quarta-feira, 9 de julho de 2008

Especial Chaplin (Parte 3)

Charles Chaplin era um mulherengo de primeira linha, e tinha uma grande queda por atrizes. Em toda sua carreira Chaplin chegou a ser envolver e até mesmo casar com algumas. Mildred Harris foi a sua primeira esposa, em um casamento que durou muito pouco. A segunda esposa, Lita Gray (foto à esquerda com Chaplin e o seu primeiro filho) era mais uma atriz, só que este “romance” (ou melhor, atração física) começou dentro do próprio sete de filmagem do filme Em busca do Ouro. Com a senhora Gray, Chaplin teve seus dois primeiros filhos. Aliás, foi por causa do nascimento do primeiro filho que Chaplin teve de se casar com a atriz, porque como Lita era menor de idade e estava grávida, Chaplin poderia ter sido preso por manter relações com uma jovem (ela tinha dezessete anos). Mas, logo o casamento se deteriorou e a separação foi inevitável (esta relação deixou dois filhos: Charles Jr e Sidney). Chaplin teria se “enroscado” mais algumas vezes por toda sua carreira, mas foi no quarto casamento com Oona O'Neil, filha do famoso dramaturgo Eugene O'Neil, que ele encontrou a paz na sua vida amorosa.

Oona (foto à direita com Charles Chaplin) foi sua esposa, e uma amiga inseparável até o seu leito de morte. Juntos eles superaram diversos problemas como a expulsão dos EUA, devido a problemas políticos durante a Guerra Fria, onde os ideais de Chaplin expressos em seus filmes foram diretamente associados ao comunismo. Além disto, os diversos boatos, totalmente irreais utilizados para complicar ainda mais a imagem de Chaplin perante a nação americana, de que ele cometia diversos adultérios, complicaram  a sua situação dentro do país. Mas antes de ser expulso dos Eua, e retornar para Inglaterra com toda sua Família, Chaplin filmou um dos filmes mais questionados e inesquecíveis de toda sua obra: Monsieur Verdoux.

Monsieur Verdoux foi filmado no ano de 1947, quatro anos após o casamento com Oona. Hoje nós vemos uma profusão de filmes com humor negro barato e sem graça alguma. Mas Chaplin, em meio a um contexto político turbulento e uma sociedade totalmente conservadora, criou do alto de sua genialidade o primeiro filme de humor negro da história (não conheço qualquer tipo de filme com o mesmo conteúdo, lançado antes de Monsieur). Monsieur Verdoux foi baseado na biografia de Landru, um sádico assassino que matava mulheres depois de seduzi-las, que ficou muito conhecido pelo apelido de Barba Azul.

O filme se passa no fim da década de 20, em meio à crise econômica da bolsa. Chaplin interpreta Henry Verdoux, um bancário que depois de trinta anos é demitido do seu emprego. Com um filho para sustentar e uma esposa paraplégica, Henry desenvolve uma personalidade maníaca e para conseguir dinheiro passa a ser envolver com mulheres ricas e fúteis, matá-las, e roubar todo o patrimônio das vítimas. Chaplin neste filme faz uma crítica feroz ao capitalismo e ao consumismo, características da sociedade norte americana. O resultado foram as criticas negativas e a total censura, se tornando assim um fracasso de público. Em Monsieur Verdoux, Chaplin atinge as entranhas da sociedade norte-americana, deixando expostas várias feridas. Mesmo como um assassino cruel, Verdoux se coloca como um produto da sociedade e diversas vezes faz críticas severas a indústria das armas e ao próprio governo, usando a premissa (incrivelmente verdadeira) que muitos (explicitamente ele cita a indústria armamentista, em alta num período pós-guerra) mataram mais do que ele e eram considerados heróis. E ele (Verdoux) por matar algumas pessoas era levado à forca. Enfim Monsieur Verdoux é um filme incrivelmente cativante e empolgante, que faz refletir e ainda dar boas risadas. A cena final, mais um discurso acalorado, é realmente sublime.

2 comentários:

Unknown disse...

Arrasou no texto Thiago!!!!!!
Acho importante saber de artistas do nível do Chaplin.. notável para a história do cinema sem sombra de dúvidas!!!!!!!!!!

siby13 disse...

Muito bom este Blog, um rapaz tão jovem com um texto tão bem elaborado. Parabéns!!!
Adoro ler sobre Chaplin.