos. Ciente que tem pouco tempo de vida, o pai passa a tentar encontrar uma alternativa para o futuro dos filhos, encarando não só os problemas financeiros, como também o fato da mãe das crianças (Maricel Álvarez) ser mentalmente instável. Um grande soco no estômago, Biutiful surpreende pela abordagem extremamente realista sobre as dificuldades envolvendo a criação de duas crianças.
- Os Descendentes (2011)
Dirigido por Alexander Payne (Sideways - Entre umas e outras), Os Descendentes era o típico filme que nas mãos erradas viraria apenas mais um drama familiar. Daqueles de arrancar algumas lágrimas ao assistir, mas que minutos depois já faz parte do passado. Felizmente não é isso o que acontece, e o que vemos é um filme inventivo, original, que escapa das mesmices na tentativa de mostrar a capacidade de superação de uma família no auge do seu mais complicado momento. Família, aliás, capitaneada por Matt King (George Clooney), um advogado de sucesso que em meio ao frenesi do seu trabalho, acabou a deixando em segundo plano, principalmente sua mulher Elizabeth (Patricia Hastie) e suas duas filhas Scottie (Amara Miller) e Alexandra (Shailene Woodley). Porém, tudo muda quando Elizabeth sofre um grave acidente de barco e fica entre a vida e a morte no hospital. Com a responsabilidade de cuidar novamente de sua família, Matt acaba descobrindo que a situação de sua esposa é o menor dos seus problemas, que incluem ai as suas duas problemáticas filhas, a venda de um terreno que pertence a família e, até mesmo, a traição de sua mulher. Um retrato comum, mas incrivelmente cativante, dos muitos dramas que algumas famílias tem de enfrentar em todos os anos.
Talvez o longa menos conhecido desta lista, A Música Nunca Parou é uma daqueles preciosos trabalhos independentes que merecem maior espaço. Conduzido com extrema sensibilidade por Jim Kohlberg, este comovente drama coloca a música como um elo entre um sisudo pai e um rebelde filho. Nos apresentando a uma envolvente premissa, o longa acompanha a rotina de Henry Sawyer (J.K. Simmons), um homem linha dura que acaba afastando o seu filho Gabriel (Lou Taylor Pucci) de casa. Tempos mais tarde, quando a família já tinha se acostumado a ausência do jovem hippie, Gabriel reaparece misteriosamente e é diagnosticado com um tumor cerebral. Sofrendo com lapsos de memória, uma esforçada médica resolve testar um tratamento experimental com ele, usando a música na tentativa dele recuperar a estabilidade mental. Ela, no entanto, acaba descobrindo que ele parece não ter esquecido das suas canções prediletas e que os hits eram capazes de trazer por um momento a lucidez de volta a Gabriel. Ciente desta situação, Henry resolve se aprofundar no universo musical do filho, se aproximando dele ao entender as suas motivações e ideais. Contando com a estupenda atuação do sempre afiado J.K Simmons, A Música nunca Parou se distancia dos melodramas baratos ao contar este incrível história de redenção de um pai para o seu filho.
Um dos filmes mais carismáticos de 2013, Nebraska é um bem humorado road-movie sobre a retribuição de um filho a seu pai. Estrelado por Bruce Dern e Will Forte, o longa narra a curiosa história de Woody, um idoso que acredita ter ganho um milhão ao receber um propaganda pelo correio. Obcecado pelo prêmio, Woody começa a fugir de sua casa, na expectativa de chegar a cidade de Nebraska para receber o seu prêmio. Tocado pela situação do pai, David resolve investir no sonho e leva-lo para uma viagem na busca pelo "prêmio". Ao passar pela cidade natal de Woody, as coisas saem do controle quando ele espalha para seus familiares que está próximo de receber US$ 1 milhão. Explorando uma envelhecida parte dos EUA, o diretor Alexander Payne mostra todo o seu talento neste ótimo drama. Destaque para a genial atuação de June Squibb, brilhante como a esposa de Woody.
- Pais e Filhos (2013)
Um dos ótimos trabalhos de 2013, Pais e Filhos é um belo drama japonês envolvendo a delicada situação de duas diferentes figuras paternas. Estrelado por Masaharu Fukuyama e Lily Franky, o longa narra a história de dois pais que, em virtude de um imperdoável erro do hospital, descobriram que os seus filhos foram trocados após o nascimento. Com dois estilos completamente distintos, um pai criou o seu filho (Keita Ninomiya) de forma sofisticada, em meio ao tradicionalismo nipônico. Já o outro, bem mais mais humilde, deu uma criação mais livre para o seu filho (Shogen Hwang), permitindo que ele tivesse uma infância marcada pela diversão. Em meio a esse drama, os dois passam a discutir a possibilidade da troca das crianças e acabam vivendo um grande dilema: dar preferência a questão sanguíneas ou ao afeto da criação? Um baita trabalho do diretor Hirokazu Koreeda.
Considerado pelo Cinemaniac um dos melhores filmes de 2013, Questão de Tempo é um drama com toques Sci-Fi que realmente cativante. Estrelado por Domhnall Gleeson e Bill Nighy, o longa dirigido por Richard Curtis nos apresenta a relação de um pai e um filho ligados pelo mesmo dom: a possibilidade de voltar no tempo. Na trama, Tim (Gleeson) é um jovem desajeitado e tímido que não tem grande sucesso com as mulheres. Após uma tentativa de namoro frustrada, Tim completa 18 anos e descobre ter herdado o dom de seu pai (Nighty). Com a ajuda dele, Tim então passa a usar o seu dom para encontrar um amor. Explorando com primor essa troca de experiências entre pai e filho, Questão de Tempo emociona, diverte e entretêm com a mesma qualidade. Um dos mais belos trabalhos de 2013.
Colocando frente a frente dois dos mais expressivos atores de suas respectivas gerações, o intenso Robert Duvall e o vibrante Robert Downey Jr, O Juiz promove, sob os olhos da lei, uma interessante jornada de reaproximação entre um pai cheio de princípios e o seu incorrigível filho. Dirigido com leveza por David Dobkin, o longa flutua entre os gêneros com grande inspiração, prometendo agradar a todos com um argumento que não só flerta com o tradicional "cinema de tribunal", mas também com a comédia, o romance e um sincero drama familiar. Uma opção aparentemente arriscada, quase pretensiosa, mas que se torna eficaz graças ao ótimo ritmo e ao elogiável elenco de apoio, turbinado pela contida atuação de Vincent D'onofrio (A Cela) e pela competente Vera Farmiga (Invocação do Mal).
- Pai Adotivo do Cinema: Carlitos (O Garoto - 1921)
- Pai Adotivo do Cinema: Carlitos (O Garoto - 1921)
Desse eu nem preciso escrever nada. O eterno Charlie Chaplin, o jovem Jackie Coogan nesta pérola do Cinema Mudo chamada O Garoto.
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