quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Cinemaniac Indica (Titanic)

Sucesso em pouco mais de duas semanas, Avatar tem tudo para se tornar um dos filmes mais rentáveis das últimas décadas. Repleto de inovações tecnológicas, incluindo a possibilidade de ser assistido em 3-D, o filme do diretor James Cameron chegou para marcar o seu lugar na história. Como ainda não pude assistir a este  fenômeno, vou ficar com outro grande clássico na filmografia do diretor, diga-se de passagem, o meu preferido em toda a história do cinema. Trata-se de Titanic, que sem dúvidas, foi um dos maiores fenômenos que o cinema já viu.

Apesar de ser novo, lembro-me bem de todo o estrondoso sucesso do filme junto ao público. Na época, com dez anos, assisti ao filme sentado nas escadas do cinema, tamanha era a superlotação da sala. Sabia ali, que não estava vendo um simples filme, mas sim, um dos maiores projetos já realizados na história do cinema. Meses depois veio a confirmação. Premiado com 11 estatuetas do Oscar, das 14 à que foi indicado, Titanic se tornou o filme mais premiado da história da academia, junto dos épicos Ben-Hur e Senhor dos Anéis. Além disto, com orçamento de quase 200 milhões de dólares, bem menor que o os quase 500 milhões de Avatar, o filme foi o primeiro a ultrapassar a marca de 1 bilhão de dólares em arrecadação. Vale lembrar, que mesmo 13 anos depois, Titanic ainda é o filme que mais faturou em todos os tempos. Por tudo isto descrito acima, não tenho dúvidas em afirmar que o longa foi o maior trabalho deste diretor, que merece todos os elogios, por presentear a sétima-arte com duas grandes obras, como o recente Avatar e o inesquecível Titanic.

Com a grandiosidade que só mesmo a tela do cinema poderia reproduzir, Cameron nos proporcionou uma das maiores histórias de amor que o cinema já viu. Aliando grande qualidade técnica às excelentes atuações, Titanic nos mostrou os bastidores desta grande tragédia da vida real, sob o ponto de vista de um belo romance. Desde a escolha do elenco, à forma como o filme foi realizado, tudo passou pelo crivo do diretor James Cameron. Assim como em Avatar, que começou a ser idealizado pelo diretor há mais de dez anos, Titanic deu o seu start em 1989, época em que ele ainda trabalhava no filme O Segredo do Abismo. Cameron estudou um documentário sobre a tragédia envolvendo o navio e ficou fascinado com toda história. A partir daí, o diretor escreveu uma possível sinopse para o filme e levou a ideia para 20th Century Fox, que a aprovou. No ano de 1995, já na pré-produção de Titanic, o diretor filmou os destroços do navio com uma câmera protótipo, que depois viria a ser usada no longa em muitas das cenas iniciais.

Comprovando toda a grandiosidade na pré-produção do filme, Cameron acertou em cheio também na escolha do elenco. Seguindo uma característica sua, de revelar grandes talentos, Cameron apostou num elenco novo, mas com alguma bagagem. Com direção segura, nomes como Leonardo DiCaprio, muito criticado na época de lançamento e a então promissora Kate Winslet, protagonizaram um dos maiores casais da história do gênero. Apesar das criticas com relação a diferença de idade, que na verdade nem era tanta assim, a química dos dois foi invejável e o resultado brilhante. A atuação de Dicaprio, aliás, mostrou que o ator realmente tinha futuro, mas quem rouba a cena mesmo é a belíssima Kate Winslet. Com atuação segura, mostrando bem a realidade feminina da época, Winslet esbanja simpatia, carisma e beleza, na pele da Rose. Quem também se destaca, talvez pela única vez em sua carreira, é Billy Zane (O Fantasma). Sem um grande papel de expressividade, até o lançamento de Titanic, Zane encarna bem o antagonista da história, proporcionando grandes cenas e ótimos diálogos com Winslet. Além deles, o elenco de apoio se mostra extremamente competente, com destaque para Kathy Bates e Bill Paxton.

Porém, apesar da ótima atuação do elenco, a grande atração do filme é a incrível parte visual. Recriando toda a estética real do Titanic, internamente e externamente, o detalhismo  na produção espanta. Aliás, o mais espantoso é saber que uma réplica de 90% do Titanic foi construída para que o filme pudesse ser rodado. Não é por menos que todo o visual interno é bastante explorado por Cameron. Desde o luxuoso Deck A, repleto de lustres e decorações da época, à apertada e simplória classe C, tudo expressa a grandiosidade do navio. Além disto, a incrível recriação dos momentos de pânico e do naufrágio de Titanic são sufocantes, tamanha a realidade apresentada na tela. Com excelentes takes, que exploram bem toda a beleza do navio e a inevitável catástrofe, Cameron prende a atenção do espectador de uma maneira que fica praticamente impossível o desvio de olhar da tela. Enfim, o que mais me arrepia nisto tudo, é que apesar da utilização de computação gráfica em quase 500 takes, a grande maioria das cenas foi filmada sem grandes efeitos visuais, incluindo as do naufrágio, proporcionando a nós, espectadores, a sensação ainda mais viva de tensão e desespero com a iminente tragédia.

E se esta imersão é bastante percebida, muito se deve também a excelente trilha sonora, ganhadora do Oscar daquele ano. Composta por James Horner, a trilha flutua entre o esplendor da embarcação e a tensão do enorme desastre que está por vir. O mais interessante é que a dupla Horner/Cameron trabalhou junta no filme Aliens (1986), mas uma briga desfez a parceria. Porém, empolgado com a trilha sonora composta por Horner para o filme Coração Valente, Cameron reatou a parceria e o resultado foi fantástico. Mesmo com apenas uma música cantada, o single My Heart will Go on, interpretado de maneira magistral por Celine Dion, a trilha sonora do filme vendeu mais de 30 milhões de cópias em todo mundo. Além disto, embarcando no sucesso de Titanic, a cantora ficou entre as mais tocadas durante alguns meses. No final das contas, James Horner ganhou o Oscar de Melhor Trilha Sonora, enquanto Celine Dion, a de Melhor Canção Original.

Por mais conhecida que já esteja, Titanic conta a história de Jovem aventureiro (Leonardo DiCaprio) que ganha passagem, em mesa de jogo, para a primeira viagem do transatlântico Titanic. No navio, apaixona-se por Rose Bukater (Kate Winslet), noiva de um homem rico e arrogante (Billy Zane), com quem vive um amor proibido. Mas a viagem ganha contornos trágicos quando o navio se choca com um iceberg. Sabendo explorar os pontos certos de uma trama nem tão inovadora, Cameron fez de Titanic uma das maiores obras-primas que o cinema já pode ver. Aliando grandes cenas à excelente evolução técnica demonstrada, Titanic emocionou e conquistou milhares de corações de fãs por todo o mundo. Espero que todos assistam, este que na minha opinião, é o melhor filme na história do cinema. E em teremos o 3-D.

2 comentários:

Bruno Cunha disse...

O melhor filme de James Cameron!
Na minha opinião não é o melhor da história do Cinema mas definitvamente uma obra intemporal...

Abraço
http://nekascw.blogspot.com/

thicarvalho disse...

Q bom q temos quase a mesma opinião sobre este grande clássico do cinema. Valeu pela visita Nekas e volte sempre.