quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Em plena forma aos 62 anos, Liam Neeson se consagra como um dos principais nomes do atual cinema de ação

Foto: Divulgação Caçada Mortal                                                                            
Brilhando há três décadas nos cinemas, Liam Nesson viu a sua carreira ganhar novos contornos nos últimos anos dentro do cinema de ação. Reconhecido por papéis dramáticos e pela sua passagem muito elogiada pelo teatro britânico, o ator irlandês de 62 anos alcançou o sucesso fulminante ao investir pesado no gênero. Astro da franquia Busca Implacável, que ganhará mais um capítulo em 2015, Neeson vem recebendo também muitos elogios por Caçada Mortal (confira a nossa opinião aqui), uma das principais estreias em circuito nacional neste fim de semana. Interpretando um detetive particular que segue o rastro de um grupo de assassinos de mulheres, o ator de dramas como A Lista de Schindler, Nell e Rob Roy parece disposto a superar as barreiras do tempo ao se tornar um dos principal nome do cinema de ação atual.


O que muitos não sabem, no entanto, é que a sua primeira investida no gênero foi um fracasso retumbante. "Revelado" pelo diretor John Boorman (O Alfaiate do Panamá) em Excalibur (1981), Neeson começou a se destacar através de personagens coadjuvantes em Krull (1983), A Missão (1986), Sob Suspeita (1987) e Dirty Harry na Lista Negra (1988). Impulsionado por estes trabalhos, o ator irlandês ganharia então a sua primeira chance de brilhar como herói de ação em Darkman - Vingança sem Rosto (1990), uma frustrada tentativa da Universal em rivalizar com a Warner e o fenômeno Batman (1989). Dirigido por Sam Raimi (Homem-Aranha), o longa trouxe o "trash" aos filmes de super-herói, numa produção - no mínimo - interessante. Na época, porém, o público torceu o nariz e Darkman se tornou um fracasso ao arrecadar modestos US$ 48 milhões nas bilheterias mundiais. Um resultado que ficou muito distante dos US$ 411 milhões conseguidos pelo primeiro Batman de Tim Burton.


Com esta grande "puxada de freio", Neeson teve que voltar aos papéis menores. Pugilista amador durante a sua juventude, o ator viveu um boxeador em Luta Decisiva (1990), um alemão em Uma Luz na Escuridão (1992) e um pequeno personagem no longa de Woody Allen, Maridos e Esposas (1992). Em meio à papéis de menor expressão, o irlandês retornou ao teatro e com o seu desempenho em solo britânico recebeu um dos maiores papéis de sua carreira. Durante visita à Inglaterra, o diretor Steven Spielberg se encantou com as suas atuações e o convidou para dar vida ao alemão Oskar Schindler em A Lista de Schindler (1993). Numa performance impecável, Neeson surpreendeu ao entregar um dos maiores desempenhos de sua carreira, conseguindo uma indicação ao Oscar de Melhor Ator e abrindo novas portas dentro de Hollywood. Aclamado por esta veia mais dramática, Neeson seguiu se destacando no gênero em trabalhos como Nell (1994), Rob Roy (1994), Michael Collins (1996) e Os Miseráveis (1998).


Disposto a dar novamente voos mais altos e entrar de vez no cinema pipoca, Liam Neeson aproveitou a virada do século para estrelar longas em gêneros completamente distintos. Foi assim na aventura Sci-Fi Star Wars: Episódio I - A Ameaça Fantasma (1999), no suspense A Casa Amaldiçoada (1999), no romance Simplesmente Amor (2003), no drama Kinsey - Vamos Falar de Sexo (2004) e no elogiado épico Cruzada (2004). A entrada de vez no universo da ação, no entanto, viria com o primeiro capítulo da nova trilogia Batman (2005). Dirigido por Christopher Nolan, Nesson interpretou uma espécie de mentor do Homem-Morcego, que mais tarde viria a se torna o temido vilão Ra's Al Ghul em Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge (2012). O grande ponto de virada em sua carreira, porém, aconteceria no ano de 2009. Após dublar o leão Aslan em As Crônicas de Narnia (2005), Neeson alcançou o status de estrela do cinema de ação com o espetacular Busca Implacável (2009). Interpretando um agente da CIA que parte em uma missão suicida para resgatar a sua filha, o ator - então com 56 anos - surpreendeu ao exibir uma invejável entrega física, tornando as empolgante sequências de ação completamente verossímeis aos olhos do público. O resultado não poderia ser outro. O intenso longa conseguiu mais de US$ 220 milhões em todo mundo, se tornando uma das grandes bilheterias do ano dentro do gênero.


