
Dirigido por Mike Mitchell, o mesmo de Super Escola de Herois, o longa opta por apresentar os mesmos personagens dos filmes anteriores, só que com uma roupagem diferente. A trama mostra Shrek ainda como rei e com família constituída. Em pleno aniversário do seu filho, o ogro começa a perceber o quanto sua vida mudou, desde que deixou o pântano e passou a ser pai de família. Cansado da rotina, e sentindo falta da adrenalina de ser um ogro, Shrek firma um acordo com Rumpelstiltiskin, um mago que oferece a ele um único novo dia como "bom e velho" ogro. O que Shrek não sabia, é que por trás deste contrato existia um mundo paralelo, completamente distinto do conhecido reino de Tão, tão distante. Lá, ele terá que reconquistar a amizade de velhos amigos, como o Gato de Botas e o Burro, o amor de Fiona, e o lutar contra a tirania do agora rei Rumpelstilskin, para reconquistar o reino de Tão, tão Distante.
Com roteiro escrito por Josh Klausner e Darren Lemke, Shrek para Sempre tenta repetir a fórmula apresentada por Tim Burton em Alice no País das Maravilhas: a de tentar possibilitar uma nova trama se apoiando nos mesmo personagens. Porém, aqui o êxito é maior. Se no longa da Disney os personagens não apresentam novas características, em Shrek 4 eles não só apresentam, como estas rendem as melhores piadas. Principalmente com o Gato de Botas acima do peso, um burro "escravizado" por Bruxas e uma Fiona guerreira e revolucionária. Aliás, são elas o grande diferencial do roteiro, que novamente não apresenta muitas novidades. A maior delas, talvez, seja a presença do vilão Rumpelstilskin, um personagem realmente interessante que rende boas piadas, como a ótima sacada dos cabelos, se tornando um vilão à altura do possível último filme da série.
Apesar destes êxitos, a ação do longa, em alguns momentos, não consegue fugir da previsibilidade. Outra grande falha é a pouca exploração de personagens marcantes, como os ótimos Biscoito, Pinóquio e o Lobo mal travestido. Em diversos momentos, o filme sente falta do alívio cômico que estes personagens possibilitavam, como pôde ser bem visto no segundo longa. Ainda assim, o Gato de Botas e o Burro garantem boas risadas para o espectador. Se no humor o filme consegue manter o nível dos anteriores, a trama é um pouco melhor do que a apresentada em Shrek Terceiro. A premissa é bem conduzida, mas o desenvolvimento deixa a desejar, principalmente para aqueles que se encantaram com Shrek 1 e 2. Mesmo com boas cenas de ação, que em 3-D devem ficar ainda melhor, o filme sai devendo em alguns momentos da trama, que se apresenta óbvia demais. Nada que atrapalhe ou torne o longa menos divertido, mas sem dúvidas, deixa a impressão que poderia ter sido melhor desenvolvido.
Se a trama não é inovadora, a qualidade da animação continua muito boa. A construção do reino de Tão, Tão Distante, e seus personagens continuam ótimas, assim como as cenas no castelo de Rumpelstilskin, que se mostra extremamente detalhado. Além disso, vale parabenizar a equipe de animação pelas mudanças nas caracterização dos personagens. Sem perder a identidade, cada personagem ganha em novos aspectos físicos, que contribuem para o humor do longa. O gato de botas gordo é um show a parte, assim como o universo ogro apresentado neste filme, diga-se de passagem, pouco explorado no roteiro.Porém, se a animação mantém o nível, a trilha sonora não é nem rascunho dos longas anteriores. Famosos por trazer novas versões de clássicos, como a ótima I Need a Hero, do segundo longa, Shrek para Sempre se apega a trilha sonora padrão dos longas anteriores e não ousa.
Enfim, mesmo com alguns pontos negativos, Shrek para Sempre fecha com chave de ouro esta poderosa franquia, que sem dúvidas trouxe novos ares para a animação computadorizada. Mesmo não sendo o melhor da franquia, ao final da sessão, é impossível não sentir aquele gostinho de quero mais.
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