sábado, 28 de janeiro de 2012

Sherlock Holmes 2: O Jogo das Sombras

Sherlock Holmes encontra um vilão à altura nesta bem humorada continuação

Três anos após o lançamento do primeiro filme da série, finalmente chegou aos cinemas de todo o Brasil Sherlock Holmes 2: O Jogo das sombras, mais nova continuação sobre o clássico personagem de Sir  Arthur Conan Doyle. Novamente dirigido por Guy Ritchie (Snatch), o longa parece ter aprendido com as pequenas falhas do original, conseguindo encontrar o equilíbrio entre uma boa trama e a qualidade técnica da ação. O resultado é um trabalho novamente divertido, só que agora de mais conteúdo, que conquista o espectador graças à química entre os protagonistas e ao bem amarrado roteiro.

Apostando na manutenção das fórmulas, que já haviam dado certo no primeiro longa, o diretor Guy Ritchie faz de O Jogo das Sombras uma continuação mais madura, que não se apóia apenas no visual moderno e no humor trazido ao tradicional personagem britânico. Filmado com extrema qualidade por Ritchie, tecnicamente, a continuação mantém o brilhantismo apresentado no primeiro filme, impressionando o espectador não só pelas criativas cenas de ação - com direito a muita câmera lenta - mas também com os ótimos cenários, que conseguem recriar de forma fiel as paisagens do final do século 19. 

Com roteiro assinado por Kieran Mulroney e Michele Mulroney, a história ganha um desenvolvimento bem mais denso com a entrada do enigmático vilão Professor Moriarty. Na trama, o excêntrico detetive Sherlock Holmes (Robert Dowbey Jr) segue tentando desvendar uma série de atentados acontecidos em Londres. Ele, no entanto, não sabe que está próximo de perder o seu fiel escudeiro Watson (Jude Law), que com casamento marcado, decide largar esta vida de perseguições e perigos. Nem tudo, porém, sai como o combinado, principalmente quando entra em cena o Professor Moriarty (Jared Harris), uma mente brilhante que parece está usando sua inteligência numa grande conspiração. Na tentativa de frustrar os planos do intelectual, o detetive se junta então a cigana Simza (Noomi Rapace), para tentar desvendar mais este grande mistério e impedir que outras mortes venham a acontecer.

Diferente do primeiro filme, quando o vilão era desconhecido e o suspense foi criado justamente na descoberta deste personagem, O Jogo das Sombras aposta numa fórmula mais complicada de se reproduzir. Desde o início, a trama já revela que o antagonista do filme será Moriarty e que ele tem um grande plano contra a Europa. O mistério está justamente na capacidade intelectual do novo vilão e no que ele pode proporcionar contra Holmes e sua trupe. Promovendo com primor este duelo de intelectos, o roteiro encontra soluções mais originais para amarrar a trama, mantendo aquele ar divertido do primeiro longa, sem perder consistência. Mesmo com o espaço dado para o carisma da dupla Downey Jr e Law, que por sinal brilha mais uma vez, o roteiro aposta numa gama maior de personagens. Destaques para a cigana Simza (Noomi Rapace) e Mycroft (Stephen Fry), que acrescentam ritmo ao filme, dando ainda mais destaque ao humor, que ganha um ritmo melhor nesta continuação, apostando tanto em piadas mais físicas, Holmes no pônei é sensacional, como também nos ótimos diálogos, repletos de acidez e sarcasmo.

Apesar do esforço de Ritchie e da evolução que a trama desta continuação apresenta, o sucesso da franquia Sherlock Holmes segue ficando pelo talento da dupla de protagonistas. Mantendo o ar cínico e espirituoso deste novo Holmes, Robert Downey Jr parece ainda mais a vontade nesta continuação. Mostrando estar bem não só nas cenas de ação, ainda mais detalhistas e bem calculadas, como também no humor, dando um sopro de vida para a clássica série. Já Jude Law, segue o caminho de Downey Jr e consegue um desempenho superior do que o apresentado no original. Entre as novidades, o grande destaque vai para o comediante inglês Stephen Fry, que na pele do irmão de Holmes apresenta um personagem genuinamente britânico. Vale destacar ainda o maior espaço dado à noiva de Watson, Kelly Reilly, que mostra uma eficiente veia cômica e contribui em muitas das gags. Mas, sem dúvida alguma, o grande destaque do filme vai para o vilão vivido por Jared Harris. Oferecendo personalidade ao enigmático antagonista, Harris promove ótimos duelos com Holmes, em uma espécie de jogo de xadrez intelectual muito bem explorado pelo roteiro.

Genuinamente divertido, Sherlock Holmes 2: O jogo das Sombras chega para consolidar esta nova franquia nos cinemas. Repetindo os acertos do primeiro longa, só que agora com mais conteúdo, Guy Ritchie parece ter desvendado os mistérios de como encontrar o equilíbrio entre diversão e boa trama.


4 comentários:

Gabriel Monteiro disse...

Não gostei nem um pouco do primeiro, então nem sei se assito a esse.

Tiago Britto disse...

É bom, mas não é Sherlock Holmes..o filme já começa com ele sabendo quem é o vilão...é um filme de aventura e não de investigação. Serve para se distrair.

Amanda Aouad disse...

Não tinha gostado do primeiro, mas esse filme me ganhou, principalmente pelo vilão a altura do detetive, como você falou.

thicarvalho disse...

É gabriel se vc não gostou do primeiro, realmente não assista. Até pq segue basicamente a mesma fórmula do primeiro.

Tiago foi isso que justamente me chamou a atenção. Gostei dessa sacada do roteiro, e acho q os duelos entre Sherlock e Moriarty foi mto bom. Aliás, gosto de grandes vilões, por isso gostei dele.

Amanda q bom q concordamos. Acho q um bom heroi precisa, necessariamente, de um ótimo vilão. E neste caso é o q temos. Abs e valeu pelas visitas.