Esse post foi motivado pela
irritação. Quem leu a minha crítica de A Guerra do Amanhã sabe que eu não
gostei do filme. Os motivos são inúmeros. Em poucos minutos, porém, o longa
dirigido por Chris McKay me incomodou ao (como de costume em Hollywood) se
referir ao Brasil da forma mais equivocada possível. Logo no primeiro ato,
quando os soldados do futuro “invadem” o passado, eles escolhem um evento de
respeito: a final da Copa do Mundo. Só o absurdo de colocar a seleção
brasileira nesta posição já seria motivo de piada. Um detalhe, contudo, me
incomodou de verdade. Neymar? Esqueça! Gabriel Jesus? Esqueça! Gabigol? Esqueça! O atacante da nossa seleção se chamava PERALTA. O Brasil não é México.
Não é Argentina. Não é Paraguai. Eu nunca vi um brasileiro chamado Peralta.
Estamos em 2021 e Hollywood segue achando que a gente fala espanhol e tem o
melhor futebol do mundo. Era só dar um Google. Isso é imperdoável. Isso diz
muito sobre a qualidade do filme. Um equívoco que não é uma exclusividade de A Guerra
do Amanhã. Na lista de hoje reuni outros oito filmes (alguns ótimos) que
vacilaram demais na representação do Brasil.
- A Guerra do Amanhã (2021)
Tem Peralta e Paz vestindo a camisa da seleção brasileira.
- 007 contra o Foguete da Morte
O problema, aqui, está no senso
de geografia. O Rio de Janeiro fica “pertinho” das Cataratas do Iguaçu.
O MCU acertou que o idioma falado no Brasil era o português. Mas eles apostaram no português de Portugal com um sotaque em espanhol. É um tanto bizarro ver o guaraná PINGO DOCE em pleno Rio de Janeiro. Não à toa o Stan Lee passou mal com isso...
- Velozes e Furiosos: Operação Rio
- Feitiço do Rio
Aqui, outra vez, vemos um casting absurdo. Bem-Vindo à Selva é divertidíssimo. A representação do Brasil, porém, não é das melhores. Com destaque para a luta entre Dwayne Johnson e um “cidadão brasileiro” vivido pelo californiano Ernie Reys Jr. “EU VOU QUEBRAR A TUA CARA!”, diz o lutador com um risível sotaque americano.
- Brenda Starr
Esse é o mais absurdo de todos. Estrelado por Brooke Shields, Brenda Starr viajou para o Brasil para tripudiar do país. O que vemos é um Brasil “amazônico” que mais parece uma república das bananas de filmes de segunda linha. A cena em que Shields surge “surfando” em cima de dois crocodilos é sintomática.
- Bonequinha de Luxo
Por fim, um clássico. Bonequinha de Luxo é comumente criticado pelo “yellowface” usado na criação do vizinho asiático interpretado por Mickey Rooney. O Brasil, porém, também sofreu nas mãos do diretor Blake Edwards. Numa cena de festa, Holly (Audrey Hepburn) é cortejada por um agricultor brasileiro chamado José da Silva Pereira. O problema é que o cineasta escalou o ator espanhol José Luis de Vilallonga para viver o personagem. E como se não bastasse o sotaque castelhano, o pretendente entra em desespero quando descobre que a polícia irá interromper a festa. Ofensivo!
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