Mesmo sem deixar os filmes dramáticos de lado, Neeson voltaria aos grandes blockbusters de ação no remake da série de TV Esquadrão Classe A (2010). Responsável por dar vida ao temido Hanibal, o ator se esforçou para tentar dar algum peso ao longa, mas o resultado não foi dos melhores. Logo em seguida, no entanto, o ator voltaria a se destacar como protagonista do gênero em Desconhecido (2011). Sob a batuta do diretor espanhol Jaume Collet-Serra (A Órfã), o ator novamente impressionou ao dar vida a um zeloso marido que vê a sua vida mudar após um acidente de carro. Novamente bem recebido pelo público, o longa de US$ 30 milhões faturou mais de US$ 130 milhões em todo mundo, comprovando a força de Liam Neeson dentro do gênero. Neste mesmo ano, aliás, o ator irlandês teria um dos seus melhores desempenhos no cinema de ação no subestimado A Perseguição (2011). Vivendo um atirador que, após a queda de seu avião, precisar lutar pela sua sobrevivência diante de uma violenta matilha de lobos, Neeson impressiona num longa que merece toda a atenção por parte dos fãs do gênero.


Ainda em 2011, Nesson comprovaria o sucesso de sua principal franquia em Busca Implacável 2. Sob o comando do francês Olivier Megaton (Carga Explosiva 3), a volta de Bryan Mills arrecadou mais de US$ 376 milhões em todo mundo, a vigésima maior bilheteria deste ano, deixando para trás sucessos como Os Mercenários 2, Fúria de Titãs 2, John Carter, O Legado Bourne e Resident Evil - Retribuição. Um resultado que, definitivamente, colocou o astro irlandês como um dos principais nomes dentro do atual cinema de ação. E este status, diga-se de passagem, foi ampliado graças ao surpreendente êxito de Sem Escalas (2014). Rodado sem qualquer tipo de expectativa, o longa novamente dirigido por Jaume Collet-Serra trouxe Liam Neeson como um agente anti-terrorismo que se vê em apuros quando o seu voo é sequestrado. Misturando com habilidade ação e suspense, o thriller surpreendeu ao faturar mais de US$ 220 milhões em todo mundo, superando longas como Os Mercenários 3, Need for Speed, O Protetor e Jack Ryan. Resta agora a expectativa em torno de Caçada Mortal, longa que faturou pouco mais de US$ 26 milhões nos EUA, mas chega impulsionado por boas críticas (confira a nossa opinião aqui) e pelas elogiadas atuações de Liam Neeson dentro do gênero.


(Atualizado)

Após estrelar o interessante Caçada Mortal, Neeson seguiu tendo uma participação ativa dentro do gênero. Apesar das críticas negativas, o ator britânico fez o possível para se destacar no problemático Busca Implacável 3 (2014), longa que acabou se tornando sucesso de público. Com orçamento de US$ 48 milhões, o thriller dirigido por Olivier Megaton faturou US$ 325 milhões em todo mundo, comprovando a força de Liam Neeson dentro do cinema de ação. Este impacto, aliás, se repetiu no recente e envolvente Noite sem Fim. Uma das boas surpresas deste ano, confira a nossa critica aqui, Neeson recebeu novos elogios ao contracenar com nomes como Joel Kinaman (Robocop) e Ed Harris (A Rocha). 

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