segunda-feira, 19 de abril de 2010

Cinemaniac Indica (Na Natureza Selvagem)

Na Natureza Selvagem é muito mais do que simples filme Road Movie. É uma bela, emocionante e sensível história real, baseada em obra de Jon Krakauer, que crítica e ao mesmo tempo inspira o espectador. Com um elenco excelente, encabeçado pelo ótimo Emile Hirsch (Speed Racer) e a surpreendente direção de Sean Penn (Milk - A Voz da Igualdade), o longa conquista o espectador com uma narrativa empolgante, cheia de idas e vindas, apresentando não só personagens marcantes, como também as diversas facetas dos Estados Unidos da América.

Com uma fotografia impressionante, realizada por Eric Gautier (Diários de Motocicleta), o filme é um grande colírio para os nosso olhos. Realçando as diversas paisagens naturais existentes nas américas, o filme flutua com beleza indescritível, entre o desértico Alabama e o gélido Alasca, de maneira realmente fantática. Por um momento, tamanha veracidade apresentada, o espectador pode se sentir dentro de um daqueles programas da Discovery Channel. Com toda esta beleza de cenário, Penn narra a história real de Chris McCandless, um inteligente e promissor jovem, que troca todo o seu futuro por uma grande aventura. Cansado de conviver com os problemas da sociedade, de sua família, e com a obrigação de ter uma bem sucedida carreira, Chris deixa o seu passado para trás, troca de identidade, e parte para uma inesquecível e tocante caminhada.

Destacando as mazelas apresentadas dentro de uma sociedade atual, Penn contrasta as beleza naturais, com a falsa e comum sensação de segurança vivida nos dias atuais. Com apenas um dialogo, o diretor deixa claro que a relação de Chris, com seus pais, vividos de maneira eficiente por William Hurt (O Incrível Hulk) e Marcia Gay Hardeen (O Nevoeiro), não era nada amistosa. Além disto, a medida em que o jovem vai conhecendo pessoas em sua viagem, Penn deixa claro que eles são muito mais uma família para Chris, do que a sua própria. Isto tudo se deve ao excelente roteiro, que explora muito bem os dois lados da história: a viagem de Chris e a vida deixada para trás, narrada por sua irmã, interpretada por Jena Malone (Donnie Darko). Com este recurso, Penn dá ritmo a história, cobre todas as possíveis brechas e torna ainda mais intensa a história de Chris McCandless.

Por mais poderoso que seja a história contada, Na Natureza Selvagem só se torna um grande clássico graças ao excelente elenco. Até agora, não consigo entender como Emile Hirsch não foi indicado ao Oscar por sua grande atuação. Na minha opinião, Hirsch é um dos atores mais injustiçados da atualidade. Mesmo com ótimos papeis em longas de menor expressão, como Alpha Dog e Os Reis de Dogtown, o único grande personagem que ofereceram a ele foi o carismático Speed Racer que, diga-se de passagem, não é tão ruim quanto todos falam. Com uma entrega pouco vista, Hirsch consegue passar para a tela, por mais dificil que tenha sido, toda a realidade vivida por Chris. De maneira eficiente e tocante, Penn consegue tirar o máximo deste promissor ator, protagonizando cenas realmente sensíveis, como o abraço de despedida em Kristen Stewart (Crepúsculo) e o diálogo sobre perdão com Hal HolBrook (A Firma), que inclusive foi indicado como Melhor Ator Coadjuvante por sua atuação. Além de Hirsch e dos já citados Stewart e Hal, o longa ainda tráz belas interpretações como as de Vince Vaughn (Com a Bola Toda), totalmente diferente dos seus papeis em comédias, Catherine Keener (O Virgem de 40 Anos) e Brian Dierker, que interpretam um carismático casal de hippies, que acaba se tornando a grande figura paterna dos dois.

Além disto, como grande cereja no bolo, temos a trilha sonora composta por Michael Brook, Kaki King e Eddie Vedder, este último, ex-vocalista do Pearl Jam. Contribuindo para o excelente ritmo do drama, a trilha é ótima e muito auto-explicativa, se mostrando completamente pertinente aos momentos vividos pelo personagem. Enfim, tratando as relações humanas de maneira pouco vista antes, Na Natureza Selvagem é sem dúvidas um dos melhores filmes realizados nesta década. Com um elenco brilhante e ótima direção de Sean Penn, o longa é uma grande lição de vida, que conquistará a todos que o assistirem.

Por que Assistir ?

- Pela excelente fotografia.
- Pela grande atuação de Hemile Hirsch e de todo elenco de apoio.

- Pelo belo roteiro, otimamente dirigido por Sean Penn.

4 comentários:

Bruno Cunha disse...

Que filme espectacular! Um dos meus preferidos!


Abraço
Cinema as my World

Jardel Nunes disse...

Me surpreendi assistindo esse filme... espetacular, atuações, diálogos, fotografia e uma sensacional trilha sonora composta por Eddie Veder.
Recomendadissimo por mim também..

www.topangablog.blogspot.com

Amanda Aouad disse...

É impressionante como o ser humano consegue machucar uns aos outros. E como é difícil perdoar algumas coisas que consideramos mais profundas. Mas, tudo isso se torna tão pequeno diante de momentos cruciais da nossa existência. Esse road movie é mais do que história e entretenimento, é material para se pensar.

Tiago Britto disse...

Esse filme é muito bom! Mas achei que demorou muito! A atuação é maravilhosa!

abs