Adaptação de famoso game, Principe da Pérsia: As Areias do Tempo repete a fórmula que tem marcado o primeiro semestre de 2010. Filmes divertidos, eficientes, mas ralos de emoção. Assim como aconteceu em Robin Hood, Alice e Fúria de Titãs, Principe da Pérsia apresenta ação de primeira linha, efeitos visuais fantásticos, mas não empolga como poderia, ou deveria, em função de um roteiro que peca pelo "preciosismo".
Dirigido por Mike Newell (Harry Potter e o Calice de Fogo) fica nítido o esforço do diretor em tirar o máximo da trama e do elenco. Como o jogo original não possuia necessariamente um enredo, já que o único objetivo era escapar de todas as armadilhas e vilões, o filme teve a possibilidade da liberdade criativa. Se os personagens são fieis ao game, principalmente Dastan, a história não tem um bom desenvolvimento e acaba se arrastando, deixando a sensação que alguns momentos do filme poderiam ter sido "enxugados". Ainda assim, a trama lida bem com todos os principais elementos do gênero, principalmente a ação, propciando momentos extremamente divertidos.
Principe da Persia narra a história de Dastan (Jake Gyllenhaal), um jovem príncipe, que auxilia o irmão a conquistar uma pacífica cidade. Lá, ele encontra uma estranha e bela adaga, a qual decide guardar. Tamina (Gemma Arterton), a princesa local, percebe que Dastan detém a adaga e tenta se aproximar dele para recuperá-la. A adaga possui o poder de fazer seu portador viajar no tempo, quando dentro dela há areia mágica. Só que Dastan é vítima de um golpe. Perseguido como se fosse um assassino, ele precisa agora provar sua inocência e impedir que a adaga caia em mãos erradas.
Felizmente, se mais uma vez a trama não é das melhores, a ação é brilhante. Com efeitos especiais deslumbrantes e a fotografia de John Seale, Principe da Pérsia deixa o espectador impressionado. Repleto de efeitos especiais bem distribuidos, somada a eficiencia da ação apresentada, o filme consegue empolgar o espectador nas lutas e atitudes do personagem Dastan. Se inspirando na estética dos games, o personagem corre, pula, salta, e principalmente, utiliza todas as traquinagens presentes no jogo. Todas aquelas sacadas lógicas, para avançar no jogo, são mantidas no filme e acaba sendo uma das principais sacadas do longa. Além disto, as sequências de ação são deliciosamente irreais, explorando o Le Parkour no personagem de Jake Gyllenhaal.
Por falar no elenco, fica nítida a oscilação na qualidade das atuações. Sem "grandes" destaques individuais, pelo menos Jake Gyllenhaal não compromete como principe Dastan. Por mais que tenham feito um trabalho físico com o ator, que visivelmente aparece mais forte, sua expressão e a sua própria interpretação ainda são "leve" para o personagem. Apesar disto, a atuação dele está longe de decepcionar. Além de Gyllenhaal, temos a bela e competente Gemma Artenton, que em pouco menos de 2 meses, interpretou dois personagens extremaente idênticos. Assim como Io, em Fúria de Titãs, a princesa Tamina funciona "meramente" como uma ponte para as aventuras de Dastan, e claro, o seu interesse romãntico. Apesar do personagem óbvio, a atriz vai bem e mostra um pouco mais de sua veia cômica, em bons diálogos com Dastan e o ótimo Sheik Amar, talvez o maior achado do filme. Interpretado ppor Alfred Molina o personagem funciona como uma valvula de escape, oferecendo um bopas doses de humor, em meio a frenéticas cenas de ação. Além deles, o filme ainda conta com a participação de Ben Kingsley, que vai "apenas" bem na pele do vilão Nizam.
Enfim, explorando um visual fantástico, efeitos especiais brilhantes e muita, mais, muita ação, O Principe da Pérsia é diversão garantida, principalmente para os fãs do gênero. Apesar disto, fica a sensação de que poderia ser bem melhor... Felizmente, diferente das muitas adaptações de games, o resultado não é catastrófico e se mostra extremamente fiel ao fantástico jogo.
5 comentários:
Já vi que não serve como adaptação mas se oferece entretenimento já não é nada mau.
Abraço
Cinema as my World
Eu gostei do resultado. Não achei o roteiro tão ruim quanto você falou, pelo menos muito melhor do que Fúria de Titãs que se perde. Acho que cumpre o seu propósito e das adaptações de game é o melhorzinho.
abraços
Nekas é um ótimo entretenimento sim. E para mim isso é um dos fatores mais impt no cinema. Mas infelizmente, de algumas boas expectativas como Robin Hood, Furia de Titas, entre outros, acabaram não atingindo todas as expectativas.
Amanda, a grande diferença, para mim, de Principe da Persia e Furia de Titas, é o elenco. Apesar de ter mais nome, Leterrier fez um péssimo trabalho. Já Mike Newel, se não faz nada de primoroso, consegue um resultado melhor. Curti mais Furia de Titas, pela objetividade, mas tb achei a trama fraca. Acredito que os dois acabaram tendo resultados realmente semelhantes. Grande abraço e valeu pela visita.
Olá Thiago,
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Marcos
www.cinematotal.com
Nunca fui muito fã nem do game...
Se passar no cinema aqui, é capaz de eu ir olhar, pelos efeitos e tal. Mas se vier direto em DVD, provavelmente não assistirei tão cedo.
Abraços
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