Três anos após o lançamento do primeiro filme da série, finalmente chegou aos cinemas de todo o Brasil Sherlock Holmes 2: O Jogo das sombras, mais nova continuação sobre o clássico personagem de Sir Arthur Conan Doyle. Novamente dirigido por Guy Ritchie (Snatch), o longa parece ter aprendido com as pequenas falhas do original, conseguindo encontrar o equilíbrio entre uma boa trama e a qualidade técnica da ação. O resultado é um trabalho novamente divertido, só que agora de mais conteúdo, que conquista o espectador graças à química entre os protagonistas e ao bem amarrado roteiro.
Apostando na manutenção das fórmulas, que já haviam dado certo no primeiro longa, o diretor Guy Ritchie faz de O Jogo das Sombras uma continuação mais madura, que não se apóia apenas no visual moderno e no humor trazido ao tradicional personagem britânico. Filmado com extrema qualidade por Ritchie, tecnicamente, a continuação mantém o brilhantismo apresentado no primeiro filme, impressionando o espectador não só pelas criativas cenas de ação - com direito a muita câmera lenta - mas também com os ótimos cenários, que conseguem recriar de forma fiel as paisagens do final do século 19.
Com roteiro assinado por Kieran Mulroney e Michele Mulroney, a história ganha um desenvolvimento bem mais denso com a entrada do enigmático vilão Professor Moriarty. Na trama, o excêntrico detetive Sherlock Holmes (Robert Dowbey Jr) segue tentando desvendar uma série de atentados acontecidos em Londres. Ele, no entanto, não sabe que está próximo de perder o seu fiel escudeiro Watson (Jude Law), que com casamento marcado, decide largar esta vida de perseguições e perigos. Nem tudo, porém, sai como o combinado, principalmente quando entra em cena o Professor Moriarty (Jared Harris), uma mente brilhante que parece está usando sua inteligência numa grande conspiração. Na tentativa de frustrar os planos do intelectual, o detetive se junta então a cigana Simza (Noomi Rapace), para tentar desvendar mais este grande mistério e impedir que outras mortes venham a acontecer.
Diferente do primeiro filme, quando o vilão era desconhecido e o suspense foi criado justamente na descoberta deste personagem, O Jogo das Sombras aposta numa fórmula mais complicada de se reproduzir. Desde o início, a trama já revela que o antagonista do filme será Moriarty e que ele tem um grande plano contra a Europa. O mistério está justamente na capacidade intelectual do novo vilão e no que ele pode proporcionar contra Holmes e sua trupe. Promovendo com primor este duelo de intelectos, o roteiro encontra soluções mais originais para amarrar a trama, mantendo aquele ar divertido do primeiro longa, sem perder consistência. Mesmo com o espaço dado para o carisma da dupla Downey Jr e Law, que por sinal brilha mais uma vez, o roteiro aposta numa gama maior de personagens. Destaques para a cigana Simza (Noomi Rapace) e Mycroft (Stephen Fry), que acrescentam ritmo ao filme, dando ainda mais destaque ao humor, que ganha um ritmo melhor nesta continuação, apostando tanto em piadas mais físicas, Holmes no pônei é sensacional, como também nos ótimos diálogos, repletos de acidez e sarcasmo.
Apesar do esforço de Ritchie e da evolução que a trama desta continuação apresenta, o sucesso da franquia Sherlock Holmes segue ficando pelo talento da dupla de protagonistas. Mantendo o ar cínico e espirituoso deste novo Holmes, Robert Downey Jr parece ainda mais a vontade nesta continuação. Mostrando estar bem não só nas cenas de ação, ainda mais detalhistas e bem calculadas, como também no humor, dando um sopro de vida para a clássica série. Já Jude Law, segue o caminho de Downey Jr e consegue um desempenho superior do que o apresentado no original. Entre as novidades, o grande destaque vai para o comediante inglês Stephen Fry, que na pele do irmão de Holmes apresenta um personagem genuinamente britânico. Vale destacar ainda o maior espaço dado à noiva de Watson, Kelly Reilly, que mostra uma eficiente veia cômica e contribui em muitas das gags. Mas, sem dúvida alguma, o grande destaque do filme vai para o vilão vivido por Jared Harris. Oferecendo personalidade ao enigmático antagonista, Harris promove ótimos duelos com Holmes, em uma espécie de jogo de xadrez intelectual muito bem explorado pelo roteiro.
4 comentários:
Não gostei nem um pouco do primeiro, então nem sei se assito a esse.
É bom, mas não é Sherlock Holmes..o filme já começa com ele sabendo quem é o vilão...é um filme de aventura e não de investigação. Serve para se distrair.
Não tinha gostado do primeiro, mas esse filme me ganhou, principalmente pelo vilão a altura do detetive, como você falou.
É gabriel se vc não gostou do primeiro, realmente não assista. Até pq segue basicamente a mesma fórmula do primeiro.
Tiago foi isso que justamente me chamou a atenção. Gostei dessa sacada do roteiro, e acho q os duelos entre Sherlock e Moriarty foi mto bom. Aliás, gosto de grandes vilões, por isso gostei dele.
Amanda q bom q concordamos. Acho q um bom heroi precisa, necessariamente, de um ótimo vilão. E neste caso é o q temos. Abs e valeu pelas visitas.
Postar um comentário